segunda-feira, 28 de abril de 2025

XANANA | PM timorense afirma que Francisco foi exemplo dentro da igreja

O primeiro-ministro timorense, Xanana Gusmão, afirmou hoje que o Papa Francisco, que morreu na segunda-feira, foi um exemplo dentro da igreja católica e um homem corajoso, que nunca se calou perante a guerra.

"Foi um exemplo dentro da igreja. Não apenas conhecedor de orações e da missa, mas alguém que respondia às necessidades morais, sociais e políticas da sociedade", disse Xanana Gusmão.

O primeiro-ministro timorense falava aos jornalistas no aeroporto internacional Nicolau Lobato, em Díli, depois de ter chegado da Austrália, onde esteve em visita privada.

"O Papa Francisco é um Papa profundamente admirado em todo o mundo. Admirado pela sua coragem. Nunca se calou perante a guerra. Pedia sempre aos que fazem a guerra que olhassem, primeiro, para as vítimas, porque quando fazem guerra, são os outros que sofrem, são os outros que morrem", disse Xanana Gusmão.

O chefe do Governo timorense recordou também a última intervenção proferida pelo Papa Francisco sobre Gaza.

No domingo, nas celebrações da Páscoa e um dia antes de morrer, o Papa Francisco denunciou a "dramática e desprezível situação humanitária em Gaza" e apelou para o cessar-fogo e para a libertação dos reféns.

"Pedimos-lhe que continue a olhar por nós, especialmente por aqueles que só olham para si próprios, e já não veem como vive o povo", acrescentou Xanana Gusmão.

Timor-Leste realiza sábado uma última homenagem ao Papa com uma missa em Tasi Tolu, local onde Francisco celebrou a eucaristia para 600.000 pessoas, quando visitou o país, em setembro passado.

O Papa Francisco morreu na segunda-feira aos 88 anos, após 12 anos de um pontificado marcado pelo combate aos abusos sexuais, guerras e uma pandemia.

Francisco esteve internado durante 38 dias devido a uma pneumonia bilateral, tendo tido alta em 23 de março. A sua última aparição pública foi no domingo de Páscoa, no Vaticano, na véspera de morrer.

Em Timor-Leste, com 1,3 milhões de habitantes, 98% da população é católica.

O Governo timorense decretou luto nacional até à próxima segunda-feira. 

RTP | Lusa

Sarani Rihun Partisipa iha Misa Funebre Amu Papa Francisco, iha Tasi-Tolu

DILI, STLTIMORLESTE.com – Sarani rihun partisipa iha Misa Funebre Amu Papa Francisco iha Altar Santu Tasi-Tolu.

Misa Funebre Sua Santidade Papa Francisco iha Tasi Tolu, Prezide husi Dom Leandro Maria Alves akompanha husi Vigariu Episcopal Asuntu Pastoral Arkedioseze, Amu Guilhermino da Silva inklui Amu lulik sira seluk.

Altar Santu Tasi-Tolu fatin neebé Sua Santidade Papa Francisco prezide misa iha loron 10 Setembru 2024, tanba nee iha Misa Funebre Sua Santidade Papa Francisco halo Tasi-Tolu.

Tuir observasaun STL nian iha Altar Santu Tasi-Tolu iha loron Sabadu (26/04/2025) sarani sira mai tuir misa uza kamizola Amu Papa nian, Sapeo nomos sunbrina, nunee iha oras tuku 4:00 loraik sarani sira nakonu ona iha altar oin, ferik katuas labarik, maske misa nee hahu tuku 06:00 loraik, hein iha neeba hodi akompanha ho orasaun kanta, nunee misa komesa kalan ona, sarani sira sunu lilin hodi akompanha misa nee.

Depois misa sarani barak sena malu lao ain husi Altar Santu Tasi Tolu too iha Rai Kotu, maske sena malu sarani sira la sente kolen, maibe ho haksolok hodi kanta nafatin tuir dalan fila ba uma, balun kolen tur depois kontinua lao, sarani TL hadomi Papa Francisco wainhira rona novidades mate sarani TL sente triste tanba lakon osan mean diak ida Amu Papa Francisco neebe hadomi TL.

Maske ho oras tuku 12:00 kalan, sarani nafatin lao ain fila ba uma, maske balun too ona uma no balun seidauk too uma, tanba balun hela dook.

Tanba nee iha oras tuku 12:00 kalan ona movimentu transporte nomos ema kontinua namas lao.

Iha misa Funebre nee partisipa husi Primeiru Ministru, Kay Xanana Gusmão ho membru governu sira.

Misa Funebre Amu Papa Francisco iha Altar Santu Tasi-Tolu seguransa masimu husi PNTL, F-FDTL, THS THM, selebrasaun misa lao diak too remata.

(joa)

domingo, 27 de abril de 2025

Timor | QUANDO A LIBERDADE DÁ LUGAR À CENSURA POR "DONOS DA DEMOCRACIA"*

SECOMS acusado de censura ao travar perguntas a Xanana Gusmão

O Secretário de Estado da Comunicação Social, Expedito Ximenes, impediu jornalistas de fazer perguntas a Xanana Gusmão no Aeroporto de Díli. A atitude gerou acusações de censura e críticas de jornalistas, da AJTL e do Conselho de Imprensa. O caso reacende alertas sobre a liberdade de imprensa em Timor-Leste.

No dia 24 de abril, o Primeiro-Ministro (PM) Xanana Gusmão regressou a Timor-Leste. Um grupo de jornalistas aguardava a sua chegada ao Aeroporto Internacional Nicolau Lobato, em Díli, com o objetivo de abordar alguns temas de interesse público.

Após algumas declarações iniciais do Primeiro-Ministro, os jornalistas tentaram colocar novas perguntas. Contudo, o Secretário de Estado da Comunicação Social (SECOMS), Expedito Dias Ximenes, interveio, levantando a mão como sinal de que não seriam permitidas mais questões. Repetiu várias vezes: “Não há perguntas, não há perguntas, não há perguntas”.

A atitude do SECOMS foi alvo de críticas por parte de profissionais da comunicação social e gerou diversas reações nas redes sociais, nomeadamente no Facebook.

De acordo com o jornalista Domingos Javelino, do Smnewstimor, presente no local, muitos jornalistas de diferentes órgãos de comunicação social tinham recebido a agenda que indicava a chegada do PM por volta das 13 horas, no voo da companhia Aero Díli. No entanto, cerca de uma hora antes da chegada de Xanana Gusmão, Expedito Dias Ximenes aproximou-se dos jornalistas para informar que a viagem do PM era de caráter privado.

“Claro que a viagem do Primeiro-Ministro foi privada, mas recebemos o convite do assessor do SECOMS, que disse que quem quisesse entrevistar o Primeiro-Ministro sobre a morte do Santo Padre podia ir ao aeroporto. Foi com base nisso que decidimos estar presentes”, explicou Javelino.

Segundo o jornalista, ainda no aeroporto, o SECOMS voltou a reforçar que os jornalistas não podiam fazer a cobertura, insistindo no caráter privado da deslocação. “Após uma breve discussão, o Secretário de Estado sugeriu que fôssemos para o Largo de Lecidere, para onde o Primeiro-Ministro se deslocaria a seguir. Não acreditámos nessa informação e permanecemos no local, junto à porta da zona VIP, à espera para entrevistar o Primeiro-Ministro”, relatou.

