Presidente da RPM, Nyusi |
Lisboa, 09 jan (Lusa) - A posição
de Moçambique no Índice de Democracia elaborado anualmente pelo The Economist
deteriorou-se em 2018, sendo agora classificado como "regime
autoritário", numa avaliação em que a generalidade dos países lusófonos
manteve as pontuações.
Moçambique, que em 2017 ocupava a
115.ª posição em 167 países avaliados e era considerado um "regime
híbrido", caiu, em 2018, para a 116.ª posição, passando a ser classificado
como "regime autoritário".
O país obteve uma pontuação
global de 3.85 em 10 pontos possíveis, face aos 4.02 pontos conseguidos na
avaliação anterior.
"Participação política"
(5.00 pontos) e "cultura política" (5.00) foram os critérios mais bem
avaliados, enquanto a pior pontuação foi atribuída ao "funcionamento do
Governo" (2.14) e às "liberdades civis" (2.53).
A alteração de classificação de
Moçambique foi motivada pelas "disputadas eleições locais de outubro, que
arriscam desestabilizar o processo de paz em curso entre o partido no poder, a
Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo) e o partido da oposição armada, a
Resistência Nacional Moçambicana [Renamo]", segundo o The Economist.
Num índice que não inclui São
Tomé e Príncipe, Cabo Verde mantém-se como o país lusófono mais bem colocado,
ocupando a 26.ª posição à frente de Portugal (27.ª), de Timor-Leste (42.ª) e do
Brasil (50.ª), todos classificados como "democracias com falhas".
Apesar de ter mantido a mesma
pontuação do índice anterior (7.88), Cabo Verde caiu três lugares na lista
relativamente à avaliação anterior (23.ª).
O país teve as melhores
pontuações nos critérios "processo eleitoral e pluralismo" (9.17),
"liberdades civis" (8.82) e "funcionamento do governo"
(7.86) e as piores na "participação política" (6.67) e "cultura
política" (6.88).
Timor-Leste manteve a pontuação com
7,19, mas subiu um lugar no índice, enquanto o Brasil melhorou a classificação,
passando de 6.86 para 6.97, mas caiu uma posição.
"Processo eleitoral e
pluralismo" e "liberdades civis" foram as categorias mais bem
avaliadas nos dois países.
Angola (123.ª), Guiné-Bissau
(157.ª) e Guiné Equatorial (161.ª) mantêm a classificação de "regimes
autoritários", com pequenas oscilações, quer nas pontuações, quer na
posição no índice.
Angola manteve a sua pontuação de
3.62 relativamente à avaliação anterior, mas passou da 125.ª posição para a
123.ª, enquanto a Guiné-Bissau (157.ª) e a Guiné Equatorial (161.ª) mantiveram
as respetivas posições, embora a Guiné Equatorial tenha melhorado a sua
pontuação, passando de 1.81 para 1.92 pontos.
A Guiné-Bissau obteve uma pontuação
de 0.00 no critério "funcionamento do Governo" e a Guiné Equatorial o
mesmo valor no requisito "processo eleitoral e pluralismo".
Publicado anualmente, o Índice da
Democracia do The Economist Intelligence Unit avalia a prestação dos países em
cinco indicadores principais -- processo eleitoral e pluralismo, funcionamento
do Governo, participação política, cultura política e liberdades civis.
A edição deste ano tem como tema
" Democracy Index 2018. Me too? Political Participation, protest and
democracy" e é liderado pela Noruega (9.87 pontos) que encabeça a lista de
apenas 20 países classificados como "democracias plenas".
Como "democracias com
falhas", em que se inclui Portugal, foram classificados 55 países, 39 como
"regimes híbridos" e 53 como "regimes autoritários".
CFF // VM
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