Díli, 12 jul 2019 (Lusa) --
Milhares de pessoas, timorenses e estrangeiros, percorreram hoje em clima de
festa o centro de Díli na Marcha do Orgulho 2019, numa edição onde havia mais
celebração que reivindicação.
Ao longo da tarde timorenses e
estrangeiros caminharam ao longo das avenidas principais da capital, ao som de
bandas de 'majoretes' de uma escola muçulmana e de música eletrónica.
A palavra "Pride"
(Orgulho) escrita com balões com as cores do arco-íris - que se tornou símbolo
da comunidade LGBTI (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e
Intersexo)- abria o cortejo, onde se viram poucos cartazes reivindicativos, com
apelos a respeito pela igualdade e ao combate à discriminação e ao abuso.
O primeiro estudo sobre a
comunidade LGBTI em Timor, divulgado no final de 2017, sofreu violência e abuso
psicológico e físico, incluindo casamentos forçados e violações para 'corrigir'
a identidade sexual.
Relatórios documentam vários
testemunhos de abuso psicológico e físico, incluindo violência doméstica,
casamentos forçados e tentativas, por membros da família, de mudar a orientação
sexual e identidade de género das pessoas.
Examina ainda outros fatores
sociais e económicos, como a dependência financeira das famílias, e como isso
afeta as suas vidas na sociedade timorense, recomendando ao Governo e à
sociedade civil mais apoio às mulheres lésbicas e bissexuais e aos homens
transexuais, criando "oportunidades para aumentar suas próprias
capacidades de forma a ajudá-los a ser os principais defensores dos seus
próprios direitos", segundo o estudo, realizado em conjunto pela
organização timorense Rede Feto (Rede Mulher) e pela organização ASEAN SOGIE
Caucus, que luta por direitos LGBTI no sudeste asiático.
ASP // JH
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