segunda-feira, 25 de janeiro de 2016

China e Irão anunciam "novo capítulo" nas relações bilaterais


Pequim, 23 jan (Lusa) - A China e o Irão anunciaram hoje um "novo capítulo" nas relações bilaterais, com um "acordo de parceria estratégica" focado na área comercial e assinado à margem da visita do Presidente chinês Xi Jinping a Teerão.

É a primeira visita de um Presidente chinês ao Irão nos últimos 14 anos e ocorre poucos dias após as sanções internacionais ao país terem sido levantadas, na sequência de um histórico acordo nuclear.

"Com a visita do Presidente chinês e os nossos acordos, um "novo capítulo" foi iniciado nas relações entre Pequim e Teerão", afirmou o Presidente do Irão, Hassan Rouhani, numa conferência citada pela imprensa chinesa.

O líder iraniano avançou que, nos próximos dez anos, os intercâmbios comerciais entre os dois países deverão somar 600.000 milhões de dólares.

"A China e o Irão são dois importantes países em desenvolvimento e devem continuar a cooperar nos âmbitos regional e internacional", afirmou, por seu lado, Xi Jinping.

Pequim é o maior cliente do petróleo iraniano e, em 2014, o comércio entre as duas nações somou 52.000 milhões de dólares, de acordo com fontes oficiais.

O périplo do líder chinês pelo Médio Oriente incluiu ainda visitas à Arábia Saudita e Egito, numa altura em que a China arranca com um gigante plano de infraestruturas que pretende reativar a antiga Rota da Seda entre a China e a Europa através da Ásia Central.

Pelas contas do Governo chinês, aquela iniciativa - "Uma Faixa, uma Rota" - que inclui a construção de uma malha ferroviária de alta velocidade entre a China e a Europa, vai abranger 65 países e 4,4 mil milhões de pessoas - cerca de 60% da humanidade.

A visita de Xi terá ainda servido para acalmar as tensões entre Arábia Saudita e Irão.

Riade anunciou no início do mês o corte de relações diplomáticas com Teerão, na sequência da tensão gerada pela execução do clérigo xiita Nimr Baqer al-Nimr, crítico do poder no reino sunita.

Xi viajou acompanhado de uma alta delegação política e económica, que incluiu três vice-primeiros-ministros, seis ministros e altos responsáveis da economia e comércio chineses.

JOYP // CC

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