O arcebispo de Díli pediu desculpa pelas críticas e acusações aos envolvidos na investigação a um ex-padre acusado de pedofilia e pornografia infantil em Timor-Leste, reafirmando o apoio total às vítimas.
"A Arquidiocese de Díli tem
total confiança nas autoridades judiciais e policiais do Estado, incluindo as
que estão envolvidas no caso do senhor Richard Daschbach", disse em
conferência de imprensa o arcebispo de Díli, Virgílio do Carmo da Silva.
"Em nome da Arquidiocese de Díli, quero pedir desculpa pelas acusações e
alegações que atingiram as pessoas envolvidas na investigação. A Igreja quer
dar o seu apoio e ajuda às vítimas declaradas pelas autoridades policiais",
afirmou.
O arcebispo de Díli reagia à polémica causada nas redes sociais, na sequência do
anúncio do Ministério Público (MP) de que tinha deduzido acusação contra
Dashbach, com críticas e ataques a jornalistas e a organizações que têm apoiado
as vítimas, em alguns casos feitos por membros do clero timorense.
Virgílio da Silva pediu ainda desculpa pelos "comportamentos que levaram a
desentendimentos neste caso", distanciando-se igualmente de um polémico
relatório da Comissão de Justiça e Paz, da Arquidiocese de Díli, sobre o caso.
O prelado anunciou a exoneração do diretor da Comissão e autor do relatório,
padre Hermínio de Fátima Gonçalves, considerando que o documento "não
reflete a opinião do arcebispo e vai além da competência da Comissão".
O polémico relatório, que inclui dados das alegadas vítimas, tentou desviar
todas a responsabilidade do ex-padre, procurando acusar as autoridades
judiciais e policiais timorenses e as organizações que têm apoiado as vítimas
de "abuso sexual coletivo" por alegadamente terem realizado exames
forenses e audições às vítimas.
Origem do caso
O ex-padre norte-americano,
acusado de abuso de crianças e pornografia infantil em Timor-Leste, começou a
ser investigado em setembro de 2016 pelo Vaticano, mas só foi afastado do local
onde alegadamente cometeu os crimes três anos depois.
Documentos a que a Lusa teve acesso mostram que a Congregação da Doutrina da
Fé, do Vaticano, esteve a investigar o caso, que envolve o ex-padre Richard
Daschbach, entre setembro de 2016 e outubro de 2018, altura em que decretou a
"punição vitalícia" e expulsão do sacerdócio.
Os documentos indiciam que a investigação terá começado ainda antes, já que a
data de setembro de 2016 é a que marca a entrada na Congregação da Doutrina da
Fé de um primeiro relatório sobre o caso.
O ex-padre Richard Daschbach, de
82 anos, está em prisão domiciliária em Díli e é acusado de abusar de pelo
menos duas dezenas de crianças no orfanato onde trabalhava, o Topu Honis.
RTP com Lusa
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