segunda-feira, 20 de junho de 2016

Deputada de Macau propõe instalações sociais em pista de corridas de galgos


Macau, China, 20 jun (Lusa) -- A deputada de Macau Ella Lei defendeu hoje, na Assembleia Legislativa, o fim das corridas de galgos na cidade e o aproveitamento do controverso canídromo para a criação de instalações sociais e desportivas.

"Nos últimos anos, o número de pessoas a apostar nas corridas de galgos diminuiu muito, havendo, assim, menos benefícios económicos e limitando as receitas do Governo", afirmou a deputada eleita por sufrágio indireto numa intervenção antes da ordem do dia.

Para Ella Lei, "o Governo deve retirar essas corridas por razões políticas, e ainda pelos benefícios económicos e necessidades da vida da população".

"Assim, não só pode aproveitar a parte desportiva das instalações, abrindo-a ao público durante todo o dia, mas também ter uma área de 17 mil metros quadrados para construir escolas e instalações de serviços sociais", afirmou.

"O Governo deve aproveitar o termo do contrato em regime de exclusivo das corridas de galgos e elaborar um plano de reutilização do respetivo terreno, a fim de permitir mais espaço para instalações comunitárias", defendeu a deputada, chamando a atenção para a ausência ou insuficiência das mesmas nas zonas da Ilha Verde e do Fai Chi Kei, onde tem aumentado, nos últimos anos, a oferta de habitação pública.

A operar há 50 anos, o Canídromo de Macau viu a licença renovada por dez anos em 2005, pelo que se gerou a expetativa de que pudesse encerrar no final de 2015.

Contudo, o Governo renovou a concessão da Yat Yuen por mais um ano, argumentando que não seria justo encerrar o espaço "de um dia para o outro".

O Canídromo de Macau é uma das mais cruéis pistas de corridas de cães do mundo, onde morrem mais de 20 animais por mês, de acordo com as organizações de defesa dos animais.

As receitas do canídromo, localizado numa zona de elevada densidade populacional, têm vindo a cair há vários anos.

Em 2015 cifraram-se em 125 milhões de patacas (13,7 milhões de euros, ao câmbio atual), menos 13,7% em que 2014, e menos 63% que em 2010.

As corridas de cães representaram no ano passado 0,05% do total arrecadado por todo o setor do jogo.

DM (ISG/MP) // APN

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