Brasília,
21 jul (Lusa) - A admissão da Guiné Equatorial na Comunidade dos Países de
Língua Portuguesa (CPLP) legitimou e deu força ao governo equato-guineense para
cometer mais violações de direitos humanos no país, alertou a organização
brasileira Conectas Direitos Humanos.
Em
resposta à agência Lusa, Camila Asano, coordenadora de política externa da
Conectas Direitos Humanos, disse que "a corrupção generalizada, a falta de
Estado de Direito e o completo desrespeito a direitos básicos da população
seguem crescendo".
"Acreditamos
que isso aconteceu porque o governo de Teodoro Obiang saiu fortalecido e
legitimado das negociações com a comunidade lusófona, sem a necessidade de
apresentar nenhuma contrapartida concreta em termos de respeito aos direitos
humanos", acrescentou.
A
abolição da pena de morte foi um dos pontos principais para a adesão do país à
comunidade lusófona, que foi efetivada a 23 de julho de 2014.
Camila
Asano sublinhou que, "mesmo antes da efetiva entrada do país no bloco,
sobravam indícios de que a medida era cosmética".
Ainda
assim, continuou, "a CPLP fez vista grossa e não realizou uma missão para
averiguar a real situação no terreno".
"Isso
contribuiu para que Obiang saísse fortalecido das negociações e pudesse agravar
a perseguição contra opositores e ativistas que lutam pela democracia",
comentou.
Dois
anos depois, é possível dizer, na visão da ativista, "que a entrada da
Guiné Equatorial na CPLP representou um cheque em branco para a ditadura, e não
uma oportunidade de mudança, como sustentaram com retórica os países favoráveis
a sua inclusão".
A
responsável da organização de defesa de direitos humanos advogou que a CPLP
deve organizar uma "missão para avaliar as condições políticas e sociais
no terreno", defendendo, por exemplo, que tal deveria ter acontecido
durante as eleições de abril, onde faltou "transparência, participação e
respeito aos direitos humanos".
"Esperamos
e pressionaremos para que a visita ocorra antes da cimeira do bloco", que
está prevista para novembro no Brasil, e que "os seus resultados sejam
alvo de debate durante o encontro", apelou.
A
ativista instigou ainda os restantes Estados-membros da CPLP a pressionarem o
país para a "efetiva abolição da pena de morte" e aplicarem outras
recomendações feitas pelo Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas.
"A
CPLP tem a obrigação de verificar e velar pelo respeito aos direitos humanos em
todos os países do bloco, tal como determina o artigo 5.º do seu estatuto
constitutivo. O caso da Guiné Equatorial é ilustrativo, mas certamente não é o
único", reforçou.
Para
cumprir aquilo a que se propôs, vincou, a comunidade precisa de fortalecer o
seu "papel fiscalizador e, sobretudo, de diálogo com a sociedade civil dos
países membros".
Questionada
sobre o Brasil, Camila Asano respondeu que o país perdeu com a adesão da Guiné
Equatorial ao grupo, porque defendeu um regime que é contra a democracia e os
direitos humanos, quando a Constituição brasileira determina que a política
externa do país seja "conduzida a partir da prevalência dos direitos
humanos".
Assim,
sublinhou, a apoio que o Brasil conferiu na altura ao processo foi "um
desrespeito a essa obrigação constitucional".
ANYN
// EL - Na foto: Ditador Teodore Obiang
1 comentário:
Meos amigos,.....o Portugal cometeu violacao Direitos Humanos duranti a sua negra colonizacao...e ainda nao prestou a conta perante a comunidade!! Portanto o Portugal nao e o melhor na comunidade.....o Portugal e o pior na historia...portanto...com jeito e calmaaa....
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