Javelino contou que conseguiu fazer uma pergunta ao Chefe do Governo sobre a sua mensagem relativamente ao falecimento do Papa, à qual Xanana respondeu durante cerca de sete minutos. “Tinha preparado mais cinco perguntas sobre o mesmo tema, mas só consegui fazer a primeira. Foi nesse momento que o SECOMS interveio, como se vê no vídeo que anda a circular”, referiu.

Na opinião do jornalista, a atitude de Expedito Ximenes constitui uma violação do Código de Ética Jornalística e também de dispositivos constitucionais nos artigos 41.º e 42.º, que garantem a liberdade de expressão e de imprensa. “A presença do SECOMS ali foi enquanto membro do Governo, não como parte do protocolo, nem como assessor de imprensa. O Secretário de Estado não tem autoridade para impedir o trabalho dos jornalistas”, afirmou.

Javelino acrescentou ainda que esta não foi uma situação isolada. “Muitas vezes, o Secretário de Estado obstrói o trabalho dos jornalistas, sobretudo nas entrevistas com o Primeiro-Ministro. Quando fica atrás do PM numa entrevista, faz sinais para encerrarmos a conversa”, testemunhou.

Ajuda médica chega a Timor-Leste a partir de Portugal

Uma freira portuguesa está a criar um projeto para prestar cuidados de saúde em território timorense. À clínica em construção chegam, vindos de Portugal, contentores com medicamentos e outros equipamentos essenciais.

Em Timor-Leste ainda há sectores em que falta quase tudo. É o caso dos cuidados de saúde, principalmente em regiões remotas como Maliana. Medicamentos, aparelhos de diagnóstico e de enfermagem vindos de Portugal ajudam a atenuar o problema. 

A irmã Cristina é a âncora da comunidade de Maliana, que fica no Interior de Timor, a horas de viagem da capital Díli. Enfermeira de profissão, está em Timor há 12 anos. Encontra-se a pôr de pé uma clínica que dará apoio a 20 mil pessoas. 

Em meados de abril, arranca de Matosinhos mais um contentor com ajuda para esta comunidade. Juntamente com os equipamentos médicos e os medicamentos, segue também roupa e calçado, materiais escolares e brinquedos. 

A Associação de Solidariedade Social Mercado dos Santos, de onde parte esta ajuda, existe há 12 anos em Matosinhos. Já apoiou outras comunidades também em Cabo Verde e Moçambique.

Maria José Mendes, José Vaio, Francisco Carvalho | SIC Notícias - 01 abr.2025

sábado, 26 de abril de 2025

Timorenses prestaram última homenagem a Francisco no sábado em Tasi Tolu

Os timorenses vão prestar a última homenagem ao Papa, que morreu na segunda-feira, com a realização de uma missa no sábado em Tasi Tolu, local onde Francisco celebrou a eucaristia quando visitou Timor-Leste em setembro passado.

"A missa vai realizar-se no mesmo local onde o Santo Padre celebrou, com o objetivo de recordar as suas mensagens dirigidas ao povo, ao país e à juventude timorense", disse hoje à Lusa o vigário episcopal da Arquidiocese de Díli, Juvito Araújo.

"Depois do carinho do Papa por todos nós em setembro passado, as pessoas querem voltar a participar nesta celebração", salientou o padre.

A missa será celebrada a partir das 18:00 locais (10:00 em Lisboa) pelo bispo da diocese de Baucau, Leandro Maria Alves, no dia em que se realiza também o funeral do Papa Francisco.

Segundo o vigário episcopal da Arquidiocese de Díli, o próximo sábado será uma oportunidade para mostrar ao mundo, mais uma vez, o carinho que o povo timorense tem pelo Papa.

Francisco visitou Timor-Leste durante três dias, entre 09 e 11 de setembro de 2024, tendo celebrado uma missa para 600.000 pessoas em Tasi Tolu.

No evento, que está a ser organizado em conjunto pelo Governo e a igreja católica, espera-se a presença de entre 25 e 30 mil pessoas, que deverão usar t-shirts brancas com a imagem do Papa Francisco e chapéus.

"Os fiéis vindos de outras dioceses que desejem regressar a este local histórico podem fazê-lo, fazendo o percurso a pé, se necessário", afirmou o padre Juvito Araújo.

O padre Juvito Araújo pediu também aos fiéis para respeitarem as regras estabelecidas pelo Governo, já entregues à Polícia Municipal de Díli, para garantir uma celebração ordeira e segura.

O Papa Francisco morreu segunda-feira aos 88 anos, após 12 anos de um pontificado marcado pelo combate aos abusos sexuais, guerras e uma pandemia.

Francisco esteve internado durante 38 dias devido a uma pneumonia bilateral, tendo tido alta em 23 de março. A última aparição pública foi no domingo de Páscoa, no Vaticano, na véspera de morrer.

O Governo timorense decretou luto nacional até à próxima segunda-feira.

Em Timor-Leste, com 1,3 milhões de habitantes, 98% da população é católica.

RTP | Lusa

PR de Timor-Leste satisfeito com "excelentes relações" com o Reino Unido

"Temos excelentes relações com o Reino Unido desde há muitos anos", afirmou hoje à agência Lusa, após um encontro com o ministro dos Negócios Estrangeiros, David Lammy, e a sub-secretária de Estado, responsável pela região do Indo-Pacífico, Catherine West. 

Ramos-Horta adiantou que o Reino Unido tem apoiado Timor-Leste no processo de adesão à Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN) e na área da capacitação profissional. 

No ano passado, Londres reabriu a embaixada britânica em Díli e, no espaço de 10 meses, enviou dois membros do Governo à capital timorense para reforçar os laços bilaterais. 

O Presidente timorense garantiu hoje que este relacionamento não foi afetado pela deportação em julho de 2024 de três dezenas de imigrantes timorenses em situação ilegal pelo Ministério do Interior britânico. 

"O Reino Unido, a maneira como está a gerir a questão dos ilegais, merece o meu maior respeito. É um exemplo para outros países seguirem", afirmou à Lusa. 

Segundo Ramos-Horta, "eles têm tratado [os timorenses] com toda a dignidade e com todo o respeito", nomeadamente aqueles que aderiram ao programa de repatriação voluntária. 

Além do custo da viagem de regresso a Timor-Leste, os participantes neste regime recebem um pagamento único de 3.000 libras (cerca de 4.000 dólares, ou 3.500 euros), podendo candidatar-se a um visto de trabalho após cinco anos. 

Aqueles expulsos à força não podem voltar ao Reino Unido durante pelo menos 10 anos. 

"Os timorenses estão muito satisfeitos com essa maneira de tratar. (É) muito pacífico, sem qualquer problema. E revela os valores de uma sociedade", salientou.

A comunidade timorense no Reino Unido está estimada em 30.000 pessoas, sendo considerada a maior no estrangeiro. 

Durante a vista de trabalho a Londres, o Presidente timorense foi recebido no parlamento britânico pelo Presidente da Câmara dos Comuns, Lindsay Hoyle, na quinta-feira. 

