quarta-feira, 29 de abril de 2015

Governo aprova criação da Ordem dos Advogados de Timor-Leste


Díli, 29 abr (Lusa) - O Governo timorense aprovou uma proposta de lei para a criação da Ordem dos Advogados de Timor-Leste e que define "regras determinantes para o exercício da advocacia" no país, informou o executivo em comunicado divulgado hoje.

Segundo o Governo, que aprovou o diploma em Conselho de Ministros na terça-feira, o texto procede "ao enquadramento dos advogados enquanto parceiros fundamentais no desenvolvimento do sistema de acesso ao Direito e à Justiça".

"Com a entrada em vigor deste diploma, pretende-se contribuir, de forma decisiva, para a melhoria decisiva da situação atual do setor da Justiça, contribuindo igualmente para uma maior consciencialização e confiança do cidadão em geral no próprio sistema de Justiça", refere o comunicado.

Recorde-se que na semana passada graduaram-se os 32 estudantes do 3.º curso de formação para advogados privados, no Centro de Formação Jurídica em Díli, instituição apoiada pela cooperação portuguesa.

Intervindo no ato, o ministro da Justiça, Ivo Valente, disse que, com este terceiro grupo, já concluíram o processo de formação para o exercício da profissão de advogado um total de 72 profissionais.

"Nesta perspetiva é chegada a altura de, através da realização de estudos adequados e com o parecer do Conselho de Gestão e Disciplina da Advocacia, avaliar as condições necessárias para a criação da Ordem dos Advogados de Timor-Leste", disse.

Ivo Valente, disse que o Governo continua empenhado em "implementar uma cultura jurídica e judiciária que dê resposta aos novos e exigentes desafios" do futuro, fortalecendo as competências dos diversos atores do sistema de Justiça do país.

O ministro recordou os desafios que os advogados enfrentaram, nomeadamente o uso da língua portuguesa, que exigiu esforços adicionais para quem foi formado na Indonésia ou em instituições de ensino que em Timor-Leste ainda usam o indonésio.

"O esforço e empenho que vos é exigido só agora começou e será a seriedade com que se empenharem que ditará o vosso futuro e fará a diferença entre os medíocres e aqueles que serão lembrados no futuro", disse.

Para Ivo Valente os advogados fazem parte de um sistema de Justiça que tem a "responsabilidade e o dever de responder às necessidades do cidadão, respeitando a confiança que o povo timorense depositou na organização política da sua nação, também quando tem a necessidade de recorre à Justiça".

"O sector da Justiça desempenha um papel crucial nos esforços de consolidação da paz e do nosso Estado de Direito Democrático, garantindo a ordem e a segurança, contribuindo de forma decisiva para responsabilização e a transparência da vida pública", disse.

"O Ministério da Justiça continuará empenhado em proporcionar e criar as condições necessárias para que o exercício da advocacia em Timor-Leste seja realizada por uma classe capacitada, forte, coesa e respeitada, elemento fundamental para o nosso desenvolvimento enquanto nação", afirmou ainda.

ASP // JCS

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