Queensland,
Austrália, 05 ago (Lusa) - Um tribunal australiano recuou hoje na decisão de
aprovar um grande projeto de mineração do grupo indiano Adani, em Queensland,
que ameaça, de acordo com ambientalistas, a Grande Barreira de Coral,
classificada como Património da Humanidade.
A
decisão do tribunal foi bem recebida pelos ambientalistas, mas o grupo indiano
expressou imediatamente a sua determinação em avançar com a realização do
projeto, que custará 16,5 mil milhões de dólares australianos (11 mil milhões
de euros).
"Com
o consentimento das partes, o Tribunal Federal anulou oficialmente a luz
verde", que tinha sido dada anteriormente, anunciou o Ministério do
Ambiente.
O
projeto, aprovado em julho de 2014, prevê a exploração de uma mina de carvão no
Estado de Queensland, que se tornaria uma das maiores do mundo.
No
projeto, estava também prevista a construção de 189 quilómetros de estradas
para transportar a matéria-prima e a expansão de um porto de carvão de Abbot
Point, perto da Grande Barreira de Coral, para a exportar.
A
mina deveria produzir anualmente 60 milhões de toneladas de carvão térmico.
Contudo,
os grupos ambientalistas argumentaram que o projeto geraria emissões
significativas de gases com efeito de estufa e que teria um impacto negativo
nas espécies vulneráveis. Os mesmos avançaram ainda que o grupo indiano Anadi
tem um "fraco desempenho ambiental".
O
projeto ameaça também a Grande Barreira de Coral devido à exportação de carvão
através de Abbot Point.
De
acordo com Sue Higginson, advogada do Mackay Conservation Group, a ameaça das
espécies de vulneráveis, nomeadamente da Egernia rugosa e da Denisonia
maculata, que vivem apenas em Queensland, não tinha sido tida em conta pelo
Ministério do Ambiente quando aprovou o projeto das minas.
O
ministério teria também ignorado "as emissões globais de gases com efeito
de estufa, resultantes da combustão do carvão e do equilíbrio ambiental",
acrescentou a advogada.
O
Ministério explicou que, nas próximas seis a oito semanas, será dado um novo
parecer.
Já
o grupo indiano Adani referiu que estava determinado a desenvolver o projeto em
conformidade com as leis australianas, incluindo a parte ambiental.
"É
lamentável que um erro técnico e jurídico do Ministério do Ambiente tenha dado
luz verde a uma decisão contrária", disse o grupo indiano num comunicado.
Em
2013, a Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura
(UNESCO) expressou preocupação com as crescentes ameaças à Grande Barreira de
Coral, registada desde 1981 como Património da Humanidade.
A
Austrália introduziu no final de março um plano de preservação de 35 anos que
proíbe a dragagem e o depósito de lixo perto da Grande Barreira de Coral, e
estabelece metas para a melhoria da qualidade de água e proteção da vida
marinha.
MZC/VM
// VM
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