sábado, 13 de maio de 2017

13 de Maio | AS ÚLTIMAS HORAS DO PAPA FRANCISCO EM FÁTIMA - com fotos

Jacinta e Francisco já são santos

O papa Francisco canonizou às 10:27h de hoje, em Fátima, os pastorinhos Jacinta e Francisco Marto.

Estas são as duas primeiras crianças não mártires a ser elevadas à categoria de santos pela Igreja Católica.

A canonização de Jacinta e Francisco Marto marca o ponto alto das comemorações do Centenário das Aparições da Cova da Iria e tem lugar no início da missa que o papa concelebrará no altar do recinto a partir das 10h.

Lusa | TSF | Foto: Paulo Cunha/Lusa

"Uma Igreja pobre de meios e rica em amor"

"Não podia deixar de vir" a Fátima. Palavras do Papa Francisco, esta manhã, na homilia.

O papa pediu, este sábado, aos peregrinos de Fátima que sejam, no mundo, "sentinelas da madrugada que sabem contemplar o verdadeiro rosto de Jesus Salvador, aquele que brilha na Páscoa", assim como que descubram, "novamente, o rosto jovem e belo da Igreja".

O papa Francisco disse hoje que "não podia deixar de vir" a Fátima, porque Maria traz "esperança e paz", agradeceu aos peregrinos por o acompanharem e lembrou os doentes, presos, pobres e desempregados.

"Não podia deixar de vir aqui venerar a Virgem Mãe e confiar-lhe os seus filhos e filhas", afirmou Francisco na homilia da eucaristia que encerra a peregrinação internacional aniversária de 12 e 13 de maio.

Segundo Francisco, sob o "manto" de Nossa Senhora de Fátima "não se perdem" e terão "a esperança e a paz que necessitam" os "doentes e pessoas com deficiência, os presos e desempregados, os pobres e abandonados".

Antes, o papa citou as "Memórias" da irmã Lúcia a propósito de uma "visão" de Jacinta, hoje tornada santa.

"Não vês tanta estrada, tantos caminhos e campos cheios de gente, a chorar com fome, e não tem nada para comer? E o Santo Padre numa Igreja, diante do Imaculado Coração de Maria, a rezar? E tanta gente a rezar com ele?", referiu, para depois agradecer à imensa multidão de fiéis no recinto de oração por o acompanharem nesta peregrinação.

Pedindo aos peregrinos para rezarem a Deus "com a esperança de que nos escutem os homens", Francisco cita, depois, uma carta da irmã Lúcia, para acrescentar que em Fátima o Céu "desencadeia uma verdadeira mobilização geral" contra a "indiferença" que gela o coração e "agrava a miopia do olhar".

"Não queiramos ser uma esperança abortada. A vida só pode sobreviver graças à generosidade de outra vida", apelou.

Para Francisco, esta Igreja "brilha quando é missionária, acolhedora, livre, fiel, pobre de meios e rica no amor".

O papa presidiu hoje às cerimónias principais dos cem anos das aparições marianas na Cova da Iria. Antes da missa, Francisco canonizou Francisco e Jacinta Marto, duas das crianças que estão na origem do fenómeno de Fátima.

Lusa | TSF

Peregrinos de Cabinda pedem a libertação do enclave de Angola

Um grupo de peregrinos de Cabinda encontra-se em Fátima "para pedir à Virgem, que vele por uma terra que é sua e livre o seu povo da opressão" angolana, disse um dos participantes à agência Lusa.

"Vimos pedir à Senhora de Fátima para que estenda o seu olhar para Cabinda, uma terra católica que sofre diariamente o jugo opressor. Fátima é um sinal de esperança e à Virgem dirigimos as nossas preces para que vele pelo nosso povo", disse Henrique Zugada, que vive em Portugal, mas nasceu em Cabinda e apoia a causa independentista do enclave entre as Repúblicas do Congo, no norte de Angola.

O presidente da Frente de Libertação do Estado de Cabinda (FLEC), Emmanuel Nzita, exortou hoje o Vaticano a pronunciar-se sobre a "tragédia diária" naquele enclave angolano, numa mensagem a propósito da visita do papa Francisco a Fátima.

Hoje, em comunicado enviado à agência Lusa, em Luanda, o presidente daquela organização que defende a autonomia de Cabinda e que já reivindicou, através do braço armado, as Forças Armadas Cabindas (FAC), vários ataques mortais a militares angolanos nos últimos meses, escreve que "agradece e solidariza-se com a visita do papa Francisco".

"Fátima é um altar de esperança e um exemplo para a paz no mundo, motivo pelo qual agradecemos ao nosso papa Francisco que reze por Cabinda e pelo direito à autodeterminação das suas gentes. Nós, os cabindas, agradecemos todo o apoio que a nossa comunidade, presente no santuário, tem recebido por parte dos nossos irmãos portugueses e também das autoridades eclesiásticas", lê-se no comunicado, assinado por Emmanuel Nzita.

A FLEC-FAC luta pela independência de Cabinda, alegando que o enclave, de onde provém a maior parte do petróleo angolano, era um protetorado português, tal como ficou estabelecido no Tratado de Simulambuco, assinado em 1885, e não parte do território angolano.

Criada em 1963, a organização independentista dividiu-se em diferentes fações, efémeras, com a FLEC-FAC a manter-se como o único movimento de resistência armada contra a administração de Luanda, tendo reclamado a autoria de vários ataques mortais junto das Forças Armadas Angolanas desde 2016, os quais são negados pelo Governo de Luanda.

"O regime angolano, ateu e marxista, que tudo corrompe, não conseguirá quebrar a esperança e a nossa ligação ao nosso clero. Chegou a hora do Vaticano se pronunciar sobre a tragédia diária de Cabinda, como amante de paz e reclamar e defender este povo", concluiu o comunicado da FLEC-FAC.

O papa Francisco canonizou hoje, em Fátima, os beatos Jacinta e Francisco Marto, duas crianças que, em 1917, afirmaram ter assistido à aparição da Virgem Maria.

A canonização marca o ponto alto das comemorações do Centenário das Aparições da Cova da Iria e tem lugar no início da missa que o papa concelebrará no altar do recinto a partir das 10:00.

Lusa | TSF

Fotos em TSF

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