terça-feira, 26 de dezembro de 2017

Jesus Cristo existiu? Quase metade dos ingleses acha que não

Para um estudioso britânico, a confusão popular deve-se a argumentos arqueológicos pouco fiáveis, como o que defende que Jesus era bisneto de Cleópatra

Uma pesquisa recente revelou que 40 por cento dos adultos do Reino Unido não acreditam que Jesus tenha existido. Mas para Simon Gathercole, estudioso do Novo Testamento na Universidade de Cambridge, Jesus Cristo não é só uma ideia, mas uma "evidência histórica", defende, num artigo publicado no jornal The Guardian.

"Os estudiosos concordam que os primeiros escritos sobre a figura de Jesus Cristo foram redigidos 25 anos depois da morte de Jesus", mas alguns relatos biográficos detalhados de Jesus, nos evangelhos do Novo Testamento, datam de cerca de 40 anos depois da sua morte e nasceram a partir "de vários testemunhos oculares", pode ler-se na crónica.

"É difícil imaginar que os escritores cristãos inventassem uma figura de um salvador tão completamente judeu num tempo e lugar - sob a égide do império romano - onde existia uma forte suspeita de judaísmo", escreve Simon Gathercole.

De acordo com Gathercole, "parte da confusão popular em torno da existência de Jesus é gerada por argumentos arqueológicos peculiares". Recentemente, "houve afirmações de que Jesus era um bisneto de Cleópatra e até existiriam moedas antigas que supostamente mostravam Jesus com a coroa de espinhos".

No entanto, "é difícil encontrar historiadores que considerem este material um dado arqueológico sério", garante o estudioso. "Os documentos produzidos pelos escritores cristãos, judeus e romanos constituem a evidência mais significativa", sublinha.

Diário de Notícias | Foto EPA/Ahmed Jallankzo

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