Pequim, 10 ago 2020 (Lusa) -
Aviões da força aérea chinesa cruzaram hoje a linha imaginária que separa o
estreito de Taiwan, numa altura em que se realiza a visita de mais alto nível à
ilha por um funcionário norte-americano desde 1979.
Segundo um comunicado difundido
pelo ministério da Defesa de Taiwan, caças J-10 e J-11 sobrevoaram a referida
área por volta das 09:00 (02:00, em Lisboa).
O exército da ilha seguiu os
aviões, através do sistema de mísseis antiaéreos terrestres, e emitiu uma
advertência verbal aos caças chineses, antes de enviar uma patrulha para os
intercetar e "expulsá-los".
O Quartel-General da Força Aérea
de Taiwan assegurou que esta "invasão deliberada deteriora a situação no
Estreito de Taiwan" e "prejudica gravemente a segurança e a
estabilidade na região".
O secretário de Saúde e Serviços
Humanos norte-americano, Alex Azar, iniciou hoje a visita de mais alto nível a
Taiwan por um funcionário norte-americano, desde 1979, quando Washington e
Pequim estabeleceram relações diplomáticas.
Azar reuniu-se com a Presidente
de Taiwan, Tsai Ing-wen, a quem transmitiu uma "mensagem de firme
apoio", enviada pelo chefe de Estado norte-americano, Donald Trump.
A questão de Taiwan é vista por
Pequim como a "mais sensível e importante" no seu relacionamento com
os Estados Unidos.
A República Popular da China
condena qualquer contacto oficial com a ilha, que funciona como uma entidade
política soberana, ameaçando a reunificação pela força, "caso seja
necessário".
Esta visita representa mais um
passo na política atual de Washington de rivalidade em relação à China em
praticamente todas as frentes: comércio, competição tecnológica, a pandemia do
novo coronavírus, direitos humanos ou a soberania do Mar do Sul da China.
China e Taiwan vivem como dois
territórios autónomos desde 1949, altura em que o antigo governo nacionalista
chinês se refugiou na ilha após a derrota na guerra civil frente aos
comunistas.
Taiwan, que se auto designa
República da China, tornou-se, entretanto, numa democracia com uma forte
sociedade civil, mas Pequim considera a ilha parte do seu território.
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