Durante o encontro, além do apoio à adesão à ASEAN, os dois discutiram a ajuda externa britânica para combater a desnutrição e o atraso no crescimento de crianças timorenses, adiantou fonte parlamentar à Lusa.

Na quarta-feira, Ramos-Horta também se encontrou com responsáveis da britânica Sunda Energy, à qual foi atribuída a exploração dos recursos de gás no campo Chuditch. 

Estudos realizados pela SundaGas confirmaram recursos contingentes de gás de 1,16 triliões de pés cúbicos (32,9 biliões de metros cúbicos) no campo de Chuditch, situado a 185 quilómetros a sul de Timor-Leste, além de recursos prospetivos adicionais em áreas adjacentes.

Ramos-Horta adiantou que este a possibilidade de a extração começar dentro de dois anos, providenciando receitas importantes enquanto se aguarda pela exploração do projeto Greater Sunrise, que deverá levar cerca de oito anos até chegar à fase de produção. 

"Significa que teremos uma ponte que nos dá uma margem financeira enquanto esperamos pelo Greater Sunrise, que é um grande campo e que garante o futuro de Timor por 30 a 40 anos", salientou.

A visita encerrou com uma palestra na universidade London Business School e uma reunião com o comité da ASEAN em Londres na embaixada da Indonésia. 

Ramos-Horta encurtou a viagem para poder assistir ao funeral do Papa Francisco em Roma no sábado, para onde segue ainda hoje, regressando depois a Díli. 

Sapo 24 | Lusa

Presidente de Timor-Leste condena ataque terrorista na parte indiana de Caxemira

O Presidente de Timor-Leste, José Ramos-Horta, condenou hoje o ataque terrorista na parte indiana de Caxemira, que provocou a morte a 28 pessoas.

"Timor-Leste condena com firmeza este ato bárbaro que ceifou vidas inocentes. Estendemos a nossa solidariedade ao Governo e ao povo da Índia, bem como às famílias enlutadas", afirmou o chefe de Estado timorense, numa carta enviada à homóloga indiana, Droupadi Murmu.

"Reafirmamos o nosso apoio às autoridades indianas na procura de justiça e na luta contra o terrorismo. Que as famílias das vítimas encontrem conforto e força para superar este momento de adversidade", acrescentou José Ramos-Horta, na carta divulgada pela Presidência timorense.

Na sequência do ataque, na terça-feira, a Índia anunciou o encerramento do principal posto fronteiriço com o Paquistão.

O ataque foi reivindicado por um grupo militante até agora desconhecido, que se intitula Frente de Resistência (FRT).

As autoridades indianas consideram que a FRT é um ramo da organização Lashkar-e-Taiba (LeT), um grupo militante paquistanês, responsável por violentos ataques na Índia no passado.

A região de Caxemira tem sido historicamente um ponto de conflito entre a Índia e o Paquistão desde a independência em 1947. Ambos os países reivindicam a soberania sobre o território.

RTP | Imagem: Ramos Horta - Joe Penney - Reuters

FUNERAL DO PAPA FRANCISCO, SEIS DIAS APÓS A MORTE

O funeral do Papa Francisco decorre este sábado, seis dias após a sua morte, numa cerimónia que será acompanhada por milhares de fiéis e dezenas de chefes de Estado e líderes de organizações, o que implicou medidas de segurança extraordinárias.

As cerimónias fúnebres do líder da Igreja Católica, que morreu na segunda-feira passada aos 88 anos, vítima de AVC, começam às 10h00 locais (menos uma hora em Lisboa) na Praça de São Pedro, no Vaticano.

Cerca de 50 chefes de Estado e de uma dezena de monarcas, bem como líderes de organizações internacionais, num total de mais de 160 delegações internacionais, estarão presentes na cerimónia, que exigiu medidas reforçadas de segurança na região da capital italiana, Roma.

Líderes mundiais apertam mãos em sinal de paz

Cátia Carmo | há 17 minutos

A congregação presente na cerimónia é convidada, pelo cardeal Giovanni Battista Re, a dar apertos de mão, em sinal de paz.

É o último passo antes da Sagrada Comunhão, parte em que o pão e o vinho – corpo e sangue de Cristo – são oferecidos e levou a vários apertos de mão entre os líderes mundiais presentes.

Neste momento, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, trocou breves palavras com a mulher, Melania, e começou a apertar aos mãos aos líderes mundiais à sua volta, incluindo o presidente francês, Emmanuel Macron.

Lágrimas entre a multidão

Cátia Carmo | há 24 minutos

Enquanto o cardeal Giovanni Battista Re dirige a oração eucarística, milhares de fiéis, na Praça de São Pedro, limpam as lágrimas que lhes escorrem pela face.

Há muita emoção à flor da pele entre as 200 mil pessoas que estão na cerimónia.

- Notícias ao Minuto | Lusa

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sexta-feira, 25 de abril de 2025

Portugal | Revolução de 25 de Abril de 1974 – 51 ANOS

A Revolução de 25 de Abril, também conhecida como Revolução dos Cravos, Revolução de Abril[2] ou apenas por 25 de Abril,[3] refere-se a um evento da história de Portugal resultante do movimento político e social, ocorrido a 25 de abril de 1974, que depôs o regime ditatorial do Estado Novo,[4] vigente desde 1933,[5] e que iniciou um processo que viria a terminar com a implantação de um regime democrático e com a entrada em vigor da nova Constituição a 25 de abril de 1976, marcada por forte orientação socialista.[6][7][8]

Esta ação foi liderada por um movimento militar, o Movimento das Forças Armadas (MFA), composto na sua maior parte por capitães[9] que tinham participado na Guerra Colonial e que tiveram o apoio de oficiais milicianos.[2][10] Este movimento surgiu por volta de 1973, baseando-se inicialmente em reivindicações corporativistas como a luta pelo prestígio das forças armadas,[11] acabando por atingir o regime político em vigor.[12] Com reduzido poderio militar e com uma adesão em massa da população ao movimento, a reação do regime foi praticamente inexistente e infrutífera, registando-se apenas quatro civis mortos e quarenta e cinco feridos em Lisboa, atingidos pelas balas da DGS.[13]

O movimento confiou a direção do país à Junta de Salvação Nacional, que assumiu os poderes dos órgãos do Estado.[14] A 15 de maio de 1974, o General António de Spínola foi nomeado Presidente da República. O cargo de primeiro-ministro seria atribuído a Adelino da Palma Carlos.[15] Seguiu-se um período de grande agitação social, política e militar conhecido como o PREC (Processo Revolucionário em Curso), marcado por manifestações, ocupações, governos provisórios, nacionalizações[16] e confrontos militares que terminaram com o 25 de novembro de 1975.[17][18]

Estabilizada a conjuntura política, prosseguiram os trabalhos da Assembleia Constituinte para a nova constituição democrática, que entrou em vigor no dia 25 de abril de 1976, o mesmo dia das primeiras eleições legislativas da nova República. Na sequência destes eventos foi instituído em Portugal um feriado nacional no dia 25 de abril, denominado como "Dia da Liberdade".

