Pequim, 27 dez (Lusa) -- O
ex-vice-ministro da Segurança da China Ma Jian foi hoje condenado a prisão
perpétua por corrupção e uso de informação privilegiada, parte da mais ampla
campanha anticorrupção da história da República Popular.
O Tribunal Popular Intermédio de
Dalian, no nordeste do país, condenou ainda Ma a pagar mais de 50 milhões de
yuan (6,37 milhões de euros) em multas.
Ma Jian admitiu ser culpado e
decidiu não recorrer da sentença, detalhou a agência noticiosa oficial Xinhua.
A Comissão Central de Disciplina
e Inspeção do Partido Comunista Chinês anunciou, em janeiro de 2015, que Ma
tinha sido colocado sob investigação.
No mês seguinte, o
ex-vice-ministro da Segurança Pública foi destituído como membro da Conferência
Consultiva Política, uma espécie de senado sem poderes legislativos.
Ma, que trabalhou na agência de
espionagem da China durante mais de 30 anos e ocupava o cargo de vice-ministro
desde 2006, terá usado a sua influência em benefício do empresário Guo Wengui,
um dos homens mais ricos da China, que fugiu da China e vive agora num
apartamento de 68 milhões de dólares (mais de 59 milhões de euros), em Nova Iorque.
Guo afirma ter várias informações
comprometedoras para a liderança chinesa, incluindo sobre o vice-presidente,
Wang Qishan.
Após ascender ao poder, o
Presidente chinês, Xi Jinping, lançou uma campanha anticorrupção, hoje
considerada a mais persistente e ampla na história da China comunista, e que
resultou já na punição de um milhão e meio de membros do partido.
Os alvos incluíram funcionários
menores, a que Xi se refere como "moscas", mas também centenas de
"tigres" - altos quadros do partido, com a categoria de vice-ministro
ou superior.
Os dois casos mais mediáticos
envolveram a prisão do antigo chefe da Segurança Zhou Yongkang e do ex-diretor
do Comité Central do PCC e adjunto do antigo presidente Hu Jintao, Ling Jihua.
Além de combater a corrupção, a
campanha tem tido como propósito reforçar o "controlo ideológico" e
afastar rivais políticos, com as acusações a altos quadros do regime a
incluírem frequentemente "excesso de ambição política" ou
"conspiração".
JPI // FPA
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