Banguecoque,
09 dez (Lusa) -- A polícia da Tailândia está a investigar o embaixador dos
Estados Unidos em Banguecoque, Glyn Davies, depois de uma denúncia que o acusa
de violar a lei de lesa-majestade.
A
acusação baseia-se num comentário do diplomata realizado em novembro no Clube
de Correspondentes Estrangeiros na Tailândia, localizado em Banguecoque, onde
expressou a sua preocupação pelo aumento de casos referentes ao delito de
lesa-majestade.
Kissana
Phathancharoen, porta-voz da polícia, disse à agência Efe que foi pedida uma
gravação da intervenção do embaixador norte-americano ao clube para analisar as
declarações.
"De
momento há que esperar e estudar como vamos proceder", afirmou o porta-voz
policial.
O
presidente do clube de jornalistas, o correspondente da BBC, Jonathan Head,
afirmou no Twitter que as autoridades reclamaram a cooperação da associação.
O
embaixador dos EUA assinalou nessa reunião que "ninguém deveria ser preso
por expressar de forma pacífica o seu ponto de vista".
No
final de novembro, cerca de 200 pessoas lideradas por um grupo monárquico
protestaram frente à delegação diplomática pelas palavras de Davies.
O
artigo 112 do Código Penal tailandês pune com até 15 anos de prisão os atos
considerados de lesa-majestade e que incluem "insultos, difamações ou
ameaças" contra o rei, a rainha, o príncipe herdeiro e regente.
As
denúncias por lesa-majestade aumentaram nos últimos anos, com cerca de meia
centena de novos processos, desde que o Exército impôs a lei marcial após tomar
o poder a 22 de maio de 2014, num golpe de Estado.
A
acusação contra o embaixador foi apresentada no passado dia 03 de dezembro à
Divisão para a Supressão do Crime por Sonthaiya Sawasdee, que segundo a
imprensa local pertence a uma associação de defensores da Casa Real da
Tailândia.
Qualquer
pessoa pode apresentar uma queixa sobre o crime de lesa-majestade que a polícia
está obrigada a investigar.
FV
// JPS
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