CONTEXTO – Estado Novo

Na sequência do golpe militar de 28 de maio de 1926, foi instaurada em Portugal uma ditadura militar que culminaria na eleição presidencial de Óscar Carmona em 1928. Foi durante o mandato presidencial de Carmona, período que se designou por "Ditadura Nacional", que foi elaborada a Constituição de 1933 e instituído um novo regime autoritário-ditatorial de inspiração fascista — "o Estado Novo".[19][20] António de Oliveira Salazar passou então a controlar o país através do partido único designado por "União Nacional", ficando no poder até lhe ter sido retirado por incapacidade em 1968, na sequência de uma queda de uma cadeira em que sofreu lesões cerebrais. Foi substituído por Marcello Caetano,[21] que pôs em prática a Primavera Marcelista e dirigiu o país até ser deposto no dia 25 de abril de 1974.

Durante o Estado Novo, Portugal foi sempre considerado como um país governado por uma ditadura[22][23] pela oposição ao regime,[24] pelos observadores estrangeiros e até mesmo pelos próprios dirigentes do regime. Durante o Estado Novo existiam eleições, que não eram universais e eram consideradas fraudulentas pela oposição.

O Estado Novo tinha como polícia política a PIDE (Polícia Internacional de Defesa do Estado), versão renovada da PVDE (Polícia de Vigilância e Defesa do Estado), que mais tarde foi reconvertida na DGS (Direcção-Geral de Segurança). A polícia política do regime, que recebeu formação da Gestapo e da CIA, tinha como objectivo censurar e controlar tanto a oposição como a opinião pública em Portugal e nas colónias.[25] Na visão histórica dos ideólogos do regime, o país teria de manter uma política de defesa, de manutenção do ultramar, numa época em que os países europeus iniciavam os seus processos de descolonização progressiva. Apesar de séria contestação nos fóruns mundiais, como na ONU, Portugal manteve a sua política irredentista, endurecendo-a a partir do início dos anos 1960, face ao alastramento dos movimentos independentistas em Angola, na Guiné e em Moçambique.[4]

Economicamente, o regime manteve uma política de condicionamento industrial que protegia certos monopólios e certos grupos industriais e financeiros (a acusação de plutocracia é frequente). O país permaneceu pobre até à década de 1960, sendo consequência disso um significativo acréscimo da emigração.[26] Contudo, é durante a década de 60 que se notam sinais de desenvolvimento económico com a adesão de Portugal à EFTA.[27]

Isolacionismo

No início da década de setenta mantinha-se vivo o ideário salazarista.[28] Continuavam os ideólogos do regime a alimentar o mito do «orgulhosamente sós»,[29] coisa que todos entendiam, num país periférico marcado pelo isolamento rural: estar ali e ter-se orgulho nisso eram valores, algo merecedor de respeito. Mesmo em plena Primavera MarcelistaMarcello Caetano, que sucedeu a Salazar no início da década (em 1970, ano da morte do ditador), não destoa. Sentindo o mesmo, age a seu modo, governa em isolamento, faz o que pode, mas um dia virá em que já nada pode fazer.[30][31]

Qualquer tentativa de reforma política era impedida pela própria inércia do regime e pelo poder da sua polícia política (PIDE).[32] Nos finais de década de 1960, o regime exilava-se, envelhecido, num ocidente de países em plena efervescência social e intelectual. Em Portugal cultivam-se outros ideais: defender o Império pela força das armas. O contexto internacional era cada vez mais desfavorável ao regime salazarista/marcelista. No auge da Guerra Fria, as nações dos blocos capitalista e comunista começavam a apoiar e financiar as guerrilhas das colónias portuguesas, numa tentativa de as atrair para a influência americana ou soviética. A intransigência do regime e mesmo o desejo de muitos colonos de continuarem sob o domínio português atrasaram o processo de descolonização: no caso de Angola e Moçambique, um atraso forçado de quase 20 anos.[33]

A economia cresceu bastante, em particular no início da década de 1950. Economicamente, o regime mantinha a sua política de Corporativismo, o que resultou na concentração da economia portuguesa nas mãos de uma elite de industriais.[27] A informação circulava e a oposição bulia.[34][35] A guerra colonial tornava-se tema forte de discussão e era assunto de eleição para as forças antirregime. Portugal estava muito isolado do resto do mundo. Muitos estudantes e opositores viam-se forçados a abandonar o país para escapar à guerra, à prisão e à tortura.[carece de fontes]

Guerra colonial

Portugal mantinha laços fortes e duradouros com as suas colónias africanas,[36][37] quer como mercado para os produtos manufaturados portugueses quer como produtoras de matérias-primas para a indústria portuguesa. Muitos portugueses viam a existência de um império colonial como necessária para o país ter poder e influência contínuos. Mas o peso da guerra, o contexto político e os interesses estratégicos de certas potências estrangeiras inviabilizariam essa ideia.[38][39]

Apesar das constantes objeções em fóruns internacionais, como a ONU, Portugal mantinha as colónias considerando-as parte integral de Portugal e defendendo-as militarmente. O problema surge com a ocupação unilateral e forçada dos enclaves portugueses de GoaDamão e Diu, em 1961. Em quase todas as colónias portuguesas africanas — Moçambique, Angola, Guiné, São Tomé e Príncipe e Cabo Verde — surgiam entretanto movimentos independentistas, que acabariam por se manifestar sob a forma de guerrilhas armadas. Estas guerrilhas não foram facilmente contidas, tendo conseguido controlar uma parte importante do território, apesar da presença de um grande número de tropas portuguesas que, mais tarde, seriam em parte significativa recrutadas nas próprias colónias.[40]

Os vários conflitos[41] forçavam Salazar e o seu sucessor Caetano a gastar uma grande parte do orçamento do Estado na administração colonial e nas despesas militares. A administração das colónias custava a Portugal um pesado aumento percentual anual no seu orçamento e tal contribuiu para o empobrecimento da economia portuguesa: o dinheiro era desviado de investimentos infraestruturais na metrópole. Até 1960 o país continuou relativamente frágil em termos económicos, o que aumentou a emigração para países em rápido crescimento e de escassa mão de obra da Europa Ocidental, como França ou Alemanha. O processo iniciava-se no fim da Segunda Guerra Mundial.[26][42]

REVOLUÇÃO DOS CRAVOS

A primeira reunião clandestina de capitães foi realizada em Bissau, em 21 de agosto de 1973. Uma nova reunião, em 9 de setembro de 1973 no Monte Sobral (Alcáçovas), dá origem ao Movimento das Forças Armadas. No dia 5 de março de 1974 é aprovado o primeiro documento do movimento: Os Militares, as Forças Armadas e a Nação,[43] que é posto a circular clandestinamente. No dia 14 de março o governo demite os generais Spínola e Costa Gomes dos cargos de Vice-Chefe e Chefe de Estado-Maior General das Forças Armadas, alegadamente por estes se terem recusado a participar numa cerimónia de apoio ao regime. No entanto, a verdadeira causa da expulsão dos dois Generais foi o facto de o primeiro ter escrito, com a cobertura do segundo, um livro, Portugal e o Futuro, no qual, pela primeira vez, uma alta patente advogava a necessidade de uma solução política para as revoltas separatistas nas colónias e não uma solução militar. No dia 24 de março, a última reunião clandestina dos capitães revoltosos decide o derrube do regime pela força. Prossegue a movimentação secreta dos capitães até ao dia 25 de abril.[44] A mudança de regime acaba por ser feita por acção armada.[45]

