sábado, 29 de outubro de 2016

Regresso de magistrados estrangeiros: Um erro ou reconhecimento de que a expulsão foi um erro?


Contratar ou não magistrados estrangeiros para Timor-Leste: Um erro ou o reconhecimento de que a expulsão foi um erro


Ainda não está claro para a população Timorense até que ponto a presença de magistrados estrangeiros é útil, necessária e coerente para o país, quando o mesmo parlamento que, sem amplos debates e justificativas ao menos aproximadas de um amadurecido entendimento comum, expulsou tais magistrados e agora, dois anos depois, volta atrás na decisão. Qual das duas decisões é tendenciosa? 

É sabido e notório que há uma insuficiência de profissionais no sistema judicial em funções que exigem maior qualificação, mas convém que a experiência passada com aqueles que eram provindos de outros países seja o elemento norteador da solução proposta pelo governo e aprovada pelos parlamentares.

Alguns esclarecimentos são imprescindíveis: 

1) Em que medida o  poder judiciário dispõe de independência, não ficando a mercê  de controles ou retaliações politicas; 

2) Com que mecanismo e eficiência o referido segmento é fiscalizado, no que se refere à sua subordinação á legislação; 

3) Qual o grau de familiarização dos profissionais estrangeiros com o idioma oficial local, no sentido de uma possível dificuldade nesse âmbito não configurar razão de negligencia ou equivoco nas decisões processuais;  

4) Deve-se apurar e tornar publico se a expulsão foi resultante de algum incómodo politico gerando pela correta atuação dos profissionais dispensados ou por má atuação dos mesmos. Este último esclarecimento transparecerá se os futuros contratados poderão ser de fato justos no exercício de suas funções.

Depois de toda uma análise e reflexão, ai partiríamos para o outro, ainda mais importante: deverão os estrangeiros selecionados ocupar cargos de maior relevância ou atuar meramente na condição de auxiliares?

Sendo ignorado o que apresento neste texto, estaremos vulneráveis a uma insegurança jurídica, tanto em relação ao desempenho da máquina judicial quanto à interferência da máquina administrativa do país sobre ela. Neste caso será melhor rasgar os documentos que registam os dispositivos legais.

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