Pequim,
19 dez (Lusa) -- O Ministério da Defesa chinês classificou hoje como "uma
grave provocação militar" o sobrevoo, na semana passada, por dois
bombardeiros norte-americanos B-52 de uma zona do Mar do Sul da China
reivindicada por Pequim.
"Na
manhã de 10 de dezembro, dois bombardeiros norte-americanos B-52 entraram sem
autorização no espaço aéreo das ilhas chinesas Nansha e nas águas territoriais
adjacentes", afirmou o Ministério, referindo-se ao nome chinês atribuído
às ilhas Spratly.
"Este
comportamento [representa] uma grave provocação militar, que complica a
situação geral do Mar do Sul da China" e contribui para a "militarização
da região", acusou o Ministério da Defesa chinês.
Durante
uma missão de treino, um dos bombardeiros aproximou-se cerca de duas milhas
náuticas, mais do que previsto, de uma ilha artificial construída pela China
num dos recifes das ilhas Spratly, relatou, na sexta-feira, o Wall Street
Journal, citando responsáveis do Pentágono (Departamento de Defesa
norte-americano).
Segundo
o jornal, o aparelho desviou-se da rota inicial "sem qualquer
intenção", devido possivelmente às más condições meteorológicas registadas
naquela zona.
O
Pentágono afirmou hoje que vai abrir um inquérito sobre este incidente.
"Os
chineses manifestaram a sua preocupação a propósito da trajetória de voo de uma
recente missão de treino. Vamos reunir informações sobre este assunto",
afirmou, em declarações à agência francesa AFP, o porta-voz do Departamento de
Defesa, Mark Wright.
"Também
posso afirmar que esta missão não tinha qualquer intenção de sobrevoar a menos
de 12 milhas náuticas de qualquer instalação", acrescentou o porta-voz.
Pequim
reivindica a soberania sobre quase todo o Mar do Sul da China, com base numa
linha que surge nos mapas chineses desde 1940, e tem investido em grandes
operações nesta zona, transformando recifes de corais em portos, pistas de
aterragem e em outras infraestruturas.
Vietname,
Filipinas, Malásia e Taiwan também reivindicam uma parte desta zona, o que tem
alimentado intensos diferendos territoriais com a China.
Por
seu lado, Washington encara as construções e as pretensões chinesas como uma
ameaça à liberdade de navegação nesta zona, uma das rotas marítimas mais
estratégicas do mundo.
SCA
// JLG
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