Covid-19
Em causa estão cerca de 140 professores portugueses que partiram de Timor-Leste, no início de abril. Os voos comerciais e "charters" de e para o país continuam proibidos.
O governo timorense está a estudar opções que permitam o regresso a Timor-Leste de professores portugueses que saíram do país em abril, devido à Covid-19, disse à Lusa o vice-primeiro-ministro.
“A ministra dos Negócios Estrangeiros e o do Interior estão a coordenar-se para que se possa fazer a preparação do regresso dos professores a Timor-Leste”, disse José Reis à Lusa.
José Reis falava à Lusa à margem da inauguração do Auditório 13 de Março, o novo espaço da Escola Portuguesa de Díli, que recorda o dia das inundações que este ano causaram graves danos materiais à instituição.
O
presidente da Escola Portuguesa de Díli, Acácio de Brito, disse à Lusa que “é
impossível começar as aulas em setembro se os professores não vierem” para
Timor-Leste. “Temos as condições todas para começar, mas faltam-nos os recursos
humanos. Conseguimos colocar os professores em voos comerciais
Tenho
a certeza que é responsabilidade dos organismos oficiais de Timor-Leste para
que permitam que possa haver algumas ligações aéreas comerciais que permitam
trazer os professores que, chegando, cumprirão todas as regras de
confinamento e demais“, disse.
No
caso dos CAFE, escolas do sistema público timorense, as aulas já recomeçaram
— o ano letivo tem um calendário diferente do português —, mas não há
professores suficientes e o horário letivo, em muitos centros, está
obrigatoriamente a ser mais reduzido.
O principal problema tem a ver com as ligações a Díli, já que há voos comerciais para cidades na região, como Kuala Lumpur ou Singapura, continuando, porém, proibidos os voos comerciais e charters de e para Timor-Leste.
Apesar
dessa proibição, cidadãos de vários países têm conseguido entrar nas
últimas semanas em Díli, especialmente oriundos da Austrália em voos a partir
de Darwin, além de um voo do Programa Alimentar Mundial que viaja de Kuala
Lumpur, na Malásia.
Este
último foi o usado por vários portugueses destacados em projetos de cooperação
do Camões-Instituto de Cooperação e da Língua, chegados a Kuala Lumpur em voos
comerciais, para depois, cumprindo “exigentes critérios” da PAM, viajar no voo
para Díli. Além dos professores, há ainda portugueses que não conseguem
regressar a Timor-Leste, onde residem e trabalham, ou não conseguem sair do
país.
Acácio
de Brito admitiu que outro problema que “tem que ser resolvido” é o das
matrículas em universidade dos estudantes que concluíram o 12.º ano, processo
que, por vezes, exige a presença dos alunos. “Já apresentamos aos serviços a
situação que vivemos e antecipamos que haja uma solução porque não há
possibilidade real das pessoas estarem presencialmente para a matrícula”,
disse.
Timor-Leste
está atualmente sem casos ativos de Covid-19, depois de ter registado 24,
terminou o terceiro mês de estado de emergência em 27 de junho, mas o país
continua praticamente fechado, especialmente no que toca a ligações aéreas.
Observador | Lusa | Imagem: António Dasiparu/EPA
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