Escrito
anteriormente e previsão evidente de alguns são-tomenses: “Quem der mais banho
vence as eleições.” “Banho” é a compra de votos pelos candidatos ou seus
apoiantes com dinheiro para isso, “coisa que não falta à família Trovoada, que
é afinal a dona do país”. Disseram-nos.
Evaristo
(Trovoada) Carvalho é o novo presidente de São Tomé e Príncipe. Não que em seu
nome tenha registado oficialmente o nome de Trovoada mas é sabido que é um
incondicional elemento da família que há anos e anos é das de maiores
influências no país. Evaristo venceu as eleições, é presidente da República a
par do primeiro-ministro Patrice Trovoada, filho do “velho Trovoada”. O quadro
que alguns são-tomenses expõem é de um país presidido e governado pela mesma
família, com “uma oposição enfraquecida, praticamente anémica”. Tiveram “mais
dinheiro, distribuíram mais banho, compraram mais votos, e agora São Tomé e
Príncipe é um país a que podem também chamar Trovoada”.
Da
TSF retiramos texto alusivo às eleições no país que o futuro mais ou menos
próximo confirmará se vai passar a chamar-se Trovoada. Por via do “banho” é
inevitável que a democracia saiu a perder e que ali poderá não ser mais que uma
palavra sem sentido, a não ser um único: “palhaçada”. Esse é o sentimento dos
que defendem a democracia de facto, incluindo alguns opositores. O futuro
comprovará os receios dos são-tomenses e dos que se interessam pela democracia
e pelo país, contra a "ditadura Trovoada" que já pronunciam e
temem. (PG)
75
anos e pai de 25 filhos: São Tomé tem novo Presidente
Evaristo
Carvalho foi eleito à primeira volta Presidente de São Tomé e Príncipe e já
promete "coligação" com o partido no poder - que é o seu partido.
Apoiante
desde sempre da família Trovoada, Evaristo Carvalho chegou no domingo à
Presidência de São Tomé e Príncipe, com uma vitória na primeira volta nas
eleições.
Aos
75 anos e pai de 25 filhos, Evaristo Carvalho é um histórico da política
são-tomense, tendo sido, por duas ocasiões, primeiro-ministro em governos de
iniciativa presidencial, com o apoio de Miguel Trovoada (o primeiro Presidente
democraticamente eleito) e depois através do seu filho, Patrice Trovoada,
quando este decidiu concorrer às Presidenciais de há dez anos.
Técnico
de agricultura, Evaristo Carvalho começou por ser um quadro do partido único -
Movimento para a Libertação de São Tomé e Príncipe - Partido Social Democrata
(MLSTP-PSD) - após a independência e até ao início do multipartidarismo, na
década de 1990.
Ao
lado de Miguel Trovoada, de quem foi chefe de gabinete quando este foi
Presidente da República, Evaristo Carvalho tem sido um dos apoiantes de sempre
da Ação Democrática Independente (ADI), partido do atual primeiro-ministro,
Patrice Trovoada.
"A
coabitação [entre a Presidência e o Governo] tem sido difícil. Nos 25 anos da
nossa democracia, houve 18 primeiros-ministros", afirmou, em entrevista
recente à Lusa, o novo Presidente, que se afirma como um defensor da
estabilidade: "Eu quero contribuir para que [Patrice Trovoada] acabe o seu
mandato".
O
novo Presidente insistiu, durante a campanha, que o seu principal objetivo é
"ajudar o Governo a governar bem", procurando dar ao país
"coerência política".
Vem
aí uma coligação
O
vencedor das eleições presidenciais de domingo de São Tomé e Príncipe, Evaristo
Carvalho, mostrou-se satisfeito com a vitória e considerou que ter sido apoiado
pelo partido governamental permitirá uma "coligação em prol do país".
"Estou
satisfeito e desde o início que considerava que eu iria ser vitorioso. É uma
vitória para São Tomé e Príncipe, uma vitória para o povo de São Tomé e
Príncipe", afirmou Evaristo Carvalho, que agradeceu o apoio da Ação
Democrática Independente (ADI), no poder.
"É
uma vitória para o meu partido, para os meus companheiros de partido, a quem
agradeço muito o apoio e a confiança. Podem confiar em mim porque eu vou
exercer a função de Presidente da República com toda a seriedade, toda a
lealdade e sempre contribuindo para o avanço de São Tomé e Príncipe",
disse aos jornalistas, pouco depois de terem sido anunciados os resultados,
ainda provisórios das eleições de domingo, em que foi eleito Presidente à
primeira volta.
Evaristo
Carvalho promete ser um "Presidente colaborador, conselheiro", mas
também um "Presidente fiscal, sempre atento para que tudo corra dentro da
normalidade".
O
facto de ser da mesma cor partidária que o Governo irá ajudar à gestão do país:
"É uma coligação de dirigentes que têm o mesmo pensamento, têm o mesmo
programa e facilmente podem fazer entendimento e diálogo para que se trabalhe
de facto em prol do país, em prol da juventude, em prol das crianças
são-tomenses e em prol de toda a população".
Quanto
às críticas de um risco de um poder absoluto nas mãos da ADI, Evaristo Carvalho
salientou que "não é uma coisa nova" e "acontece em toda a parte
do mundo" a "concentração de poderes".
"Não
há ditadura", acrescentou.
Evaristo
Carvalho obteve 50,1 por cento dos votos, contra 24,8 por cento de Manuel Pinto
da Costa, atual Presidente, que concorria a um segundo mandato, e 24,1 por
cento de Maria das Neves (apoiada pelos partidos da oposição parlamentar).
TSF
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