Pequim, 19 mai 2019 (Lusa) - O
ministro dos Negócios Estrangeiros da China pediu aos Estados Unidos para não
irem "longe demais" e para evitarem novas "medidas
prejudiciais" que atentam contra os interesses chineses durante uma conversa
telefónica com o chefe da diplomacia dos EUA.
Durante a conversa com Mike
Pompeo, Wang Yi expressou a sua firme oposição ao decreto emitido na semana
passada pelo Presidente dos EUA, Donald Trump, que proíbe o uso de equipamentos
tecnológicos de empresas que supostamente tentam espiar o país, o que poderá,
na prática, restringir os negócios de empresas como a Huawei, pode ler-se na
imprensa chinesa de hoje.
"Os EUA devem mudar de curso
para evitar danos maior nos laços bilaterais em maio, porque a cooperação é a
única opção correta para os dois países", afirmou Wang durante a conversa
telefónica que ocorreu no sábado, segundo o jornal diário China Daily.
O pedido ocorre depois do anúncio
da ordem executiva de Trump contra os "adversários estrangeiros" dos
Estados Unidos, embora não nomeie especificamente a China, um país com o qual
mantém uma disputa comercial.
As negociações para acabar com a
guerra comercial ainda não chegaram a um fim, após mais de dez rondas de
encontros, mas não há sinal de resolução a curto prazo após a imposição mútua
de tarifas e a troca de acusações dos últimos dias.
"A China sempre esteve
disposta a resolver disputas económicas e comerciais por meio de negociações e
consultas que, no entanto, devem ser conduzidas com base na igualdade",
disse Wang, acrescentando que a China, como em qualquer outra negociação, deve
"salvaguardar os seus interesses legítimos, responder aos apelos do seu
povo e defender as regras básicas das relações internacionais".
De acordo com o jornal estatal,
os dois lados também trocaram opiniões sobre o mais recente desenvolvimento da
questão iraniana, em torno da qual Wang enfatizou que a China está comprometida
com a desnuclearização, paz e estabilidade no Médio Oriente.
"Esperamos que todas as
partes ajam com contenção e cautela, a fim de evitar o aumento das tensões",
conclui Wang, citado pelo diário chinês.
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