quarta-feira, 1 de agosto de 2018

Demissão de Xanana Gusmão do governo “abre caminho” a outras demissões


Há indicações de que após a demissão apresentada por Xanana Gusmão no final da semana passada como número 2 do governo liderado pelo primeiro-ministro Taur Matan Ruak, se seguirão outras demissões de elementos “leais” a Xanana.

Segundo fontes locais, o descontentamento está a “crescer” entre os membros de dois dos partidos que integram a coligação que lidera o atual executivo, a Aliança de Mudança para o Progresso (AMP), a saber: o Congresso Nacional de Reconstrução Timorense (CNRT), liderado por Xanana Gusmão e o Kmanek Haburas Unidade Nacional Timor Oan (KUNTO).

Alegadamente está em curso uma guerra de bastidores entre o CNRT aliado ao KHUNTO contra o outro partido que lidera a AMP, o Partido Libertação Popular (PLP), liderado por Taur Matan Ruak, de forma a inviabilizar o atual governo.

No parlamento timorense, o CNRT conta com 21 deputados, o PLP com 8 deputados, e o KHUNTO com 5 deputados.

Refira-se que Xanana Gusmão enviou uma carta ao primeiro-ministro Taur Matan Ruak, no decorrer da semana passada, anunciando a sua demissão, escrevendo que se iria dedicar às negociações do petróleo e gás com as empresas lideradas pelo grupo norte-americano ConocoPhillips, bem como a empresa australiana Woodside.

Xanana acrescentou que: “Eu expresso este sentimento a ti [Taur Matan Ruak] porque estou extremamente preocupado com a tua saúde mental, saúde psicológica e política neste processo turbulento, em que tens de pesar as tuas capacidades à luz de uma constituição que escreveste, dirigiste e interpretas de uma forma invulgar e inacessível para cidadãos comuns como eu.”

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