Lifau,
Timor-Leste, 27 nov (Lusa) -- O primeiro-ministro timorense, Rui Araújo,
reiterou hoje os agradecimentos a Portugal pelos "esforços diplomáticos"
e aos portugueses por terem transformado a independência de Timor-Leste numa
causa, bem como o "apoio incondicional" dos restantes países
lusófonos.
"Treze
anos volvidos sobre a restauração da nossa independência, aproveito o facto de
estarmos reunidos neste convívio para reiterar os agradecimentos a Portugal,
pelos seus esforços diplomáticos que se juntaram à nossa determinação, e aos
portugueses por terem também feito deles a nossa causa", declarou Rui
Araújo, no jantar oferecido pelo Governo timorense pela comemoração do 40.º
aniversário da proclamação da independência e dos 500 anos da chegada dos
portugueses a Timor.
No
seu discurso, o chefe do Governo timorense estendeu os agradecimentos "aos
restantes países e povos irmãos da CPLP [Comunidade dos Países de Língua
Portuguesa], os primeiros a oferecer o seu apoio incondicional e a fazer-nos
sentir parte da mesma família, ou não partilhássemos todos de uma língua,
sentimentos e valores comuns".
Os
traços linguísticos e históricos, conhecimentos, valores e sentimentos trazidos
pelos portugueses e a sua coabitação com a identidade autóctone transformam os
timorenses num "povo com características únicas na região",
considerou Rui Araújo.
"E
é esta nossa identidade, este sentido comum de valores, sentimentos e
solidariedade que nos destaca na comunidade internacional e que nos deu coragem
e resiliência para lutar pelo direito à autodeterminação, quando talvez muitos
países tivessem logo desistido à partida. E foram esta identidade e cultura
únicas que levaram Timor-Leste a lutar durante 24 anos pela sua independência,
mesmo depois de esta já ter sido proclamada em 1975", disse.
Rui
Araújo enalteceu os cinco séculos de interação entre timorenses e portugueses,
que "contribuíram para construir um Timor-Leste com raízes democráticas,
de valores humanistas, com um povo determinado e líderes fortes, em que ambos
souberam conduzir o país para um ambiente de paz, estabilidade e segurança, um
país em franco crescimento, um país que atingiu uma maturidade política e que
caminha a passos largos para o seu desenvolvimento e, ainda, um país que é
apontado como exemplo no palco internacional, um país global".
Hoje,
acrescentou, o povo timorense "assume o papel de ator principal nos
destinos" do país.
Portugal
fez-se representar na cerimónia, que decorre hoje à noite em Lifau, no enclave
de Oecusse, pelo presidente do Tribunal Constitucional, Joaquim Sousa Ribeiro.
Foi
em Lifau que os portugueses atracaram a primeira nau, em 1515, e onde se
instalou a primeira capital de Timor.
JH
// EL
Sem comentários:
Enviar um comentário