segunda-feira, 12 de março de 2018

Delimitação da fronteira marítima alcançada: novos desafios

Roger Rafael Soares * | opinião

6 de março de 2018, é uma data que vai ficar registada na história de Timor-Leste – a delimitação da linha de fronteira marítima entre Timor-Leste e Austrália. Após várias décadas de disputa entre os dois países, foi possível chegar a um acordo justo em torno da delimitação da fronteira marítima, ainda que estivéssemos na presença da discrepância de poder entre um país gigantesco, não só em termos de dimensão territorial, mas também política e economicamente, e um país em desenvolvimento aos vários níveis – politico, económico e social. Estes longos meses de negociação, sob a liderança de Xanana Gusmão, evidenciam a forte e influente capacidade estratégica deste Senhor e da Equipa. Luta e perseverança são duas qualidades que caracterizam Xanana Gusmão. Lutar pelos interesses do país e para o bem do Povo. Perseverar perante as adversidades e fragilidades e lutar pelos ideais de libertação do País e do Povo. Xanana Gusmão mostra-nos, uma vez mais, que não devemos ceder, nem curvar, diante o que quer que seja, pelo simples facto de sermos um país pequeno e em desenvolvimento.  Xanana Gusmão e a sua equipa espelham a força de Timor-Leste. A força e vontade de um povo não está circunscrita à área territorial do seu Estado, mas sim projetada na política interna para aumentar a sua força no exterior, unificada pelo espírito nacional. Por sua vez, esse espírito é configurado pela soberania, o instrumento simbólico mais importante e inalienável de autoridade e poder supremo ou poder político de um Estado. A soberania marítima está alcançada, mas ainda falta o acordo sobre a exploração dos campos de Greater Sunrise. O que significa que é necessário definir e preparar estratégias nacionais, revertendo-se num enorme desafio. Teremos e acima de tudo, precisamos desenvolver a nossa capacidade de defesa e gestão da nossa fronteira marítima e dos recursos inerentes, ou seja, teremos que reforçar a nossa autoridade, enquanto Estado, não só no plano terrestre, mas também, marítimo. Há que gerir, de forma proveitosa e sustentável, todas as vantagens e as potencialidades da exploração dos recursos naturais marítimos e dos recursos petrolíferos, a fim de promover o desenvolvimento sustentado do nosso Estado.

É imperativo garantir a proteção da soberania e interesses nacionais. Juntos com Xanana Gusmão.

*Rojer Rafael Tomás Soares, Ailili, Mnatuto, rrtsoares@hotmail.com

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