Díli, 27 abr (Lusa) - O 'avô
Nana', alcunha pelo qual é agora conhecido o líder histórico timorense Xanana
Gusmão, retomou hoje, em força, a campanha da Aliança de Mudança para o
Progresso (AMP) com um pequeno comício na zona ocidental da cidade de Díli.
Uma larga multidão convergiu no
campo de futebol de D. Bosco, no bairro de Comoro, para o comício onde se
evidenciam, além das muitas bandeiras da AMP, outras dos três partidos que a
integram: CNRT, PLP e KHUNTO.
Tal como tem ocorrido em
praticamente todas as ações de campanha, os jovens dominavam o público, e foi
para eles que se dirigiram alguns dos comentários políticos.
Referências à "terceira
idade" dos líderes que uniram três partidos - já depois da tomada de posse
do atual Governo - para criar uma aliança que parte, pelo menos
matematicamente, à frente para o voto: controlam 35 dos 65 lugares do
parlamento.
Xanana Gusmão, presidente do
Congresso Nacional da Reconstrução Timorense (CNRT), Taur Matan Ruak,
presidente do Partido Libertação Popular (PLP) e José Naimori, fundador do
Kmanek Haburas Unidade Nacional Timor Oan (KHUNTO), lideram a campanha da AMP.
Uma coligação de anteriores
adversários que se uniram contra o Governo liderado pela Frente Revolucionária
do Timor-Leste Independente (Fretilin) e pelo Partido Democrático (PD).
Hoje Taur Matan Ruak não estava -
o PLP estava representado na tribuna de honra por Fidelis Magalhães - cabendo a
José Naimori 'aquecer o ambiente'.
Um discurso emotivo, cheio de
referências irónicas e criticas à Fretilin - aspeto que tem marcado grande parte
da campanha da AMP.
Xanana Gusmão, que discursou
depois, voltou à campanha depois de uma ausência de vários dias durante o qual
se deslocou a Nova Iorque para participar, a convite do presidente da
Assembleia Geral da ONU, num encontro de alto nível sobre "construção e
sustentação da paz".
A visita ocorreu depois de no
inicio de março Xanana Gusmão ter cancelado uma visita a Nova Iorque onde
deveria testemunhar, com o secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, a
assinatura do tratado de fronteiras marítimas entre Timor-Leste e a Austrália.
Na véspera da visita Xanana
Gusmão alterou os planos e foi à Serra Leoa, no âmbito de uma visita do g7+,
acabando por deixar para agora um diálogo com António Guterres com quem, como
explicou hoje, pode falar "sobra a situação atual".
No sábado, o líder timorense e
uma caravana de dirigentes e militantes da AMP partem para o enclave de
Oecusse, a região administrativa especial que tem sido presidida, nos últimos
anos, por Mari Alkatiri, secretário-geral da Frente Revolucionária do
Timor-Leste Independente (Fretilin) e atual primeiro-ministro.
Em 2017, a Fretilin conquistou
praticamente o mesmo número de votos em Oecusse que os três partidos que
compõem a AMP juntos - Congresso Nacional da Reconstrução Timorense (CNRT),
Partido Libertação Popular (PLP) e Kmanek Haburas Unidade Nacional Timor Oan
(KHUNTO) - pelo que o comício previsto para domingo está a suscitar algum
interesse.
Momento para o qual Xanana Gusmão
remeteu uma conversa mais ampla com os jornalistas.
ASP // PJA
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