Pequim, 01 set 2020 (Lusa) - O
exército chinês exigiu hoje que a Índia "retire imediatamente as tropas
que cruzaram ilegalmente" a chamada Linha Real de Controlo, a fronteira de
facto entre os dois países, avançou a agência noticiosa oficial Xinhua.
"Os soldados indianos
minaram o consenso alcançado nas negociações anteriores. É uma provocação
flagrante", acusou Zhang Shuili, porta-voz do Comando do Teatro Oeste do
Exército de Libertação Popular, na noite de segunda-feira.
Pequim negou na segunda-feira que
as tropas chinesas tenham cruzado a fronteira disputada com a Índia, depois de
Nova Deli ter denunciado "movimentos militares provocadores" na área,
e observou que ambos os exércitos têm estado "em comunicação" sobre
"questões territoriais", algo que o lado indiano também reconheceu.
A Índia considerou que as tropas
chinesas violaram o consenso alcançado durante as reuniões diplomáticas e
militares, por ocasião do confronto em Ladakh, no noroeste da Índia, em junho
passado.
Os eventos ocorreram na margem sul
do Lago Pangong Tso, perto da montanha Reqin, onde os militares indianos dizem
ter agido para defender as suas posições, frustrando "as intenções
chinesas de mudar unilateralmente a situação no terreno", segundo o
ministério de Defesa da Índia.
O porta-voz do exército chinês
argumentou que foi a Índia quem "violou gravemente a soberania territorial
da China" e "prejudicou a paz e a estabilidade nas áreas de
fronteira".
"A China opõe-se fortemente
a este ato injusto. A Índia deve controlar e conter com rigor os seus soldados
na fronteira, cumprir com as suas promessas e evitar uma nova escalada de
tensões", disse Zhang.
O porta-voz disse que o exército
chinês "vai tomar as contramedidas necessárias e monitorizar de perto os desenvolvimentos,
para salvaguardar resolutamente a soberania territorial da China, bem como a
paz e estabilidade nas áreas fronteiriças".
Este novo aumento de tensões
ocorre após lutas corpo a corpo entre soldados dos dois países, em junho
passado, terem resultado nas primeiras vítimas mortais desde 1975.
As tensões na fronteira
aumentaram depois de os militares indianos terem cancelado os seus exercícios
anuais na fronteira dos Himalaias, em abril passado, devido ao surto do novo
coronavírus.
Analistas de segurança indianos
dizem que as tropas chinesas aproveitaram a oportunidade para estabelecer
posições em terrenos reivindicados pelo país vizinho, incluindo picos
estratégicos do vale de Galwan, com vista para uma estrada indiana
recém-construída.
A China alegou que as tropas
indianas provocaram os seus soldados.
As duas potências nucleares
mantêm uma disputa histórica por várias regiões nos Himalaias. Pequim
reivindica Arunachal Pradesh, que é controlado por Nova Deli, que por sua vez
reivindica Aksai Chin, administrada pelo país vizinho.
JPI // PTA
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