Díli, 04 mai (Lusa) - O Nobel da
Paz e ex-Presidente timorense José Ramos-Horta considera que as consequências
da morte do líder da Renamo, Afonso Dhlakama, para o processo de paz em
Moçambique são imprevisíveis, cabendo aos moçambicanos saber como aproveitar
esta ocasião.
"A sua ausência pode
acelerar o processo de paz ou pode dificultar. Os irmãos moçambicanos melhor do
que eu, do que nós, saberão como aproveitar esta ocasião difícil para muitos
moçambicanos e tudo fazer para que a paz e a democracia sejam consolidadas em
Moçambique", disse o atual ministro de Estado timorense.
Considerando a morte de Dhlakama
uma "perda importante" para a Renamo, Ramos-Horta disse que
"independentemente de, no seu passado, ter dirigido uma das maiores
carnificinas em guerra civil em Moçambique, também foi um dos coautores, ou
co-arquitetos, do Acordo de Paz de Roma que pôs fim àquela guerra civil".
"Independentemente da sua
atitude de confrontação e desafio ao regime democrático em Moçambique, nos
últimos anos continuou a ser figura incontornável para qualquer processo de
paz" no país, disse.
O presidente da Renamo morreu
hoje pelas 08:00 (menos uma hora em Lisboa) na Serra da Gorongosa, centro de
Moçambique, devido a problemas de saúde.
O corpo deverá ser transferido
hoje para o Hospital Central da Beira, acrescentou a mesma fonte.
Afonso Dhlakama, 65 anos, vivia
refugiado na serra da Gorongosa, no centro do país, desde 2016, como havia
feito noutras ocasiões, quando se reacendiam os confrontos entre a Renamo e as
forças de defesa e segurança de Moçambique.
ASP // PJA
Sem comentários:
Enviar um comentário