Sydney, 09 ago 2020 (Lusa) -- A
Austrália registou hoje o maior número de mortes por covid-19 num só dia desde
o início da pandemia, com 17 só no Estado de Victoria, onde ocorreu um surto do
novo coronavírus nas últimas semanas.
Segundo o Governador do Estado de
Victoria, Daniel Andrews, 10 das mortes ocorreram em lares de idosos e, só
neste Estado, foram detetados 394 novos casos de covid-19 nas últimas 24 horas.
A Austrália contabiliza assim
21.084 casos e 295 mortes, sendo que 14.659 dos infetados e 210 mortes são no
Estado de Victoria.
Hoje, as autoridades deste Estado
anunciaram um pacote de ajuda de 59,7 dólares australianos (36,2 milhões de
euros) destinados a serviços de saúde mental.
A Austrália parecia ter
controlado a pandemia, mas em inícios de julho surgiu um surto no Estado de
Victoria, especialmente concentrado na capital, Melbourne, que se agravou por
um suposto incumprimento das medidas de quarentena impostas aos viajantes
internacionais.
As autoridades do Estado
ordenaram, em 09 de julho, o confinamento em Melbourne por seis semanas, mas
como as transmissões locais continuaram foi imposto o recolher no último
domingo e, na quinta-feira, as restrições foram elevadas ao nível quatro até
meados de setembro.
O confinamento total implica o
encerramento dos negócios não essenciais como as lojas de retalho e ginásios,
assim como restrições nas operações em setores como os da construção e de
processamento de carne.
As medidas impostas em Victoria,
um Estado que representa 23% da economia nacional, "têm um custo muito
significativo e causarão impacto no caminho da recuperação", disse aos
jornalistas o primeiro-ministro australiano, Scott Morrison, na quinta-feira,
em Camberra.
Um custo estimado em, pelo menos,
10.000 milhões de dólares australianos (6,062 milhões de euros) e uma taxa de
desemprego que se prevê aumentar de 9,25% para 10%, embora a taxa efetiva possa
rondar os 13%.
A pandemia de covid-19
já provocou cerca de 722 mil mortos e infetou mais de 19,4
milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito
pela agência francesa AFP.
As medidas para combater a
pandemia paralisaram setores inteiros da economia mundial e levaram o Fundo
monetário Internacional (FMI) a fazer previsões sem precedentes nos seus quase
75 anos: a economia mundial poderá cair 4,9% em 2020, arrastada por uma
contração de 8% nos Estados Unidos, de 10,2% na zona euro e de 5,8% no Japão.
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