quarta-feira, 13 de janeiro de 2016

Aung San Suu Kyi assume simbolicamente condução do processo de paz na Birmânia


Aung San Suu Kyi, cujo partido venceu as legislativas de Novembro na Birmânia, assumiu hoje simbolicamente a condução do processo de paz no país, onde rebeliões armadas desafiam o poder central há décadas.

"A partir de agora estamos prontos a conduzir o processo de paz, devido ao poder que nos confere o mandato atribuído pelo povo e pelas minorias étnicas", declarou Suu Kyi na conferência de paz que começou hoje na capital birmanesa, Naypyidaw, antes da primeira ronda formal de diálogo a nível nacional entre o governo e oito grupos étnicos armados.

O novo parlamento só se reunirá a 01 de Fevereiro e elegerá então o presidente, mas Aung San Suu Kyi já disse estar "optimista em relação ao fim próximo dos combates".

A prémio Nobel da Paz evocou a possibilidade de uma "verdadeira nação federal", ideia rejeitada até agora pelos militares que têm ocupado o poder.

O presidente birmanês cessante, Thein Sein, um antigo general, insistiu na sua vontade de "passar o processo de paz ao novo governo sem problemas".

Antiga colónia britânica, a Birmânia é confrontada desde a sua independência em 1948 com revoltas de grupos étnicos que exigem mais autonomia.

Em várias regiões fronteiriças, combates mortíferos opõem regularmente exército e grupos rebeldes, situação complicada com a questão do controlo de recursos naturais, como rubis e madeiras preciosas.

A 15 de Outubro, oito dos 15 grupos rebeldes acordaram um cessar-fogo parcial.

Nas últimas eleições, a Liga Nacional pela Democracia de Aung San Suu Kyi obteve uma vitória significativa, incluindo nas regiões dominadas pelas minorias étnicas, onde as expectativas são elevadas.

SAPO TL com Lusa

Sem comentários: