Macau,
China, 09 dez (Lusa) -- O metro ligeiro de Macau, em construção e que já sofreu
diversos atrasos e derrapagens orçamentais, deve estar a circular, na ilha da
Taipa, em 2019, indicou hoje o secretário dos Transportes e Obras Públicas.
"Os
trabalhos de construção civil na linha da Taipa, com uma extensão de 9,3
quilómetros e 11 estações, serão finalizados até ao final do próximo ano",
disse inicialmente Raimundo do Rosário, durante a apresentação setorial das
Linhas de Ação Governativa (LAG) para 2016 na Assembleia Legislativa de Macau.
O
governante explicou aos deputados que os carris e a "parte
eletromecânica" devem estar concluídos em 2017 e em "2019 a linha da
Taipa já pode entrar em funcionamento, em princípio".
Em
março, durante a apresentação das LAG para 2015, o mesmo secretário pediu
desculpa pela não-existência de um calendário para a obra, incluindo a linha da
ilha da Taipa, que se espera ser mais simples e rápida. A linha da península de
Macau, cujo traçado implicou diversas consultas públicas e foi recebido com
contestação popular, continua sem data.
Tal
como em março, o secretário queixou-se da falta de recursos humanos,
justificando as dificuldades na obra: "Não posso responder a tudo e fazer
tudo. O Gabinete para Infraestruturas de Transportes só tem 90 funcionários e
não temos tempo suficiente para fazer outras coisas. O segmento da Taipa esta
dividido em três fases e ainda temos a questão da oficina. Por isso, não
podemos fazer tudo com prioridade", afirmou.
Espera-se
que o metro ajude a atenuar o grave problema de trânsito de Macau, um
território com cerca de 30 quilómetros quadrados e mais de 500.000 residentes
permanentes, um tema que o secretário também abordou hoje.
"O
problema do trânsito tem-se, de facto, agravado. Cerca de 129 mil motas e 119
mil carros circulavam nas estradas do território em novembro, o que representa
um aumento da ordem dos 4%" em termos anuais, lembrou.
Raimundo
do Rosário indicou que, em média, este ano, Macau registou 620 novos veículos
por mês, afirmando que deseja, em 2016, "controlar, indiretamente, o
aumento do número de veículos particulares".
Nesse
sentido, "será criado, a título experimental, um corredor exclusivo para
transportes públicos entre a Barra e a Doca do Lam Mau, que funcionará em
determinados períodos do dia", explicou.
Vão
também ser emitidas 250 novas licenças de táxis e aumentados os impostos para
veículos particulares, bem como criadas novas exigências nas inspeções.
Raimundo
do Rosário sublinhou ainda a importância da proteção ambiental, numa altura em
que os residentes se queixam cada vez mais da degradação da qualidade do ar. A
título de exemplo, indicou que serão instalados nos parques de estacionamento
públicos 60 postos de carregamento para veículos elétricos.
ISG
// JMR
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