Timor-Leste revelou o conteúdo do Relatório Nacional Voluntário sobre Objetivos de
Desenvolvimento Sustentável. O documento a ser oficialmente apresentado aos
países-membros na próxima semana aponta um crescimento considerável da economia
do país nos últimos 20 anos.
O ministro dos Negócios
Estrangeiros de Timor-Leste, Dionísio Babo, disse à ONU News que o país tem
sabido ultrapassar as dificuldades após o conflito prolongado e o processo de
restauração da independência.
“Nesse relatório, pretendemos
fazer um relato honesto. Este é o primeiro relatório. Pretendemos, com toda a
honestidade, incluir e envolver toda a camada da nossa sociedade, incluindo
mulheres, pessoas com deficiência e ver um balanço no aspeto do gênero.
Apresentamos toda a sinceridade a avanço célere que o país tem alcançado para
alcançar um objetivo de acordo com o que o pais aspira. ”
O documento “Das cinzas à
reconciliação, reconstrução e desenvolvimento sustentável” revela que o Produto
Interno Bruto, PIB, real per capita (por pessoa) foi mais que o dobro entre
2002 e 2016.
O impulso ao crescimento da
economia deveu-se à despesa pública que deu estímulo aos setores de construção
e serviços públicos. O chefe da diplomacia timorense contou que esse percurso
econômico reflete lições aprendidas com o passar do tempo.
“Timor-Leste de hoje é um
Timor-Leste que está preparado para competir, regionalmente e também
internacionalmente. Timor-Leste de hoje tem vindo a progredir com os seus
próprios erros. Também usamos todas as oportunidades que temos para poder
ultrapassar a situação em que tínhamos estado há muitos anos atrás. Por
exemplo, até 2016 temos registado um crescimento a dois dígitos do crescimento
econômico.”
Entre 2010 e 2015, o emprego
aumentou a uma taxa de 4,8%, criando 41.637 novos postos de trabalho na
economia.
O relatório destaca ainda a
posição financeira forte do país a curto e médio prazos para investir em
capital humano e promover a diversificação da economia. O estudo destaca o
sucesso na gestão de recursos naturais como o petróleo e o gás para as gerações
futuras através do seu Fundo Petrolífero.
Em 2017, esse fundo soberano
esteve em 88º lugar dentre as 100 posições do Índice de Governação de Recursos
de 2017.
O documento destaca ainda que as
dinâmicas da migração são importantes para os timorenses numa economia que
permite o acesso dos timorenses ao ensino superior e à procura de oportunidades
de emprego.
Iniciativa
Mas o setor de emprego é o que está entre os mais importantes entre os desafios atuais. Não há empregos formais suficientes para atender ao grande número de pessoas que pretendem entrar no mercado de trabalho, destaca o estudo.
Em 2013, 21,9% dos jovens entre
15 e 24 anos estavam desempregados e mais de um quarto dos jovens de sexo
masculino e 16,7% do sexo feminino se encontravam nessa situação.
Apesar da explosão no setor
privado em Timor-Leste, este ainda não consegue gerar empregos suficientes e
impulsionar novas áreas de crescimento da economia.
Mais de 70% da população pratica
a agricultura e depende desse setor para seu sustento. Uma das recomendações é
que este setor seja desenvolvido para permitir uma maior colaboração no
crescimento econômico. A agricultura contribui com 17% do PIB não petrolífero
de Timor-Leste.
O estudo recomenda ainda que seja
reforçada a eficiência, a transparência e a equidade na oferta de serviços
públicos tais como saúde e educação. A reforma da administração pública também
pode ajudar a melhorar a prestação de serviços e reduzir a pobreza, segundo o
relatório.
Em Timor-Leste, não há empregos
formais suficientes para atender ao grande número de pessoas que pretendem
entrar no mercado de trabalho, destaca o estudo.
O plano do Governo de Timor-Leste
é introduzir o sistema de governação eletrônica para melhorar a prestação de
serviços e facilitar o acesso aos cidadãos.
Outra recomendação do documento é
baixar a taxa de desemprego entre os jovens com deficiência. Em 2015, 30% de
jovens do grupo estavam nessa situação em comparação com 12% dos jovens que
vivem sem deficiências.
A taxa diminuiu 8% em relação a
2010.
Parlamentares
O estudo reafirma que deve ser aumentado o número de mulheres na política. Apenas 22,9% do cargos de gestão são ocupados por indivíduos de sexo feminino. Cerca de 38% dos assentos parlamentares pertencem a deputadas.
Quase um terço de todos os
agregados familiares timorenses tem acesso ao saneamento seguro em comparação
com apenas 8% em 2010.
A outra área que deve melhorar é
a de oferta de serviços básicos de água potável e saneamento. Quase um terço
das famílias rurais usa uma fonte de água superficial ou não melhorada.
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