Jacarta, 17 mai 2019 (Lusa) -- A
polícia indonésia anunciou hoje que deteve várias dezenas de pessoas suspeitas
de estarem ligadas à organização 'jihadista' Estado Islâmico, algumas das quais
estariam a preparar atentados para quando forem anunciados os resultados das
eleições, na próxima semana.
"Só este mês já detivemos 29
suspeitos" no curso de operações preventivas, antes do anúncio oficial dos
resultados das eleições, marcado para quarta-feira, afirmou um porta-voz da
polícia nacional, Muhammad Iqbal, em conferência de imprensa.
Desde o início do ano, foram
detidas 60 pessoas em operações antiterrorismo em todo o arquipélago.
Oito suspeitos foram mortos nos
confrontos com as forças de segurança, acrescentou, incluindo a mulher de um
extremista que se explodiu com um de seus filhos durante o cerco a uma casa, em
março.
As autoridades estão preocupadas
com o risco de manifestações, já que o ex-general Prabowo Subianto, adversário
do ainda Presidente, Joko Widodo, avisou que fará os seus apoiantes sair às
ruas caso considere que houve fraude.
Prabowo Subianto disse que não
reconhecia a validade dos resultados parciais, que dão um avanço de 12 pontos percentuais
ao Presidente atual no escrutínio realizado a 17 de abril.
De acordo com o porta-voz da
polícia, os militantes detidos queriam aproveitar as manifestações para
"atacar a multidão e a polícia".
"Pedimos ao público que não
vá para as ruas a 22 de maio já que isso se pode tornar perigoso",
advertiu o porta-voz da polícia.
Cerca de 32 mil membros das
forças de ordem deverão ser destacados para a capital de Jacarta na
quarta-feira, nomeadamente para a zona da comissão eleitoral, onde será feito o
anúncio dos resultados.
Prabowo Subianto criticou a
comissão, considerando-a responsável pelas alegadas fraudes eleitorais. O órgão
de supervisão do escrutínio admitiu irregularidades, mas sublinhou que não
foram dadas quaisquer vantagens a nenhum dos candidatos.
Segundo a polícia, alguns dos
suspeitos de terrorismo detidos fabricaram explosivos e combateram ao lado do
grupo 'jihadista' Estado Islâmico na Síria, enquanto outros eram membros da
rede radical indonésia Jemaah Anshurat Daulah (JAD), acrescentou o porta-voz.
A JAD é fiel ao grupo extremista
Estado Islâmico e é vista como responsável da série de atentados-suicidas de há
um ano sobre igrejas e um posto da polícia da cidade de Surabaya.
A Indonésia, o país muçulmano
mais povoado do mundo, confronta-se, há muito tempo, com um movimento islâmico
extremista.
Os atentados de Bali, em 2002,
que fizeram 202 mortos, muitos dos quais estrangeiros, foram os mais
mortíferos.
PMC // ANP
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