quarta-feira, 29 de abril de 2015

PM timorense dá até novembro de 2016 para implementar programa de saúde na família


Díli, 29 abr (Lusa) - O primeiro-ministro timorense deu hoje aos serviços de saúde do país um prazo até 28 de novembro de 2016 para implementar nas 2.225 aldeias de Timor-Leste o programa de saúde na família, já a ser testado há vários anos em Díli.

"Temos um projeto-piloto que está a ser implementado na Clinica Paz em Becora, com base no qual todas as famílias são visitadas e acompanhadas regularmente pelos profissionais de saúde", disse Rui Maria Araújo em declarações à Lusa.

"Este modelo vai ser expandido para todo o país e eu dei hoje um ano e meio de prazo para fazer isso", explicou.

Rui Araújo detalhou este seu objetivo durante a cerimónia de lançamento do novo Pacote de Serviço Compreensivo dos Cuidados de Saúde Primária (CSP), instrumento que definirá nos próximos anos a forma como o setor de saúde comunitária se vai desenvolver no país.
Num discurso crítico, o chefe do Governo disse que Timor-Leste "produz muitos documentos, muitos seminários, muitos discursos e discussões", mas que "agora chegou a hora dos resultados".

No caso da saúde ao nível comunitário o chefe do Governo insistiu na expansão do projeto de "saúde na família" com o objetivo de que "todas as famílias em Timor-Leste estejam incluídas no cuidado primário de saúde" e "sejam visitadas pelos profissionais de saúde".

O chefe do Governo, médico de formação, insistiu na componente da "saúde na família" como parte essencial dos cuidados primários de saúde, apelando a todos os profissionais do setor que trabalhem "com rigor, firmeza e responsabilidade".

Para Rui Araújo há quadros suficientes em Timor-Leste para chegar às famílias do país e não chega "apontar apenas as barreiras, os obstáculos" para não melhorar as prestações de serviços de saúde.

"Chegou o tempo de parar de dar desculpas e razões e de trabalhar com maior esforço para prestar melhores cuidados de saúde a população", disse.

"Temos que mudar hábitos. Temos que ser mais responsáveis", disse.

Rui Araújo quer que sejam nomeados médicos coordenadores para o programa de saúde na família, defendeu a necessidade de melhor planeamento para melhor distribuição de médicos e disse que vai fazer avançar um projeto de digitalização da entrega de medicamentos e outros bens médicos.

Em comunicado hoje divulgado o Governo timorense explica ter aprovado em Conselho de Ministros a extinção do Serviço Autónomo de Medicamentos e Equipamentos de Saúde (SAMES) como Empresa Pública e a sua transformação em Instituo Público.

"O SAMES, E.P., criado há cerca de dez anos, tem revelado dificuldades em cumprir as suas atribuições enquanto empresa pública, tanto em relação às entidades do Serviço Nacional de Saúde como em relação às entidades do Sistema Nacional de Saúde no seu todo", explica o Governo.

O novo Instituto Público com o mesmo nome, SAMES, estará "dotado de personalidade jurídica com autonomia administrativa, financeira e patrimonial, que funciona sob a tutela e superintendência do Ministério da Saúde".

"Este serviço tem como responsabilidade assegurar o aprovisionamento e logística de produtos farmacêuticos e equipamentos médicos para o Serviço Nacional de Saúde", recordou.

ASP // JCS

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