A
LIBERDADE PARA TIMOR-LESTE SÓ CHEGOU QUASE 25 ANOS DEPOIS
Em
Portugal comemora-se o 25 de Abril de 1974. Passaram 43 anos daquela data histórica.
Muitos da juventude atual desconhecem de todo a importância daquele dia e o
sucesso que a revolução teve para Portugal e também para os países que eram então
colónias distantes, em África e na Ásia. Timor-Leste, no sudeste asiático, viveu
com furor a revolução em Portugal. Jovens timorenses viram naquele momento da
história a possibilidade de adquirirem legitimamente a independência do seu país,
à semelhança das colónias em África. Fizeram-no de modo errado, esquecendo a
conjuntura geoestratégica do momento, assim como a enorme ambição da Indonésia
de Suharto em anexar Timor como sua província. Os EUA, sempre eles, deram a
devida luz-verde a Suharto para satisfazer a sua gula de ocupante e de
assassino.
Nas
vicissitudes do entendimento entre timorenses assistiu-se a ações nada dignas
de uns contra outros. Os mártires desse tempo também devem ser aqui recordados
e homenageados, independentemente das suas ideologias e das suas opções acerca
do futuro para Timor.
Mais de 24 anos de ocupação e carnificina de assassinos do exército e das polícias da
indonésia foi o que resultou da precipitação de jovens timorenses que
declararam unilateralmente a independência. Mais tarde aprenderam o erro, a lição,
e arrepiaram caminho. Mas os patriotas resistiram, lutaram nas matas, nas
montanhas. Clandestinamente nas cidades, vilas e aldeias. Neste e naquele canto. Propuseram-se
conseguir a almejada independência. Conseguiram após mais de duas décadas de
luta. Mais de 200 mil timorenses foram vítimas mortais da carnificina selvática
dos militares e polícia indonésia. Mas a vitória foi certa. Como que a
homenagear essas mais de duas centenas de milhares de timorenses assassinados. Homenagem também aos que resistiram e
viveram.
Hoje, Timor-Leste, é uma jovem e orgulhosa nação, exemplar em muitos aspetos. Estes
anos percorridos na independência comportam apêndices positivos e negativos na
história tão recente. Não é o momento para fazer essa abordagem, exceto que a
injustiça social perdura em níveis que são demasiados e incompreensíveis. Ou
talvez as razões também se acoitem nos que de um momento para o outro
enriqueceram desbragadamente. Mas não será só por isso que existe tanta pobreza,
tanta malnutrição, fome. É também pela falta de ação dos que nas elites políticas,
empresariais e outras, parecem ter sido contagiados pela ganância que vai pelo
mundo. Podem ser só alguns, mesmo assim são demasiados. Nem que fossem só um ou dois seriam demasiados. As carências dos timorenses não se compadecem com tais aritméticas.
É
de desejar e esperar que melhores tempos virão para Timor-Leste e para os timorenses, nesse e noutros aspetos económicos, políticos e sociais.
Em
Portugal comemora-se a data histórica. A data da libertação da ditadura que
dominava os portugueses, consequentemente os povos das então colónias. Viva a liberdade, viva a democracia. Que a democracia seja real, de facto.
Comemoremos,
apesar de sabermos que não existem revoluções perfeitas. Elas são fruto da
iniciativa e luta de homens e mulheres que também não são perfeitos. Compreende-se.
Mas urge saber corrigir o que possa estar errado. (Mário Motta, Lisboa)
DA
WIKIPÉDIA
A Revolução
de 25 de Abril, também referida como Revolução dos Cravos,[1] refere-se
a um período da história de Portugal resultante
de um movimento social, ocorrido a 25 de
abril de 1974,
que depôs o regime ditatorial do Estado Novo,[2]vigente
desde 1933,[3] e
iniciou um processo que viria a terminar com a implantação de um regime democrático e
com a entrada em vigor da nova Constituição a 25 de abril de 1976,
com uma forte orientação socialista na sua origem.[4][5][6]
Esta
ação foi liderada por um movimento militar, o Movimento das Forças Armadas (MFA),
que era composto na sua maior parte por capitães[7] que
tinham participado na Guerra
Colonial e que tiveram o apoio de oficiais milicianos.[1][8] Este
movimento surgiu por volta de 1973, baseando-se inicialmente em reivindicações corporativistas
como a luta pelo prestígio das forças armadas,[9] acabando
por atingir o regime político em vigor.[10] Com
reduzido poderio militar e com uma adesão em massa da população ao movimento, a
resistência do regime foi praticamente inexistente e infrutífera, registando-se
apenas 4 civis mortos e 45 feridos em Lisboa pelas
balas da DGS.[11]
O
movimento confiou a direção do País à Junta de Salvação Nacional, que assumiu
os poderes dos órgãos do Estado.[12] A
15 de maio de 1974, o General António de Spínola foi nomeado Presidente
da República. O cargo de primeiro-ministro seria atribuído a Adelino da Palma Carlos.[13] Seguiu-se
um período de grande agitação social, política e militar conhecido como o PREC (Processo
Revolucionário Em Curso), marcado por manifestações, ocupações, governos
provisórios, nacionalizações[14] e
confrontos militares que, terminaram com o 25 de Novembro de 1975.[15][16][17]
Estabilizada
a conjuntura política, prosseguiram os trabalhos da Assembleia Constituinte para
a nova constituição democrática, que entrou em vigor no dia 25 de Abril de
1976, o mesmo dia das primeiras eleições legislativas da
nova República. Na sequência destes eventos foi instituído em Portugal um
feriado nacional no dia 25 de abril, denominado como "Dia da
Liberdade".
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