NOVELA GUTERRES-ZACARIAS PODE DAR EM NADA
Na sua política descarada de se fazer de vítima em todos os casos e circunstâncias que de há anos a esta parte produz, Xanana Gusmão abana mas não cai. Uma vez mais assistimos ao verdadeiro “embrulho envenenado” que o primeiro ministro de Timor Leste enviou para gerar confusão no Parlamento Nacional, visivelmente composto de parlamentares que mostraram não saberem das suas competências e perderem-se por dias infindos a discutirem o sexo dos anjos. De tudo isso se aproveita Gusmão.
Tardiamente, o presidente do Parlamento, Fernando Lasama Araújo, foi peremptório ao afirmar que a decisão da suspensão ou demissão dos ministros era com o governo e que nem ia pôr à discussão tal coisa à discussão dos parlamentares. Mesmo assim a “confusão” durou tempo de mais. Acabou por ter alguma utilidade no aspeto de podermos vislumbrar laivos de apoio por parte de alguns parlamentares a suspeitos de corrupção, enriquecimento ilícito e abuso de poder, acusação que foi feita aos ministros e anunciada pela PGR. Quero dizer: percebeu-se alguma resistência e produção de confusão sobre o assunto, o que convinha aos que cometem crimes, de facto, ou que são indiciados por tal. Que terão sempre os seus amigos e admiradores, quer queiramos quer não. É humano mas reprovável segundo a ótica da ética que deve regular os que devem a sua eleição e depósito de confiança ao povo eleitor. Até mesmo no Parlamento Nacional, evidentemente. Talvez ainda mais no Parlamento Nacional.
Acresce que ninguém de boa fé pode crer que o PM Gusmão desconhecia que os seus poderes lhe permitem agir sem solicitar ao Parlamento isenção de imunidade ou o que quer que seja para afastar e agir em conformidade com ministros do seu governo acusados de práticas ilegais. Então, por que tanta confusão e tanto badalejo?
O que aconteceu na acção anunciada pela PGR já devia ter acontecido há muito e a muitos mais. O próprio PM não está isento de dever ser acusado de práticas ilegais, pelo tanto enunciado. Contudo, em nome da “estabilidade” são bastantes os da área do governo e até da presidência da república que se passeiam no adro da impunidade. Também nisto existem elementos da igreja católica que não estão excluídos. Haverá os que acreditam que finalmente vai acontecer justiça em Timor Leste e que estas acusações aos ministros Guterres e Zacarias são o “balão de ensaio” para colocar no devido lugar os poderosos da política e da igreja? Ou será que esta novela Guterres-Zacarias vai dar em nada? Se assim acontecer, adeus estado de direito em Timor Leste.
AGARRADOS AO PODER
Os ministros agora suspensos mostraram nestes dias quanto estão agarrados ao poder. Aquilo que deviam de ter feito era anunciar as suas demissões se na realidade fossem pessoas e políticos de bem, mesmo sabendo-se inocentes. Em país civilizado e democrático seria assim que tudo funcionaria. Sem confusões, sem alardes, sem o apelo à “peixeirada” parlamentar causada por Xanana Gusmão ao dirigir-se ao Parlamento Nacional.
Zacarias da Costa, ministro dos negócios estrangeiros, finalmente suspenso, afirma-se inocente e objeto de processos de intenções políticas. É provável, vamos ver… Ou talvez não, se a justiça continuar a ceder aos poderosos da política. O mesmo não poderá dizer José Luís Guterres, ao que se sabe. O que agora transitou para ser julgado já era sabido por altura do golpe de estado de Gusmão e Horta, entre outros, em 2006. Passados cerca de quatro anos é que a justiça parece ter acordado. Mais vale tarde que nunca.
Falta agora saber se iremos assistir aos anúncios da PGR de mais situações similares que envolvam outras figuras gradas do poder político e económico timorenses. É que não faltam exibições de enriquecimentos ilícitos. Até de familiares e de amigos ou simples conluiados. Nem faltam procedimentos ilegais cometidos por vários agentes e também pelo PM Gusmão e pelo PR Ramos Horta. Além do caso relacionado com o bispo Ximenes Belo, do conhecimento da PGR. Pelo menos esses.
O Caso Bere, se não indiciar por crime Ramos Horta e Xanana Gusmão virá demonstrar às ordens de quem está a justiça timorense. A ilegalidade cometida por Ramos Horta, na qualidade de PR, ao fazer deslocar Gastão Salsinha às suas instalações, contra decisão do juiz, decerto negociar e combinar sobre o processo da trama do 11 de Fevereiro de 2008 não denota abuso de poder? Também neste caso a PGR vai agir em conformidade? E nos outros casos?
Estamos habituados a julgar que Xanana Gusmão está a abanar, prestes a cair do seu pseudo-pedestal de exemplo a seguir e de “pai da nação”, para depois vermos tudo a acabar em nada, na impunidade e no limbo. Até um dia ele é o mais parecido que exsite com um Sempre em Pé. Será que é desta que os timorenses e o mundo vai ver acontecer justiça no país? Quem se reporta ao que tem acontecido no passado considera que não.
Não se ponha a fasquia das perspetivas muito elevada por serem normais num estado de direito. Como tudo está e pelo que acontece quotidianamente ainda não podemos esperar isso de Timor Leste. Aguardemos os desenvolvimentos. Esperemos sentados e esperançados que não ganhemos raízes no local em que decidirmos esperar por justiça.