Em fevereiro de 1974, Marcello Caetano é forçado pela velha guarda do regime a destituir o general António de Spínola e os seus apoiantes. Tentava este, com ideias de índole federalista tornadas célebres num livro publicado pelo próprio intitulado Portugal e o Futuro[46]

25 de abril de 1974

No dia 24 de abril de 1974, um grupo de militares comandados por Otelo Saraiva de Carvalho instala secretamente o posto de comando do movimento golpista no quartel da Pontinha, em Lisboa. Às 22h55m é transmitida a canção E depois do Adeus, de Paulo de Carvalho, pelos Emissores Associados de Lisboa, emitida por João Paulo Diniz. Este é um dos sinais previamente combinados pelos golpistas, que desencadeia a tomada de posições da primeira fase do golpe de estado. O segundo sinal é dado à 00h20m, quando a canção Grândola, Vila Morena de Zeca Afonso é transmitida pelo programa Limite, da Rádio Renascença,[47][48] que confirma o golpe e marca o início das operações. O locutor de serviço nessa emissão é Leite de Vasconcelos, jornalista e poeta moçambicano. Ao contrário de E Depois do Adeus, que era muito popular por ter vencido o Festival RTP da CançãoGrândola, Vila Morena fora ilegalizada, pois, segundo o governo, fazia alusão ao comunismo.[49]

O golpe militar do dia 25 de abril tem a colaboração de vários regimentos militares que desenvolvem uma ação concertada. No Norte, uma força do CICA 1 liderada pelo Tenente-Coronel Carlos de Azeredo toma o Quartel-General da Região Militar do Porto. Estas forças são reforçadas por forças vindas de Lamego. Forças do BC9 de Viana do Castelo tomam o Aeroporto de Pedras Rubras. Forças do CIOE tomam a RTP e o RCP no Porto. O regime reage, e o ministro da Defesa ordena a forças sediadas em Braga para avançarem sobre o Porto, no que não é obedecido, dado que estas já tinham aderido ao golpe.[carece de fontes]

À Escola Prática de Cavalaria, que parte de Santarém, cabe o papel mais importante: a ocupação do Terreiro do Paço. As forças da Escola Prática de Cavalaria são comandadas pelo então Capitão Salgueiro Maia. O Terreiro do Paço é ocupado às primeiras horas da manhã. Salgueiro Maia move, mais tarde, parte das suas forças para o Quartel do Carmo onde se encontra o chefe do governo, Marcello Caetano, que ao final do dia se rende, exigindo, contudo, que o poder seja entregue ao General António de Spínola, que não fazia parte do MFA, para que o "poder não caísse na rua". Marcello Caetano parte, depois, para a Madeira, rumo ao exílio no Brasil.[carece de fontes]

No rescaldo dos confrontos morrem quatro pessoas, quando elementos da polícia política (PIDE/DGS) disparam sobre um grupo que se manifesta à porta das suas instalações na Rua António Maria Cardoso, em Lisboa.[50]

O plano delineado por Otelo teria contemplado, em caso de insucesso na Metrópole, o MFA da Guiné neutralizar todos os demais comandos leais ao regime, a fim de iniciarem contactos com os insurrecionistas locais do PAIGC. Acreditava-se que as FA da Metrópole se recusariam a ir dominar os revoltosos portugueses na Guiné, e que isso fosse suficiente para levar à queda do regime.[51]

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quinta-feira, 24 de abril de 2025

Depois de Francisco: o luto, o silêncio e os desafios da Igreja em Timor-Leste

Lourdes do Rêgo | Diligente

A morte do Papa Francisco provocou uma profunda comoção em Timor-Leste, onde a sua visita recente deixou marcas de esperança e inspiração. As homenagens sucedem-se, mas também emergem reflexões sobre o legado que deixou, as feridas que ficaram por sarar e os desafios que se colocam à Igreja no futuro.

Durante 12 anos de pontificado, o Papa Francisco liderou a Igreja Católica com espírito reformista e coragem em tempos desafiantes para a Santa Sé. Promoveu reformas profundas para tornar a Igreja mais transparente e mais próxima da justiça, enfrentando sem medo temas delicados como os abusos sexuais cometidos por membros do clero. Exigiu que as vítimas fossem ouvidas e que a justiça fosse feita.

Quebrou barreiras históricas ao acolher os que durante décadas se sentiram excluídos, afirmando com convicção que “há espaço para todos, todos, todos” na Igreja. De coração aberto, abraçou a diversidade humana, rejeitou o preconceito e convidou ao amor incondicional.

Defensor incansável da paz, da luta contra a pobreza, da proteção do meio ambiente e da dignidade dos migrantes e refugiados, Francisco tornou-se uma voz profética num mundo em crise. Enfrentou as estruturas de poder do Vaticano, denunciou o clericalismo, promoveu o papel das mulheres na Igreja e abriu caminho ao diálogo sobre temas como o celibato, a ordenação de homens casados e a inclusão da comunidade.

Num tempo de grandes divisões e injustiças, o Papa Francisco deixa não só um vazio imenso, mas também uma semente de esperança para uma Igreja mais humana, mais humilde e verdadeiramente comprometida com os valores do Evangelho.

Tasi-Tolu, palco da missa celebrada pelo Papa Francisco em 2024, voltou agora a ser ponto de encontro para centenas de fiéis que, desde a noite de segunda-feira, acorreram com velas acesas para prestar a sua última homenagem. Na manhã seguinte, a vigília prolongou-se no Largo de Lecidere, onde se reuniram pessoas de todas as idades e origens, num ambiente de oração e respeito.

A morte do Papa Francisco é sentida em Timor-Leste como a perda de uma figura próxima e admirada, não apenas enquanto líder religioso, mas como alguém que representou abertura, inclusão e justiça social. A visita do pontífice em 2024 permanece viva na memória coletiva como um momento de grande impacto simbólico, espiritual e político.

quarta-feira, 23 de abril de 2025

ONG considera que elites informais estão a excluir juventude de Timor-Leste

A Fundação Mahein considera que o sistema político de Timor-Leste continua dominado por redes informais de elites que estão a minar a meritocracia e a excluir a juventude, o que pode levar a instabilidade social e política.

Num artigo, divulgado este mês, a organização não-governamental timorense afirma que o poder está a ser exercido através de "conexões pessoais, hierarquias socioculturais tradicionais, credenciais históricas de resistência e sistemas de clientelismo".

"O 'status quo' levou a uma desilusão generalizada entre os jovens timorenses devido ao nepotismo sistémico no emprego e na educação, bem como a um crescente afastamento entre os cidadãos e os decisores políticos", salienta a Fundação Mahein (FM).

Por isso, a organização não-governamental insta os líderes timorenses a "implementarem as reformas necessárias", incluindo a sucessão política, e a melhorar as condições e vida e a reforçarem o Estado de Direito, para evitarem a instabilidade social e política.

