O Ex-Presidente da República timorense e Nobel da Paz, José Ramos Horta, defende uma vacina gratuita para a covid-19 para os países mais pobres do mundo e que deve haver uma colaboração das potências mundiais em busca de meios para se encontrar a vacina.
“Se não existir uma vacina gratuita para os países em vias de desenvolvimento, milhares de pessoas vão morrer, o que se deve à falta de meios em muitas nações para acesso a vacinas”, disse na segunda-feira (27-07) ao Semanário na sua residência, em Metiaut, Díli.
Recorde-se que Ramos Horta e outros líderes mundiais escreveram um artigo para a revista norte-americana Newsweek onde criticam a política do Presidente dos Estados Unidos da América (EUA), Donald Trump, que, segundo eles, está a enfraquecer as Nações Unidas e a Organização Mundial de Saúde, o seu permanente confronto com a China e outros países como França e Alemanha na luta contra a covid-19, em vez de procurar uma cooperação mundial.
“Tenho,
contudo, confiança no movimento levado a cabo juntamente com os Nobéis da Paz,
como Muhammad, Kailash Satyarthi, e cerca de 100 ex-presidentes e ex-primeiro-ministros.
Já obtivemos uma resposta positiva da China. O Presidente Xi Xinping disse que
o seu país irá fornecer gratuitamente a vacina para a covid-
Além da confiança numa vacina grátis para os países em desenvolvimento, Ramos Horta defende ainda o perdão de dívida para estes países com mais carências.
“O Presidente Xi Xinping disse que perdoaria a dívida dos países com a China, nomeadamente das nações pobres em África. Portanto, tenho confiança de que outros países tomarão a mesma posição, como por exemplo os da União Europeia. Há países com um sentimento de solidariedade forte. Espero que os países daquela região anunciem também uma vacina grátis para o mundo e perdoem as dívidas que os países têm com bancos europeus”, afirmou.
“Tenho ainda confiança de que o Banco Mundial e Fundo Monetário Internacional tomem uma posição, porque, caso contrário, a economia mundial cairá e surgirão enormes problemas sociais, que podem resultar em instabilidade mundial, prejudicando a economia de grandes potências mundiais”, acrescentou.
Em termos económicos, Ramos Horta prevê, apesar do monopólio da economia dos EUA, uma desvalorização do dólar norte-americano nos próximos meses.
“Verifica-se uma queda dos preços, em todo o mundo, do petróleo, gás, carvão, aço, entre outros. Só o ouro está a subir. Neste momento, a economia está em perigo”, referiu.
No que toca a Timor-Leste, Ramos Horta disse que o Governo tem de estar atento ao Fundo Petrolífero e aos investimentos feitos por Timor-Leste.
“Já
escrevi sobre isto na minha página de Facebook em agosto do ano passado, onde
alertei os nossos governantes para que tomem cuidado. A meu ver, antes da
covid-19, já era previsível uma recessão mundial em
GMN TV | Grupo Média Nacional (tl)
Leia
mais
Sem comentários:
Enviar um comentário