Macau,
China, 30 jan (Lusa) -- Uma mulher de Taiwan foi impedida de entrar em Macau na
segunda-feira por ter decorado o seu passaporte com autocolantes "Republic
of Taiwan" que defendem a independência do território, informou a imprensa
de Hong Kong.
A
mulher ligou para o Ministério de Negócios Estrangeiros da República da China
(Taiwan) para pedir ajuda, mas foi deportada para Taiwan pelas autoridades da
alfândega de Macau, informou o jornal Apple Daily, citado pela Hong Kong Free
Press.
Em
Agosto, apoiantes da independência de Taiwan iniciaram uma campanha para a
colocação de autocolantes nas capas dos passaportes taiwaneses.
Os
defensores da independência advogam o uso de autocolantes "Republic of
Taiwan" para tapar as palavras "República da China" e de
autocolantes que retratam os monumentos emblemáticos de Taiwan para cobrir o
emblema nacional.
O
governo de Taiwan anunciou posteriormente que iria rever o regulamento que
proíbe alterações ao passaporte. As alterações entraram em vigor no início de
janeiro.
O
diretor da Divisão de Administração de Passaportes, Chen Shang-yu, disse ao
Apple Daily que entre 01 e 28 de janeiro, a Agência Nacional de Imigração foi
notificada de um total de 180 casos de viajantes com autocolantes nos
respetivos passaportes.
O
Ministério dos Negócios Estrangeiros tem advertido os passageiros para
respeitarem a lei.
Chen
disse que o ministério respeita as opiniões políticas individuais, mas que o
passaporte é um documento oficial que serve para propósitos de identificação no
estrangeiro e que não deve ser usado como ferramenta política.
Também
disse que, de acordo com os atuais regulamentos, os passageiros com autocolantes
nos respetivos passaportes podem enfrentar um maior período de espera aquando
da revalidação do documento, ou mesmo ver cancelados os seus passaportes.
Em
dezembro, três taiwaneses com autocolantes nos passaportes também viram
ser-lhes negada entrada em Singapura.
As
autoridades disseram que os autocolantes dificultavam a verificação da
autenticidade dos documentos. Apesar de esses passageiros se terem
disponibilizado para os remover, foram na mesma impedidos de entrar em
Singapura.
O
Instituto Americano em Taiwan pediu aos cidadãos taiwaneses para se dirigirem
ao gabinete consular para remover os autocolantes, enquanto o departamento de
Imigração das Filipinas advertiu que iria rejeitar os passaportes nessas
condições.
Depois
da guerra civil chinesa ter acabado, com a vitória do Partido Comunista da
China (PCC), o antigo governo nacionalista (Kuomintang) refugiou-se na ilha de
Taiwan, onde continua a identificar-se como governante de toda a China.
Do
ponto de vista da diplomacia internacional, passou a existir a República
Popular da China, governada pelo PCC, e a República da China, dirigida pelos
nacionalistas, mas ambos os lados rejeitaram sempre uma divisão definitiva.
Pequim
considera Taiwan uma província chinesa e defende a "reunificação pacífica",
segundo a mesma fórmula adotada para Hong Kong e Macau ("Um país, dois
sistemas"). Porém, ameaça "usar a força" se a ilha declarar
independência.
Na
prática, Taiwan funciona como uma entidade política soberana, com o seu próprio
exército e Constituição. Até 1971, era quem tinha direito a um representante no
Conselho de Segurança das Nações Unidas.
FV
(JOYP) // FV.
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