Pequim, 25 fev (Lusa) - O Partido
Comunista Chinês (PCC) propôs excluir da constituição da China o limite de dois
mandatos para o cargo de Presidente, informou hoje a imprensa oficial, quando
Xi Jinping se assume como o mais forte líder das últimas décadas.
Segundo a agência noticiosa oficial
chinesa Xinhua, a proposta do Comité Central do PCC tornada hoje pública
aplica-se ainda ao cargo de vice-presidente do país.
Num outro despacho, a Xinhua
informa que o PCC propôs ainda incluir o Pensamento de Xi Jinping na
Constituição do país.
As propostas à alteração da
constituição serão votadas na Assembleia Nacional Popular (ANP), órgão máximo
legislativo da China, composto sobretudo por membros do PCC, e cuja sessão
anual decorre no próximo mês.
A decisão surge quatro meses
depois de o congresso do PCC, o mais importante evento da agenda política
chinesa, ter decidido incluir o nome e teoria de Xi na constituição do partido,
elevando-o ao estatuto de Deng Xiaoping, o arquiteto-chefe das reformas
económicas que transformaram a China, e do fundador da República Popular, Mao
Zedong.
Nos últimos anos, Xi desmantelou
o sistema de "liderança coletiva", cimentado pelos líderes chineses
desde finais dos anos 1970, e tornou-se o centro da política chinesa,
eclipsando os outros seis membros do Comité Permanente do Politburo PCC, a
cúpula do poder na China.
Além de secretário-geral do PCC e
Presidente da China, Xi é também presidente da Comissão Militar Central,
Comandante-Chefe do exército chinês e chefia a Comissão Central de Segurança
Nacional e o "grupo dirigente" encarregue de supervisionar o programa
de "aprofundamento geral das reformas". Um outro organismo novo,
responsável pela "segurança do ciberespaço", é também dirigido por
Xi.
Com uma intensidade inédita desde
o 'reinado' de Mao, a imprensa chinesa reforçou também o culto em torno da sua
imagem.
Em termos de política externa, a
China de Xi abdicou da discrição e passou a assumir a ambição de participar na
governação de questões globais, num período em que a liderança de Donald Trump,
nos Estados Unidos, ou o 'Brexit', na União Europeia, desafiam certezas antigas
da geopolítica internacional.
Sob a sua direção, a China tem
combatido a influência estrangeira na sociedade civil, meios académicos ou
Internet, apontam organizações de defesa dos Direitos Humanos.
Xi Jinping foi eleito Presidente
em 2013 e, no ano passado, foi eleito para um segundo mandato, que terminará em
2023.
JPI // ATR
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