Díli, 28 fev (Lusa) - A Comissão
Nacional de Eleições (CNE) timorense enviou hoje para publicação o registo da
coligação Frente de Desenvolvimento Democrático (FDD), a primeira a completar
todos os requisitos para poder concorrer às eleições antecipadas de 12 de maio.
"Depois da reunião da CNE
aprovamos o registo da FDD e enviámos para que seja publicado no Jornal da
República", confirmou à Lusa Alcino Baris, presidente da Comissão Nacional
de Eleições (CNE).
Segundo Baris, a coligação
registada integra quatro partidos políticos que se apresentaram separadamente
nas eleições parlamentares de 2017: o Partido de Unidade e Desenvolvimento
Democrático (PUDD), a União Democrática Timorense (UDT), a Frente Mudança (FM)
e o Partido Desenvolvimento Nacional (PDN).
Alcino Baris explicou que o
registo da FDD ficou concluído depois de a coligação ter acordado retirar do
seu símbolo uma cruz, um elemento religioso que, segundo a lei, não pode fazer parte
da simbologia político-partidária.
De fora da FDD fica um dos seus
membros iniciais, o Partido Republicano (PR) que diz não ver representados os
seus interesses no projeto de coligação pré-eleitoral.
João Saldanha, responsável do
Partido Republicano, confirmou à Lusa que à última da hora o seu partido
deliberou sair da coligação porque os objetivos iniciais não estavam a ser
cumpridos.
"O objetivo do PR era com a
FDD criar uma força política alternativa, baseada nas ideias do centro-direita,
que consideramos ser um espaço aberto aqui. Depois percebemos que não havia
essa vontade e que a aproximação política não dava para ser alternativa",
explicou.
A FDD é uma nova coligação que
nasce depois da divisão no seio de outra proposta de coligação, a Frente de
Desenvolvimento Nacional (FDN) que, inicialmente englobava nove partidos.
A FDD não decidiu ainda se vai ou
não apoiar a outra coligação pré-eleitoral, a Aliança de Mudança para o
Progresso (AMP), registada esta semana na CNE e que reúne as três maiores forças
da oposição, o Congresso Nacional da Reconstrução Timorense (CNRT), o Partido
Libertação Popular (PLP) e o Kmanek Haburas Unidade Nacional Timor Oan
(KHUNTO).
Alcino Baris explicou à Lusa que
depois de analisar a documentação apresentada na terça-feira, a CNE devolveu o
processo de registo da AMP aos seus responsáveis para corrigir um dos aspetos
apresentados.
"Indeferimos a proposta de
registo e hoje enviámos à AMP um pedido para que corrijam e devolvam a
documentação. A cláusula em questão diz respeito à AMP estar abertura a outros
partidos que queiram aderir à aliança mas que não fazem parte da
coligação", explicou.
A campanha para as eleições
antecipadas para eleger o novo Parlamento Nacional de Timor-Leste decorrerá
entre 10 de abril e 09 de maio.
ASP // PJA
Sem comentários:
Enviar um comentário