Macau,
China, 20 dez (Lusa) - O procurador do Ministério Público de Macau, Ip Son
Sang, disse hoje que a investigação judicial à morte da diretora dos serviços
de Alfândega está terminada e que conclui que se tratou de um suicídio.
Em
respostas às questões dos jornalistas, Ip Son Sang disse que a investigação não
encontrou "mais circunstâncias" que mudem aquela que foi a conclusão
preliminar em relação ao caso de Lai Man Wa, que ocupava um alto cargo na
administração de Macau e foi encontrada morta, a 30 de outubro, numa casa de
banho pública.
Ip
Son Sang falava à margem da cerimónia de 16.º aniversário da passagem da
administração de Macau de Portugal para a China.
O
caso da morte de de Lai Man Wa chocou a opinião pública e levantou dúvidas
relacionadas com a investigação das autoridades e a forma como o Governo de
Macau lidou com a situação.
Horas
depois de a responsável ter sido encontrada morta, o Governo convocou a
imprensa e tanto o chefe do Executivo como o secretário para a Segurança
afirmaram que as investigações preliminares excluíam a hipótese de homicídio,
apontando para suicídio.
Dias
mais tarde, a Associação Novo Macau, a maior organização pró-democracia do
território, pediu uma "investigação exaustiva" à morte da
diretora-geral dos Serviços de Alfândega.
"Se
um alto funcionário do Governo morre em circunstâncias tão anormais e o Governo
de Macau decide encerrar o caso em apenas quatro horas, como é que os cidadãos
comuns podem sentir que estão protegidos pela segurança e justiça?",
questionou a associação.
A
30 de novembro, ouvido na Assembleia Legislativa de Macau, o secretário para a
Segurança garantiu que as autoridades "seguiram normas
internacionais" e "não estão a encobrir nada" neste caso.
"Regra
geral, em quatro horas dá para conhecer o resultado [da morte], se é suicídio
ou outra causa. (...) O que fazemos está de acordo com as normas
internacionais", afirmou Wong Sio Chak, garantindo que, no entanto,
prosseguia a investigação das autoridades judiciais.
Segundo
aquilo que foi divulgado, Lai Man Wa apresentava cortes nos dois pulsos e
pescoço, um saco de plástico na cabeça e, provavelmente, ingeriu comprimidos
para dormir. A causa de morte avançada pelas autoridades de Macau foi asfixia.
MP
(FV) //
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