Bissau,
09 fev (Lusa) - O antigo representante das Nações Unidas na Guiné-Bissau, José
Ramos-Horta, alertou hoje os líderes guineenses para o cansaço da comunidade
internacional perante o que diz ser um "imbróglio político" no país.
Convidado
de honra para um simpósio internacional sobre a reconciliação entre os
guineenses, José Ramos-Horta reuniu-se hoje com o líder do Parlamento, Cipriano
Cassamá, de quem disse ter recebido informações sobre a crise política que
assola a Guiné-Bissau há mais de dois anos.
"É
urgente que os irmãos da Guiné-Bissau encontrem uma solução para este
imbróglio", defendeu José Ramos-Horta, até porque "os doadores podem
ficar cansados e alguns já o estão".
O
antigo Presidente de Timor-Leste afirmou que perante a conjuntura internacional,
"difícil e complexa", dificilmente a crise na Guiné-Bissau poderá
captar a atenção do Conselho de Segurança ou do secretário-geral das Nações
Unidas.
Mesmo
não sendo emissário de qualquer entidade da comunidade internacional,
Ramos-Horta prometeu falar com os líderes guineenses durante a sua estada em
Bissau, inclusive com o Presidente José Mário Vaz, a quem vai pedir que
"faça mais um esforço" para promover o diálogo.
Também
disse não ser necessário dramatizar a situação porquanto, notou, o país não se
encontra em guerra e "apesar do imbróglio político" registou um
crescimento económico, afirmou.
José
Ramos-Horta defende serenidade e compromissos entre todos até porque, disse,
faltam apenas dois anos para a realização de novas eleições legislativas.
Para
já, entende que realizar eleições antecipadas, por si só, não iria resolver o
problema, até porque a comunidade internacional não estaria disponível para as
financiar.
Timor-Leste
foi um dos principais financiadores das eleições gerais ocorridas em 2014 e na
altura José Ramos-Horta empenhou-se pessoalmente na realização do escrutínio.
MB
// EL
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