O
chefe do Executivo de Hong Kong apelou hoje à união sob o sistema político da
cidade numa altura em que crescem os pedidos de independência, durante um
discurso para assinalar o Dia Nacional da China interrompido por protestos
CY
Leung discursava numa receção para assinalar o 67.º aniversário da fundação da
República Popular da China por Mao Zedong em 1949, depois de forças comunistas
terem ganho a guerra civil no interior da China.
Hong
Kong e Macau são governados ao abrigo do princípio "Um país, dois
sistemas", um acordo que garante durante 50 anos - até 2047 e 2049,
respetivamente -, liberdades não observadas no interior da China, entre outros.
CY
Leung descreveu o sistema como o "mais benéfico e prático" para Hong
Kong.
Também
encorajou os jovens de Hong Kong a visitarem a China, afirmando que há
"profundos laços de sangue" entre os dois lados da fronteira.
Deputados
pró-democracia interromperam o discurso de CY Leung, gritando palavras de ordem
a pedir a sua demissão, antes de serem retirados pelos seguranças.
Entre
os deputados que protestaram estava James To, do Partido Democrático, que disse
que CY Leung "causou divisões na cidade e fez com que os residentes sintam
que não podem continuar (com Leung no poder)".
Vários
novos deputados que ganharam assento no Conselho Legislativo (LegCo) nas
eleições de setembro e que apelam à autodeterminação e mesmo independência de
Hong Kong boicotaram o evento.
Nathan
Law, que aos 23 anos se tornou o mais jovem membro do LegCo, foi um dos
ausentes.
"Enquanto
eles não reconhecerem que o estão a fazer é errado, não devemos ir e celebrar
este tipo de data", disse Law, apontando a Revolução Cultural e o caso dos
desaparecimentos de cinco livreiros em Hong Kong no ano passado como algumas
das violações de direitos humanos cometidas pela China.
Desde
as manifestações pró-democracia e ocupação das ruas em 2014 uma nova vaga de
grupos designados 'localists' aumentou os pedidos de rutura em relação à China.
A
jovem deputada Yau Wai-ching, do grupo Youngspiration, também não participou no
evento.
"Não
é um dia nacional para os residentes de Hong Kong", disse à AFP.
Longas
faixas vermelhas com mensagens a apelar à independência de Hong Kong foram
penduradas em edifícios de várias universidades na cidade.
Um
grupo de manifestantes, liderado pelo deputado radical Leung Kwok-hung,
conhecido como "Long Hair" ("Cabelo Comprido"), reuniu-se
fora do centro de convenções onde decorriam as celebrações e pediu a libertação
de presos políticos na China.
Lusa,
em Notícias ao Minuto
Sem comentários:
Enviar um comentário