quarta-feira, 13 de julho de 2016

Deputados querem reduzir orçamento retificativo do Governo timorense



Díli, 12 jul (Lusa) - A Comissão C do Parlamento Nacional timorense defendeu hoje uma redução de 391 para 284 milhões de dólares no valor do orçamento retificativo apresentado pelo Governo, considerando que o resto seja retirado dos saldos dos fundos atuais.

Em concreto, sublinham no relatório de análise do texto do Governo - que começa hoje a ser debatido no plenário - que a diferença deve ser retirada dos fundos de infraestruturas, capital humano e fundo consolidado de Timor-Leste, ou conta do Tesouro).

O parecer da comissão considera que a proposta de retificação "cumpre genericamente os princípios de gestão orçamental", mas alerta para o facto do gasto adicional aumentar os levantamentos do Fundo Petrolífero (FP).

Neste caso, nota, a dependência orçamental do FP passa de 88,23 para 90,72%, o que afetará o valor do rendimento sustentável do fundo nos próximos anos.

Tendo em conta o grande impacto financeiro deste volume de gastos, os deputados consideram "essencial" que o Governo pague dividas que têm com terceiros, algumas de anos anteriores, "de forma a minimizar os efeitos nefastos da falta de liquidez nas empresas, que são indevidamente chamadas a financiar as depesas do Estado".

Uma situação, recorda, que os deputados da comissão "anteviam há vários anos e para a qual alertou o executivo por diversas ocasiões".

No caso do orçamento retificativo considera, porém, que só estão contemplados o pagamento de dívidas não financeiras relacionadas com "capital de desenvolvimento" quando falta pagar "um volume significativo de dívidas" por bens e serviços.

Nos documentos orçamentais, o Governo explica que o orçamento retificativo se destina a financiar projetos de infraestruturas vitais que estão a avançar mais rapidamente do que o previsto", sublinhando que se trata de projetos necessários para criar as bases para o "desenvolvimento sustentável a longo prazo, conduzido pelo setor privado".

Segundo o Governo, a alocação orçamental inicialmente prevista "não é suficiente para cobrir todos os projetos de infraestruturas atualmente em curso até final do ano" e que, sem o Orçamento Retificativo, esta despesa de capital adicional teria de ser considerada nas contas públicas de 2017.

"Aumentar o orçamento de capital em 2016 permitirá a aceleração dos benefícios económicos para o país e contribuirá para a diversificação económica", explica.

O Governo, liderado pelo primeiro-ministro, Rui Maria de Araújo, está hoje praticamente em peso no Parlamento Nacional para o debate e votação na generalidade da proposta de orçamento retificativo.

ASP // ARA

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