Jacarta,
08 dez (Lusa) -- Centenas de pessoas protestaram hoje na Indonésia e na Malásia
contra a decisão do Presidente dos Estados Unidos de reconhecer Jerusalém como capital
de Israel, que levou as delegações diplomáticas a emitir alertas de segurança
em ambos os países.
Na
Indonésia, alguns manifestantes queimaram a bandeira norte-americana em frente
à embaixada em Jacarta, onde se reuniram envergando cartazes e emblemas da
Palestina.
"Nahdlatul
Ulama (NU) condena os Estados Unidos e Israel por invadir a cidade de
Jerusalém", lia-se num dos cartazes em Jacarta, da NU, a maior organização
independente muçulmana da Indonésia, o país com maior número de seguidores do
Islão.
O
porta-voz da polícia de Jacarta, Argo Yuwono, estimou, em declarações à Efe,
que cerca de 500 pessoas se reuniram na capital, sem que se registassem
percalços significativos.
Em
Surabaia, a segunda cidade da nação em número de habitantes, outros grupos
concentraram-se em frente ao consulado norte-americano.
Na
capital da Malásia, pelo menos mil pessoas gritaram palavras de ordem contra
Trump e queimaram figuras e fotografias do mandatário junto à vedação da
embaixada dos EUA, noticia o diário Malasiankini.
O
protesto em Kuala Lumpur contou com a participação de líderes e membros do
partido governamental Organização Nacional para a Unidade Malásia (UMNO),
outros grupos que representam a maioria de etnia malaia e religião muçulmana e
ONG islâmicas.
As
embaixadas norte-americanas em ambos os países pediram aos seus cidadãos para
tomarem precauções e "evitarem zonas de manifestações".
Trump
anunciou, na quarta-feira, o reconhecimento de Jerusalém como capital de Israel
e prometeu a transferência da embaixada de Telavive para aquela cidade, após
décadas de consenso internacional que condicionavam a decisão a um acordo de
paz.
O
Presidente da Indonésia, Joko Widodo, e o primeiro-ministro da Malásia, Najib
Razak, condenaram na quinta-feira a decisão de Trump e pediram-lhe que
reconsiderasse a sua postura.
Cerca
de 88% dos mais de 260 milhões de indonésios são muçulmanos, enquanto 61% dos
quase 30 milhões de malaios professam o Islão.
AH
// MSF
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