Díli,
14 abr (Lusa) - A formação dos jovens deve transmitir cada vez mais o
"saber fazer", com reforço das vias profissionalizantes para preparar
melhor os jovens para o mercado de trabalho, disse o ministro da Educação
timorense.
"Debater
o ensino pela via profissionalizante acaba por ser um desafio que mexe com
preconceitos plantados há muito nas nossas sociedades. Temos estado preocupados
sobre como transmitir o saber mais (e) muito pouco com o saber fazer",
disse Fernando La
Samade Araújo.
"Formamos
muitos jovens que não foram preparados para enfrentar o mundo do trabalho e
nunca lhes conferimos instrumentos para enfrentar as dificuldades de adaptação
aos novos tempos, sobretudo as realidades de desemprego e da mobilidade",
considerou.
O
ministro timorense falava no arranque de um seminário técnico sobre o Plano
Estratégico de Cooperação Multilateral no Domínio da Educação da CPLP, que
decorre hoje no salão nobre do Ministério dos Negócios Estrangeiros, em Díli.
Trata-se,
explicou, de um momento de partilha de "boas ideias e melhores
práticas" dos Estados membros da CPLP sobre uma matéria como a educação,
"instrumento essencial para a melhoria de vida dos cidadãos".
Uma
agenda "vasta e ambiciosa" que culminará, disse, com a aprovação de
um conjunto de documentos essenciais para a cooperação multilateral, no seio da
CPLP, no domínio da educação.
E
que assenta no reconhecimento das "semelhanças e especificidades dos
sistemas educativos dos nove países" da CPLP, a par da "definição de
metas realistas" que permitam a sua implementação.
Entre
as ideias na agenda, o Governante saudou a proposta para a criação do Programa
"Pessoa", uma versão lusófona do programa Erasmus.
"Seria
interessante acarinhar esta proposta e ajudar a promover a iniciativa de
reduzir a distância física entre os nossos povos. Quem melhor do que os jovens
promissores dos nossos países para abrirem a porta comum do futuro",
afirmou.
Apesar
de não faltarem "boas ideias e projetos interessantes" La Sama de Araújo recordou
que "o grande problema da família CPLP" continua a ser a sua
implementação, condicionada por fatores como as limitações de recursos
materiais e humanos.
Ainda
assim, disse, dada a natureza estratégica da educação, a CPLP deve ser capaz de
procurar encontrar pontos comuns de trabalho para fazer avançar uma agenda
multilateral.
No
encontro, onde participa também o secretário executivo da CPLP, o embaixador
Murade Murargy, os peritos nacionais dois nove Estados membros do espaço
lusófono devem aprovar um conjunto de recomendações sobre o Plano Estratégico
de Cooperação Multilateral no Domínio da Educação da CPLP e respetivo Plano de
Ação (2015-2020).
Intervindo
no arranque do encontro, Murargy recordou a importância da reflexão abrangente
para analisar instrumentos estratégicos que ajudem a influenciar a qualidade
dos sistemas educativos dos Estados membros.
Reconhecendo
a dificuldade de articular as especificidades dos sistemas educativos dos nove
estados membros, Murargy considerou que é possível "identificar ações de
cooperação multilateral orientadas para resultados concretos com vista à
melhoria" da qualidade educativa.
O
seminário de hoje marca o arranque de uma semana dedicada ao setor educativo,
com vários encontros que culminam, na sexta-feira, com a 1ª Reunião
Extraordinária de Ministros da Educação da CPLP, sob o lema fomentar a união da
CPLP em defesa de sistemas educativos "inclusivos, eficientes e
eficazes".
Na
quarta-feira decorre um colóquio sobre "Ensino Técnico Profissionalizante
na CPLP" e na quinta-feira a IV Reunião Ordinária dos Pontos Focais de
Educação.
ASP
// JCS
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