Nações Unidas, Nova Iorque, 14
mai (Lusa) - O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, condenou
os ataques suicidas em três igrejas de Surabaya, na Indonésia, que causaram no
domingo pelo menos 11 mortos e mais de 40 feridos.
Num comunicado emitido pelo
porta-voz, Stéphane Dujarric, Guterres disse "estar chocado" com o
uso de crianças nas ações, depois das autoridades da Indonésia terem afirmado
que os atacantes eram todos da mesma família e entre eles estavam crianças e
adolescentes.
Os atentados registaram-se em
Surabaya, a segunda maior cidade da Indonésia, com o primeiro ataque a ocorrer
na igreja cristã de Santa Maria, onde morreram quatro pessoas, incluindo um dos
bombistas suicidas, disse aos jornalistas, o porta-voz da polícia local Frans
Barung Mangera.
O pai fez explodir um carro
armadilhado, dois filhos, de 18 e 16 anos, usaram uma moto num dos ataques,
enquanto a mãe estava com duas crianças de 12 e 9 anos na terceira igreja.
O ataque, reivindicado pelo grupo
extremista Estado Islâmico (EI) no mesmo dia, é o mais mortífero na Indonésia
desde os atentados de 2005 em Bali, nos quais morreram 20 pessoas e mais de 100
ficaram feridas.
O secretário-geral da ONU enviou
uma mensagem de condolência às famílias das vítimas mortais e desejou uma
recuperação rápida aos feridos.
António Guterres reiterou ainda o
"apoio das Nações Unidas ao Governo e ao povo da Indonésia nos esforços
para combater e prevenir o terrorismo e o extremismo violento, que incluem a
promoção do pluralismo, da moderação e da tolerância".
A província de Java oriental é um
dos palcos de ataques de movimentos extremistas islâmicos, já que a sua
capital, Surabaya, é uma das cidades com maior diversidade religiosa naquele
que é o mais populoso país muçulmano do mundo.
Os cristãos, muitos deles da
etnia minoritária chinesa, representam cerca de 9% da população da Indonésia,
que atinge 260 milhões de habitantes, enquanto os muçulmanos são 88% do total.
A Indonésia declarou alerta
máximo nas semanas anteriores ao Ramadão (período de jejum diurno observado
pelos muçulmanos), que começa na terça-feira, por ser uma época escolhida por
grupos extremistas islâmicas para realizar ataques.
FST (EA) // EJ
Sem comentários:
Enviar um comentário