"Hoje, os riscos são mais elevados do que nunca, dada a maior riqueza de Timor-Leste e o desespero de muitos cidadãos", sublinha.

Mais de 70% da população de Timor-Leste, com 1,3 milhões de habitantes, tem idade inferior a 35 anos e, segundo dados das Nações Unidas, mais de 30% dos jovens estão desempregados.

"As oportunidades em Timor-Leste dependem das ligações familiares e políticas, em vez de competências e qualificações" e cada vez mais os jovens timorenses procuram trabalho no estrangeiro, salienta a Fundação Mahein.

Aquela realidade, segundo a organização, reflete uma necessidade económica, mas também a falta de confiança.

"Quando os empregos, bolsas de estudo e contratos são sistematicamente distribuídos entre redes de elite, muitos veem a migração como o único caminho possível para alcançar prosperidade", considera a fundação.

Segundo a FM, o nepotismo e a informalidade estão enraizados nos processos administrativos mais básicos e a falta de responsabilização pela corrupção está a reforçar a perceção de impunidade e de que o Estado serve só os privilegiados.

"À medida que a geração mais velha se aproxima da reforma, a sua falha em cultivar novas lideranças coloca o país em risco de um perigoso vazio de poder", ao qual se junta uma população jovem "alienada e com baixo nível educativo", adverte.

Exemplo disso, segundo a organização não-governamental, é também o facto de 23 anos depois da restauração da independência, Timor-Leste continuar a "depender de assessores internacionais para muitas tarefas formais".

Considerando que o desenvolvimento da liderança está "estagnado", a Fundação Mahein afirma que Timor-Leste está a sofrer um paradoxo, com "abundância de políticos, mas com escassez de verdadeiros líderes".

"Timor-Leste encontra-se numa encruzilhada. As elites podem optar por facilitar reformas graduais ou enfrentar exigências crescentes de uma geração jovem cada vez mais frustrada. A escolha determinará a estabilidade e o futuro democrático do país", acrescenta a Fundação Mahein.

Notícias ao Minuto | Lusa | Imagem: Lusa

Leia em NM: 

PR timorense na Bulgária e Reino Unido para reforço das relações bilaterais

Timorenses emocionados rezam por "mais um santo no céu"

"Não foram só os cristãos que perderam um líder, foi o mundo", afirmou o vigário episcopal da diocese de Díli, salientando que o Papa abriu os olhos da igreja e acordou as pessoas para a fraternidade.

Acompanhe aqui o nosso liveblog sobre a morte do Papa Francisco

A morte do Papa Francisco emocionou Timor-Leste, um dos países mais católicos do mundo, a seguir ao Vaticano, levando esta terça-feira milhares de pessoas às igrejas e a outros locais para rezar por “mais um santo no céu”.

“Não conseguimos descrever este sentimento, esta relação que nós temos com este Santo Padre, especialmente pela sua visita, aquele amor que tem pelo povo de Timor”, disse à Lusa visivelmente emocionado o padre Juvito Araújo, vigário episcopal da diocese de Díli.

O padre Juvito Araújo lembrou Francisco pela presença, que “homenageia a pessoa humana”, e por aquilo que queria criar no mundo, “uma fraternidade universal, onde as pessoas vivem como irmãos e trabalham para o bem comum”.

O sacerdote falava à Lusa em Lecidere, bairro da capital timorense onde está localizada a residência do arcebispo de Díli e onde esta terça-feira vários membros do Governo se deslocaram para apresentar condolências.

Em frente à residência, no Jardim de Lecidere, muitos timorenses rezavam por Francisco e depositavam flores aos pés de uma estátua de Maria.

“Na opinião geral, mais um santo no céu”, disse Maria da Conceição Soares, que se deslocou a Lecidere para rezar pelo Papa.

Da visita de Francisco ao país, em setembro passado, Maria da Conceição Soares recordou a mensagem do Papa.

“Trouxe na sua mensagem, a verdade, a justiça, a humildade, para que este povo perceba que tem de lutar para alcançar uma verdadeira justiça e mais solidariedade”, salientou.

Áurea Belo, que também foi ao Jardim de Lecidere para rezar pelo Papa, escreveu uma mensagem que fez questão de ler aos jornalistas.

“Papa Francisco, partiste deixando lembranças e saudades, mas a tua imagem está sempre ao alcance e na memória de Timor-Leste. Adeus, boa viagem Sua Santidade. Timor-Leste suplica, descansa em paz. Eternas saudades”, leu.

“Não foram só os cristãos que perderam um líder, foi o mundo”, afirmou o padre Juvito Araújo, salientando que Francisco abriu os olhos da igreja e acordou as pessoas para a fraternidade e para um mundo onde as pessoas se possam abraçar e dialogar.

“Nós ainda necessitamos dele, mas tudo acontece segundo a vontade de Deus. Eles [referindo-se aos cardeais] vão eleger, mas Deus vai dar uma pessoa certa”, acrescentou.

O Jardim de Lecidere vai estar aberto durante o resto da semana para que os timorenses possam prestar homenagem.

Ainda para esta terça-feira está prevista uma missa especial pelo Papa Francisco na Catedral de Díli.

Papa Francisco morreu segunda-feira aos 88 anos, após 12 anos de um pontificado marcado pelo combate aos abusos sexuais, guerras e uma pandemia. Nascido em Buenos Aires, a 17 de dezembro de 1936, Francisco foi o primeiro jesuíta a chegar à liderança da Igreja Católica.

Francisco esteve internado durante 38 dias devido a uma pneumonia bilateral, tendo tido alta em 23 de março. A última aparição pública foi no domingo de Páscoa, no Vaticano, na véspera de morrer.

Segundo a legislação em vigor do Vaticano, o caixão de Francisco deverá ser levado quarta-feira para a Basílica de São Pedro para ser visto pelos fiéis, e o funeral deverá realizar-se entre sexta-feira e domingo.

Observador | Lusa | Imagem: António Amaral/Lusa

Ler/Ver em Observador:

Francisco, o Papa que reformou a Igreja

FRANCISCUS, O PAPA DO POVO. O POVO DO PAPA - vídeo



Francisco: Papa teve horas serenas, antes da morte, grato pelo regresso à Praça de São Pedro

Eclesia.pt - 22 Abril, 2025 10:58

Último percurso em papamóvel aconteceu no Domingo de Páscoa

Cidade do Vaticano, 22 abr 2025 (Ecclesia) – O Papa Francisco, falecido esta segunda-feira, na sequência de um AVC, manifestou a sua gratidão pelo regresso à Praça de São Pedro, no último domingo, naquela que viria a ser a última aparição pública do pontificado.

“Entre as últimas palavras do Pontífice está o agradecimento ao seu assistente pessoal de saúde, Massimiliano Strappetti, por o ter encorajado a dar a última volta no papamóvel no domingo, depois da ‘Urbi et Orbi’: ‘Obrigado por me trazeres de volta à Praça’”, refere hoje o portal de notícias do Vaticano.

Francisco, de 88 anos de idade, morreu na manhã de segunda-feira, depois de ter descansado na tarde de domingo e de um “jantar tranquilo”, durante a sua convalescença na Casa de Santa Marta, onde residia.

