quarta-feira, 22 de julho de 2015

Negada fiança a quatro suspeitos de planearem atentado em Hong Kong


Hong Kong, China, 22 jul (Lusa) -- Quatro suspeitos detidos em junho e acusados de planearem um atentado à bomba em Hong Kong viram hoje ser-lhes recusada fiança pelo tribunal.

Cinco homens e uma mulher, com idades entre 21 e 34 anos, foram acusados de conspiração para causar uma explosão depois de a polícia ter encontrado produtos químicos nos antigos estúdios da televisão ATV, já abandonados, em Sai Kung, os quais estariam a ser usados como fábrica de explosivos.

O quinto homem também permanece sob custódia. A mulher já tinha sido libertada sob fiança.

O tipo de bomba encontrado consistia num explosivo de "forte potência" que já foi utilizado em diferentes atentados, como o de julho de 2005 em Londres, em que morreram 52 pessoas e mais de 700 ficaram feridas.

A polícia deteve dez pessoas em meados de junho, dias antes de os deputados em Hong Kong votarem a controversa proposta de lei de reforma política apoiada por Pequim e que esteve na origem de protestos no ano passado na antiga colónia britânica.

Caso sejam condenados pela acusação de conspiração para o fabrico de explosivos, transversal a todos os detidos, arriscam uma pena máxima de 20 anos de prisão.

Dois dos suspeitos estariam a planear, segundo a polícia, detonar um engenho explosivo a 14 de junho, três dias antes de ser iniciado o debate para a votação no Conselho Legislativo (LegCo) da proposta de lei que previa a introdução do sufrágio universal nas eleições para o chefe do Executivo em 2017, mas só depois de uma pré-seleção de dois a três candidatos, num processo descrito pela ala democrata como uma "triagem".

A proposta de reforma eleitoral foi chumbada com 28 votos contra e oito a favor, numa sessão em que apenas votaram 36 dos 70 membros do LegCo.

Um dos detidos admitiu pertencer a "um grupo radical local".

O grupo foi apontado, por alguma imprensa de Hong Kong, como sendo o National Independent Party e relacionado com o movimento pró-democracia, escreve a AFP.

Mas alguns ativistas pró-democracia acusaram as autoridades de fazerem campanha contra o movimento e disseram que nunca ouviram falar de tal organização.

Durante a sua primeira apresentação em tribunal, a 17 de junho, os suspeitos disseram ter sido coagidos a colaborar com a polícia sob ameaça, reportou então o South China Morning Post.

O caso foi adiado até 04 de setembro.

Os investigadores ainda estão a testar os químicos, disse a procuradora Noelle Chit.
Além disso, estão a examinar os 'sites' visitados pelos suspeitos e as mensagens que terão enviado, enquanto tentam aceder aos seus computadores e telefones, acrescentou.

FV (DM) // VM

Sem comentários: