Díli, 07 mai (Lusa) - A coligação
da oposição em Timor-Leste agradeceu hoje a maturidade mostrada durante a
campanha para as eleições legislativas de sábado pelos seus militantes e
apoiantes, explicando que espera mobilizar 40 mil pessoas para o encerramento
em Díli.
Responsáveis da Aliança de
Mudança para o Progresso (AMP) - que reúne o Congresso Nacional da Reconstrução
Timorense (CNRT), o Partido Libertação Popular (PLP) e o Kmanek Haburas Unidade
Nacional Timor Oan (KHUNTO) - convocaram hoje uma conferência de imprensa na
sede do CNRT em Díli.
Francisco Kalbuadi Lay,
responsável da campanha da AMP, agradeceu aos militantes e simpatizantes do
partido pela "maturidade política" que mostraram durante a campanha,
que a AMP conclui na terça-feira com um grande comício em Tasi Tolo, na parte
ocidental da capital timorense.
Os eleitores timorenses votam no
sábado para eleger os 65 deputados do Parlamento Nacional.
O dirigente da AMP apelou aos
militantes para que no seu último dia de campanha atuem com responsabilidade e
respeito, cumprindo as leis de trânsito e evitando provocar outros militantes.
Explicando que a AMP conta
mobilizar "40 mil pessoas" para o comício, Kalbuadi Lay disse que a
coligação vai estabelecer três pontos de encontro em três zonas da capital onde
a partir das 10:00 se devem começar a concentrar os militantes.
Na mesma conferência de imprensa,
Demétrio de Carvalho, deputado do Partido Libertação Popular (PLP) e segundo
vice-presidente da AMP, referiu-se a recentes incidentes em que colunas ou
militantes da coligação foram atacados, na zona leste do país.
Em causa estão incidentes que
ocorreram em Uatolari, quando uma coluna da AMP foi alegadamente atacada.
A AMP atribui responsabilidade
pelo ataque, na sua página no Facebook, a militantes da Frente Revolucionária
do Timor-Leste Independente (Fretilin), afirmando que se registaram 16 feridos.
Julio Hornay, comandante da
Polícia Nacional de Timor-Leste (PNTL), desdramatizou o incidente, explicando
que se tratou de "um grupo de crianças e jovens" que lançaram pedras,
com fisgas, contra os militantes da AMP.
"As crianças atiraram com
fisgas e acertaram em alguns militantes depois da campanha. A polícia interveio
de imediato e acabou a coisa. Ficou tudo controlado", disse à Lusa.
Questionado sobre o facto de
haver diferentes versões (da AMP e da polícia, por exemplo) sobre os incidentes
e até sobre o número de vítimas, Carvalho disse apenas que "é
lamentável" que tenha havido incidentes com "vítimas inocentes,
incluindo uma criança de 4 anos".
"Usamos expressões fortes em
resposta a ações brutais e inaceitáveis que não devem existir em estados de
direito democrático", afirmou.
Kalbuadi Lay disse que é
importante concluir as investigações policiais sobre o caso para saber
exatamente quem é responsável pelos ataques.
"Mas é um facto que
aconteceram estes incidentes. São incidentes que não podem ocorrer com partidos
políticos e cidadãos. Não acusamos ninguém, mas houve um incidente e vítimas.
Isso tem que ser investigado", afirmou.
Posição partilhada por Arão Noé,
da comissão de jurisdição da AMP, que disse que Timor-Leste é uma "democracia
onde se preserva a liberdade de escolha e o direito à liberdade de expressão,
de circulação e de opinião".
"Condenamos esta ação de
brutalidade sobre quem exercia o seu direito, manifestava a sua liberdade de
escolha e de circulação", afirmou.
ASP // VM
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