sexta-feira, 31 de julho de 2015

Coligação de pequenos partidos nasce em Timor-Leste para as próximas eleições


Díli, 30 jul (Lusa) - O Bloco de Unidade Popular (BUP), coligação que reúne cinco partidos timorenses sem representação parlamentar e que inclui um membro do atual Governo, foi apresentada em Timor-Leste para concorrer às próximas eleições.

Cecilio Freitas, ex-deputado do Congresso Nacional da Reconstrução Timorense (CNRT) - força política mais votada nas últimas eleições em Timor-Leste -, preside à coligação pré-eleitoral, que tem como secretário-geral Avelino Coelho, atual secretário de Estado do Conselho de Ministros.

Integram a coligação o Partido Socialista de Timor (PST), criado em 1990 e liderado por Avelino Coelho, o Partido Republicano Nacional de Timor-Leste (PARENTIL), criado em 2001 e liderado por Flaviano Pereira Lopes.

Fazem ainda parte do BUP o Partido Milénio Democrático (PMD) criado em 2004 e liderado por Hermenegildo Kupa Lopes, o Partido Liberta Povo Aileba (PLPA), criado em 2010 e liderado por Francisco Gomes e o Partido Democrático Republicano de Timor (PDRT), criado em 2006.

Em declarações à Lusa Avelino Coelho explicou que o BUP quer concorrer às eleições municipais e legislativas e que representa uma união de forças que pode ser mais capaz de ultrapassar os limites de votos necessários para eleger deputados.

"Pensamos que é altura de juntar os esforços políticos, criando um bloco como uma das formas de ultrapassar as barreiras, apresentar alternativas e novas opções", explicou.

"Cada partido membro deve consolidar as suas estruturas e o BUP terá um programa eleitoral, assente no humanismo, solidariedade social e justiça social, como valores que orientarão a nossa ação política", disse.

Coelho disse que se trata de uma coligação de partidos pré-existentes pelo que não se lhe aplica a polémica proposta de alteração prevista à lei de partidos, atualmente em debate parlamentar, que aumenta os critérios para o registo de forças políticas.

Se esta alteração for aprovada, qualquer novo partido que se queira registar necessita de recolher 20.000 assinaturas, em vez das atuais 5.000, sendo que pelo menos 1.000 em cada um dos 13 distritos/municípios de Timor-Leste.

A alteração no número "responde à expansão demográfica" já que se prevê que em 2017, nas próximas eleições, possa haver "650 a 700 mil", pelo que o aumento para 20 mil "faz sentido.

"Mas são apoiantes. Podem apoiar um partido e votar noutro", disse.

Na apresentação Cecílio Freitas destacou a vontade de "criar uma nova forma de fazer política, respeitando o papel dos líderes históricos" mas com uma nova liderança que "assegure a nação e consolide e alargue a estabilidade nacional".

"Timor-Leste precisa de mudanças aceleradas e renovação de mentalidades. E a renovação de mentalidades deve começar já e os protagonistas devem ser a nova geração", disse.

Dos cinco o PST é o partido com mais historial eleitoral em Timor-Leste, a começar pelas eleições para a Assembleia Constituinte para a qual obteve cerca de 6.480 votos, o que permitiu a eleição de um deputado, no caso Avelino Coelho.

Em 2007 apresentaram-se três das forças políticas tendo o PDRT obtido o maior número de votos, 7781 (1,86% do total), seguindo-se o PST com 3.982 votos e o PMD (2.878 votos).

Nas últimas eleições legislativas apresentaram-se a votos três dos partidos, o PST com 11.379 votos (2,41% e a sexta força mais votada) e a coligação Bloco Proclamador, formada pelo PMD e PARENTIL, que obteve 3.125 votos (0,66%).

Em vigor na altura estava um acórdão do Tribunal de Recurso que determinava que só poderiam eleger deputados os partidos que tivessem obtido pelo menos 3% dos votos ou cerca de 14 mil votos.

ASP//ISG.

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