Macau,
China, 01 out (Lusa) - Perto de mil pessoas, segundo a polícia, manifestaram-se
em Macau hoje, Dia Nacional da China, com diversas reivindicações, mas nenhuma
delas relacionada com questões políticas e as liberdades no território, como
aconteceu em Hong Kong.
Foram
quatro as associações que se manifestaram hoje em Macau: Associação Poder do
Povo, Associação de Armação de Ferro e Aço de Macau, Associação de Ativismo
para a Democracia e Associação de Proprietários de Pearl Horizon.
As
três primeiras saíram à rua e entregaram uma petição na sede do Governo local a
pedir menos trabalhadores não residentes em Macau.
Já
a Associação de Proprietários de Pearl Horizon é formada por compradores de
casas da urbanização Pearl Horizon, que não foi construída no prazo dado ao
promotor do projeto, tendo o Governo de Macau decidido recuperar os terrenos.
Os
membros desta associação pedem ao Governo para intervir no processo, de forma a
recuperarem o investimento que já haviam feito.
Num
comunicado divulgado após o protesto, o executivo de Macau lembra que o
promotor do projeto recorreu da decisão do Governo, pelo que se aguarda neste
momento uma decisão dos tribunais.
"O
Governo só pode esperar pelo resultado da ação [judicial] para poder elaborar a
proposta final e neste momento não tem fundamento tanto jurídico como factual
para tomar qualquer decisão. O Governo reafirma que este Governo irá investir
todos os esforços para salvaguardar os interesses legítimos dos proprietários
dentro das normas jurídicas, seja qual for o resultado da ação judicial",
acrescenta o texto.
Segundo
dados da polícia citados pelos meios de comunicação de Macau, esta foi a
manifestação em que estiveram mais pessoas hoje: cerca de 600. Já os
organizadores falam em mil.
Quanto
aos outros protestos, a polícia estimou que contaram com cerca de 300 pessoas
no seu conjunto.
Macau
e Hong Kong são as duas regiões da China com administração especial, ou seja,
onde há liberdades que não existem no resto do país.
Durante
a cerimónia oficial que, em Hong Kong, assinalou hoje o 67.º aniversário da
República Popular da China, o chefe do executivo local foi interrompido por
protestos enquanto discursava por deputados pró-democracia, que gritaram
palavras de ordem a pedir a sua demissão, antes de serem retirados pelos
seguranças.
Vários
novos deputados que ganharam assento no Conselho Legislativo (LegCo) nas
eleições de setembro e que apelam para a autodeterminação e mesmo independência
de Hong Kong boicotaram o evento.
Desde
as manifestações pró-democracia e ocupação das ruas em 2014 em Hong Kong, uma
nova vaga de grupos designados 'localists' aumentou os pedidos de rutura em
relação à China.
Longas
faixas vermelhas com mensagens a apelar para a independência de Hong Kong foram
penduradas em edifícios de várias universidades na cidade hoje.
Um
grupo de manifestantes, liderado pelo deputado radical Leung Kwok-hung,
conhecido como "Long Hair" ("Cabelo Comprido"), reuniu-se
fora do centro de convenções onde decorriam as celebrações e pediu a libertação
de presos políticos na China.
MP
(FV) // CSJ – Foto: Carmo Correia / EPA
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