“OPapa quis fazer uma última e significativa surpresa, indo à Praça de São Pedro para um passeio no papamóvel. Não sem um ligeiro receio inicial: ‘Achas que sou capaz?’ perguntou a Strappetti, que o tranquilizou. A partir daí, o abraço à multidão e, em particular, às crianças: o primeiro passeio depois da alta do Gemelli, o último da sua vida”, indica o ‘Vatican News’.

Segundo o portal de informação, Francisco estava “cansado, mas feliz”, depois do contacto com a multidão de dezenas de milhares de pessoas.

Na segunda-feira, “por volta das 05h30 da manhã, surgiram os primeiros sinais de doença, com a pronta intervenção de quem o vigiava”.

“Mais de uma hora depois, depois de ter acenado a Strappetti, deitado na cama do seu apartamento no segundo andar da Casa Santa Marta, o pontífice entrou em coma. Não sofreu, foi tudo muito rápido, dizem os que estiveram ao seu lado nos últimos momentos”, acrescenta o relato.

O Papa faleceu na sequência de um acidente vascular cerebral (Ictus Cerebri), com “colapso cardiovascular irreversível”, refere o documento de constatação oficial da morte.

“Certifico que Sua Santidade Francisco (Jorge Mario Bergoglio), nascido em Buenos Aires (Argentina) a 17 de dezembro de 1936, residente na Cidade do Vaticano, cidadão do Vaticano, faleceu às 07h35 do dia 21/04/2025 no seu apartamento na Domus Santa Marta (Cidade do Vaticano)”, refere o texto, assinado pelo responsável da Direção de Saúde e Higiene do Estado da Cidade do Vaticano, Andrea Arcangeli.

Francisco tinha visitado uma prisão de Roma, na Quinta-feira Santa, e a 12 de abril tinha-se deslocado à Basílica de Santa Maria Maior – onde pediu para ser sepultado -, para rezar antes do início da Semana Santa.

O Papa esteve entre 14 de fevereiro e 23 de março, a hospitalização mais longa do pontificado, devido a uma infeção respiratória que se agravou para uma pneumonia bilateral.

Jorge Mario Bergoglio nasceu em Buenos Aires, capital da Argentina, a 17 de dezembro de 1936; filho de emigrantes italianos, trabalhou como técnico químico antes de se decidir pelo sacerdócio, no seio da Companhia de Jesus, licenciando-se em filosofia e teologia.

Ordenado padre a 13 de dezembro de 1969, foi responsável pela formação dos novos jesuítas e depois provincial dos religiosos na Argentina (1973-1979).

João Paulo II nomeou-o bispo auxiliar de Buenos Aires em 1992 e foi ordenado bispo a 27 de junho desse ano, assumindo a liderança da Arquidiocese argentina a 28 de fevereiro de 1998, após a morte do cardeal Antonio Quarracino.

D. Jorge Mario Bergolgio seria criado cardeal pelo Papa polaco a 21 de fevereiro de 2001, ano no qual foi relator da 10ª assembleia do Sínodo dos Bispos.

O cardeal de Buenos Aires foi eleito como sucessor de Bento XVI a 13 de março de 2013, após a renúncia do pontífice alemão, assumindo o inédito nome de Francisco; foi também o primeiro Papa jesuíta e o primeiro sul-americano na história da Igreja.

São Gregório III, da Síria, que liderou a Igreja Católica entre 731 e 741, tinha sido o último Papa não-europeu, antes da eleição de Francisco.

O falecido Papa tinha como lema ‘Miserando atque eligendo’, frase que evoca uma passagem do Evangelho segundo São Mateus: “Olhou-o com misericórdia e escolheu-o”.

Francisco fez 47 viagens internacionais, tendo visitado 67 países, incluindo Portugal (2017 – centenário das Aparições de Fátima – e 2023 – para a JMJ Lisboa, tendo passado também por Fátima).

Dentro da Itália, o Papa fez mais de 30 visitas a várias localidades, incluindo uma passagem pela ilha de Lampedusa, primeira viagem do pontificado, e cinco deslocações a Assis.

Entre os principais documentos do pontificado estão as encíclicas ‘Dilexit Nos’ (2024), texto dedicado à devoção ao Coração de Jesus; ‘Fratelli Tutti’ (2020), sobre a fraternidade humana e a amizade social; ‘Laudato Si’ (2015), dedicada a questões ecológicas; a ‘Lumen Fidei’ (A luz da Fé, 2013), que recolhe reflexões de Bento XVI; as exortações apostólicas ‘Evangelii Gaudium’ (A alegria do Evangelho), texto programático do pontificado, de 2013; ‘Amoris laetitia’, de 2016, dedicada à família; o documento sobre a “Fraternidade Humana em prol da Paz Mundial e da convivência comum” assinado pelo Papa Francisco e o grão imã de Al-Azhar, Ahamad al-Tayyi, em Abu Dhabi (2019).

A reforma dos organismos centrais de governo da Igreja Católica, levada a cabo com a ajuda de um inédito conselho consultivo de cardeais, dos cinco continentes, foi concretizada através da Constituição Apostólica ‘Praedicate Evangelium’, de 2022, propondo uma Cúria Romana mais atenta à vida da Igreja Católica no mundo e à sociedade, com maior protagonismo para os leigos e leigas.

Francisco convocou cinco assembleias do Sínodo, dedicadas à sinodalidade (2023 e 2024), à Amazónia (2019), aos jovens (2018) e à família (2015 e 2014), além de uma cimeira global sobre o combate e prevenção aos abusos sexuais (2019).

Durante este pontificado foram proclamados mais de 900 santos e santas – incluindo um grupo de 805 cristãos que morreram em Otranto (Itália), às mãos dos otomanos muçulmanos em agosto de 1480.

O elenco inclui incluindo várias figuras ligadas a Portugal: Francisco e Jacinta Marto, pastorinhos de Fátima, canonizados a 13 de maio de 2017 na Cova da Iria; D. Frei Bartolomeu dos Mártires (1514-1590), arcebispo de Braga, por canonização equipolente (dispensando o milagre requerido após a beatificação); o sacerdote português Ambrósio Francisco Ferro, morto no Brasil a 3 de outubro de 1645 durante perseguições anticatólicas, por tropas holandesas; o padre José Vaz, nascido em Goa, então território português, a 21 de abril de 1651, que foi declarado santo no Sri Lanka; e José de Anchieta (1534-1597), religioso espanhol que passou por Portugal e se empenhou na evangelização do Brasil.

Francisco convocou dez Consistórios, nos quais criou 163 cardeais, entre eles D. Manuel Clemente, patriarca emérito de Lisboa; D. António Marto, bispo emérito de Leiria-Fátima; D. José Tolentino Mendonça, prefeito do Dicastério para a Cultura e Educação; D. Américo Aguiar, bispo de Setúbal.

No seu pontificado, a Igreja Católica celebrou dois Jubileus – em 2016, num Ano Santo Extraordinário, dedicado à Misericórdia, e o atual Ano Santo ordinário, dedicado à esperança; criou, entre outros, o Dia Mundial dos Pobres, o Domingo da Palavra de Deus e o Dia Mundial dos Avós e dos Idosos.

