Díli,
08 ago (Lusa) - A Fretilin, partido mais votado nas legislativas timorenses de
22 de julho, inicia quarta-feira com o CNRT uma ronda de contactos com os
partidos eleitos para o parlamento nacional tendo em vista a formação de
Governo.
Fonte
da Frente Revolucionária do Timor-Leste Independente (Fretilin), que obteve 23
lugares nas eleições legislativas, confirmou à Lusa que o segundo partido mais
votado, o Congresso Nacional da Reconstrução Timorense (CNRT) de Xanana Gusmão
(22 lugares) aceitou o diálogo.
A
fonte não precisou se Xanana Gusmão, o presidente do CNRT, estará ou não na
reunião que está marcada para um hotel em Díli e onde, do lado da Fretilin
deverá estar uma delegação liderada pelo seu secretário-geral, Mari Alkatiri.
Na
quinta-feira está previsto um encontro da Fretilin com o terceiro partido, o
Partido Libertação Popular (PLP), liderado pelo ex-Presidente da República, Taur
Matan Ruak e que obteve oito lugares.
Depois,
na sexta-feira será a reunião com o Partido Democrático (PD) - sete lugares - e
no sábado com o partido Kmanek Haburas Unidade Nacional Timor Oan (KHUNTO), que
obteve cinco mandatos.
Mari
Alkatiri disse segunda-feira à Lusa, depois de uma reunião da Comissão Política
Nacional (CPN) do partido, que ainda quer dialogar com Xanana Gusmão, por
considerar que é "uma figura incontornável" que não pode estar fora
do processo.
"Continuo
a achar que devo insistir num encontro com ele (Xanana Gusmão) o mais
brevemente possível. Respeito todas as decisões que foram tomadas (pelo CNRT,
segundo partido mais votado), mas sei que ele é uma figura incontornável que
não pode estar fora", disse Mari Alkatiri à Lusa.
Recorde-se
que o Congresso Nacional da Reconstrução Timorense (CNRT), liderado por Xanana
Gusmão, deliberou numa conferência nacional do fim de semana que não vai
integrar qualquer coligação de Governo e quer ser oposição, tendo o seu líder
apresentado a demissão que ficou suspensa até um próximo Congresso
extraordinário do partido.
A
Fretilin escreveu a todos os partidos eleitos para o parlamento - CNRT, Partido
Libertação Popular (PLP), Partido Democrático (PD) e Kmanek Haburas Unidade
Nacional Timor Oan (KHUNTO) - a propor um diálogo tem em visto a formação de
Governo.
"Todos
os outros partidos já estão disponíveis para os encontros que vão ser feitos. O
CNRT também não disse que não. Pelos contactos que fiz com o secretário-geral e
outras figuras destacadas, dizem que mesmo na resolução, há clausulas finais
que abrem caminho para um entendimento", disse Alkatiri na segunda-feira.
Uma
das opções, que o CNRT ainda não decidiu, seria o eventual apoio de incidência
parlamentar com um Governo liderado pela Fretilin.
Alkatiri
confirmou que ainda não falou com Xanana Gusmão mas recusou que a decisão do
CNRT não apoiar uma coligação com a Fretilin é normal.
"A
Fretilin também nunca aceitou fazer parte do Governo mas colaborou. Pelo que
tive oportunidade de ver com Xanana Gusmão nestes últimos dois, três anos, é
uma pessoa que quer o melhor para este país", afirmou, recusando-se a
comentar as decisões tomadas pelo CNRT.
A
tomada de posse do novo parlamento nacional deve ocorrer a 18 de agosto e o
Governo poderá entrar em funções pouco tempo depois.
ASP
// PJA
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