Na sua política descarada de se fazer de vítima em todos os casos e circunstâncias que de há anos a esta parte produz, Xanana Gusmão abana mas não cai. Uma vez mais assistimos ao verdadeiro “embrulho envenenado” que o primeiro ministro de Timor Leste enviou para gerar confusão no Parlamento Nacional, visivelmente composto de parlamentares que mostraram não saberem das suas competências e perderem-se por dias infindos a discutirem o sexo dos anjos. De tudo isso se aproveita Gusmão.
Tardiamente, o presidente do Parlamento, Fernando Lasama Araújo, foi peremptório ao afirmar que a decisão da suspensão ou demissão dos ministros era com o governo e que nem ia pôr à discussão tal coisa à discussão dos parlamentares. Mesmo assim a “confusão” durou tempo de mais. Acabou por ter alguma utilidade no aspeto de podermos vislumbrar laivos de apoio por parte de alguns parlamentares a suspeitos de corrupção, enriquecimento ilícito e abuso de poder, acusação que foi feita aos ministros e anunciada pela PGR. Quero dizer: percebeu-se alguma resistência e produção de confusão sobre o assunto, o que convinha aos que cometem crimes, de facto, ou que são indiciados por tal. Que terão sempre os seus amigos e admiradores, quer queiramos quer não. É humano mas reprovável segundo a ótica da ética que deve regular os que devem a sua eleição e depósito de confiança ao povo eleitor. Até mesmo no Parlamento Nacional, evidentemente. Talvez ainda mais no Parlamento Nacional.
Acresce que ninguém de boa fé pode crer que o PM Gusmão desconhecia que os seus poderes lhe permitem agir sem solicitar ao Parlamento isenção de imunidade ou o que quer que seja para afastar e agir em conformidade com ministros do seu governo acusados de práticas ilegais. Então, por que tanta confusão e tanto badalejo?
O que aconteceu na acção anunciada pela PGR já devia ter acontecido há muito e a muitos mais. O próprio PM não está isento de dever ser acusado de práticas ilegais, pelo tanto enunciado. Contudo, em nome da “estabilidade” são bastantes os da área do governo e até da presidência da república que se passeiam no adro da impunidade. Também nisto existem elementos da igreja católica que não estão excluídos. Haverá os que acreditam que finalmente vai acontecer justiça em Timor Leste e que estas acusações aos ministros Guterres e Zacarias são o “balão de ensaio” para colocar no devido lugar os poderosos da política e da igreja? Ou será que esta novela Guterres-Zacarias vai dar em nada? Se assim acontecer, adeus estado de direito em Timor Leste.
AGARRADOS AO PODER
Os ministros agora suspensos mostraram nestes dias quanto estão agarrados ao poder. Aquilo que deviam de ter feito era anunciar as suas demissões se na realidade fossem pessoas e políticos de bem, mesmo sabendo-se inocentes. Em país civilizado e democrático seria assim que tudo funcionaria. Sem confusões, sem alardes, sem o apelo à “peixeirada” parlamentar causada por Xanana Gusmão ao dirigir-se ao Parlamento Nacional.
Zacarias da Costa, ministro dos negócios estrangeiros, finalmente suspenso, afirma-se inocente e objeto de processos de intenções políticas. É provável, vamos ver… Ou talvez não, se a justiça continuar a ceder aos poderosos da política. O mesmo não poderá dizer José Luís Guterres, ao que se sabe. O que agora transitou para ser julgado já era sabido por altura do golpe de estado de Gusmão e Horta, entre outros, em 2006. Passados cerca de quatro anos é que a justiça parece ter acordado. Mais vale tarde que nunca.
Falta agora saber se iremos assistir aos anúncios da PGR de mais situações similares que envolvam outras figuras gradas do poder político e económico timorenses. É que não faltam exibições de enriquecimentos ilícitos. Até de familiares e de amigos ou simples conluiados. Nem faltam procedimentos ilegais cometidos por vários agentes e também pelo PM Gusmão e pelo PR Ramos Horta. Além do caso relacionado com o bispo Ximenes Belo, do conhecimento da PGR. Pelo menos esses.
O Caso Bere, se não indiciar por crime Ramos Horta e Xanana Gusmão virá demonstrar às ordens de quem está a justiça timorense. A ilegalidade cometida por Ramos Horta, na qualidade de PR, ao fazer deslocar Gastão Salsinha às suas instalações, contra decisão do juiz, decerto negociar e combinar sobre o processo da trama do 11 de Fevereiro de 2008 não denota abuso de poder? Também neste caso a PGR vai agir em conformidade? E nos outros casos?
Estamos habituados a julgar que Xanana Gusmão está a abanar, prestes a cair do seu pseudo-pedestal de exemplo a seguir e de “pai da nação”, para depois vermos tudo a acabar em nada, na impunidade e no limbo. Até um dia ele é o mais parecido que exsite com um Sempre em Pé. Será que é desta que os timorenses e o mundo vai ver acontecer justiça no país? Quem se reporta ao que tem acontecido no passado considera que não.
Não se ponha a fasquia das perspetivas muito elevada por serem normais num estado de direito. Como tudo está e pelo que acontece quotidianamente ainda não podemos esperar isso de Timor Leste. Aguardemos os desenvolvimentos. Esperemos sentados e esperançados que não ganhemos raízes no local em que decidirmos esperar por justiça.
.