Francisco foi o sexto pontífice mais velho da história da Igreja, atrás de Lúcio III (c. 1097-1185), Celestino III (c. 1106-1198), Gregório XVII (c. 1325-1417), Leão XIII (1810-1903) e Bento XVI (1927-2022).

OC | Imagem: Vatican Media

HOJE A INDEPENDÊNCIA DE TIMOR-LESTE NÃO TERIA SIDO POSSÍVEL -- Mário Robalo

Independência de Timor-Leste seria "muito difícil" atualmente, considera jornalista que entrevistou Xanana Gusmão na clandestinidade

"Com o contexto internacional e com o posicionamento que a ONU já não tem hoje no panorama da política internacional, ia ser muito difícil" conseguir a independência, diz Mário Robalo em entrevista.

O antigo jornalista Mário Robalo, que em 1991 conseguiu entrevistar Xanana Gusmão na clandestinidade, considera que a independência de Timor-Leste seria atualmente muito difícil ou mesmo impossível.

“A libertação de Timor-Leste, com o contexto internacional e com o posicionamento que a ONU já não tem hoje no panorama da política internacional, ia ser muito difícil”, disse Mário Robalo em entrevista à agência Lusa.

No verão de 1991, quando a antiga colónia de Portugal estava ainda ocupada pela Indonésia, o ex-repórter do semanário Expresso, através do então embaixador Francisco Lopes da Cruz, conselheiro do ditador Suharto, obteve autorização de Jacarta para visitar o território.

“Hoje, a independência não teria sido possível, com os panoramas que infelizmente vamos vendo”, declarou.

Mário Robalo, residente na zona de Viana do Castelo, recordou que o referendo de 1999, pelo qual a população se mostrou favorável à criação de um Estado soberano na parte oriental da ilha de Timor, foi realizado quando o presidente dos Estados Unidos era Bill Clinton, numa época em que a questão dos direitos humanos marcava a agenda da Organização das Nações Unidas (ONU).

Em Portugal, nessa altura, o primeiro-ministro era o socialista António Guterres, atual secretário-geral das Nações Unidas, enquanto Jaime Gama desempenhava as funções de ministro dos Negócios Estrangeiros.

Da parte timorense, o agora Presidente da República do país, José Ramos-Horta, assumia responsabilidades diplomáticas a nível global, enquanto representante da FRETILIN e do líder da resistência, Xanana Gusmão, no exterior, incluindo na ONU.

“Eles tiveram essa capacidade de trabalhar com a Administração Clinton, por esse interesse democrático”, salientou Mário Robalo, referindo-se ao Governo português e ao Conselho Nacional da Resistência Timorense.

Nos anos derradeiros do século XX, havia nas Nações Unidas e no mundo “um novo entendimento dos direitos humanos” e a sua violação constante na antiga colónia “aborrecia um bocado” o democrata Bill Clinton, considerou.

“O regime de Suharto sobrevivia com o apoio do armamento americano. Isso repercutiu-se naquilo que era a relação cruzada dos Estados Unidos e Jacarta e dos Estados Unidos com Lisboa”, enfatizou o antigo jornalista, que tinha cerca de 40 anos quando entrevistou Xanana, em 1991.

Em termos constitucionais, Portugal estava vinculado ao dever de concluir a descolonização do território e continuava a ser reconhecido pela ONU como sua potência administrante.

Tanto a resistência de Timor-Leste como o Governo de António Guterres “souberam muito bem manusear isso politicamente”, afirmou Mário Robalo, que em 1991 foi preso pelos militares indonésios e interrogado durante vários dias, em Díli, após o seu encontro com Xanana.

“Portugal soube aproveitar muito bem aquela fase Clinton e isso foi fundamental”, sublinhou.

A constituição da INTERFET, “uma força da ONU para intervir em Timor”, em 1999, em caso de violência após a consulta popular, “foi discutida, decidida e votada numa noite”, o que “hoje seria impossível”.

O antigo jornalista reconheceu que nos primeiros anos da ocupação militar pela Indonésia, iniciada em 07 de dezembro de 1975 e que causou milhares de mortos, também a presença da FRETILIN em Portugal “não era bem acolhida” a nível institucional.

Por exemplo, os exilados da Frente Revolucionária de Timor-Leste Independente, que tinha declarado unilateralmente a independência em 28 de novembro de 1975, dispunham de um espaço modesto cedido pela União Democrática Popular (UDP), na sede nacional deste partido, em Lisboa, onde realizavam as suas atividades.

“Eles tiveram muita dificuldade, inicialmente, sim”, confirmou.

Mário Robalo falou à Lusa a propósito do texto “Timor Leste: uma árdua luta pela liberdade”, que escreveu para a última edição da revista “Ipsis Verbis”, comemorativa dos 50 anos do 25 de Abril, com coordenação de Luís Filipe Torgal e Basílio Torres, lançada pelo Agrupamento de Escolas de Oliveira do Hospital, na semana passada.

João Paulo II recusou beijar solo em Díli por entender Timor-Leste como sua casa

O ex-jornalista Mário Robalo realçou este domingo que o papa João Paulo II, quando visitou Timor-Leste, em 1989, recusou beijar o solo por entender a diocese do Vaticano como sua casa.

Na sua opinião, incluindo com este gesto do papa, a Igreja Católica “teve um peso muito grande ao nível da discussão e solução internacional” para a autodeterminação da antiga colónia portuguesa.

Em entrevista à Lusa, Mário Robalo comentou a visita de João Paulo II a Timor-Leste, quando o líder político e religioso optou por não beijar o solo à chegada a Díli.

“Era uma diocese do Vaticano, sua casa”, da qual ele próprio era bispo, sendo representado localmente pelo administrador apostólico Ximenes Belo.

“Foi interpretado como ter admitido que Timor-Leste já era parte integrante da Indonésia, mas foi absolutamente ao contrário. João Paulo II não ia beijar solo do Vaticano”, explicou.

O papa “foi muito explícito”, querendo deixar claro que, no caso, não iria “reverenciar a casa dos outros”, como fizera antes em Jacarta, disse, alegando que “esta leitura ainda hoje está por fazer”.

“O primeiro telefone satélite móvel que Xanana Gusmão teve foi levado por D. Ximenes Belo através da mala diplomática do Vaticano”, que as autoridades indonésias “não podiam abrir”, salientou.

Há 34 anos, durante uma visita ao território, articulada com o futuro bispo e com a resistência, e sempre vigiada de perto pelas forças indonésias, Mário Robalo deslocou-se sobretudo em táxis que pertenciam a membros da rede clandestina que combatia a ocupação.

“A grande sabedoria do Xanana foi integrar a resistência entre as massas e não apenas através das armas”, enalteceu.

A detenção do antigo jornalista do Expresso na capital timorense, durante alguns dias, aconteceu porque um membro da organização independentista se prestou ao papel de “agente duplo” e avisou os militares indonésios sobre a entrevista a Xanana efetuada pelo jornalista português.

O homem foi executado.

Mário Robalo esteve depois mais três vezes na antiga colónia. Na primeira oportunidade, “por uma questão de ética”, visitou a família do timorense condenado por traição.

Observador | Lusa