Díli,
11 ago (Lusa) - Delegações da Fretilin e do PD, respetivamente primeiro e
quarto partidos mais votados nas legislativas de 22 de julho, reuniram-se hoje
para discutir os primeiros cenários que podem levar à formação do próximo
Governo timorense, mas sem resultados conclusivos.
"O
encontro de hoje correu muito bem e serve de base para o futuro. Estamos a
falar com sentido de responsabilidade. O PD veio sem nenhumas exigências, com
uma posição razoável e querendo ouvir ideias da Fretilin", disse aos jornalistas
Mari Alkatiri, secretário-geral da Frente Revolucionária do Timor-Leste
Independente (Fretilin) depois da reunião de hoje.
Mariano
Sabino, presidente do Partido Democrático (PD) - que controla sete lugares no
novo parlamento que tomará posse este mês - afirmou que se tratou de uma
"primeira reunião para dialogar, analisar a situação e estudar modalidades
para a formação de Governo".
Questionado
sobre se o PD fará ou não parte do executivo, em coligação, Sabino foi evasivo,
afirmando que o assunto será discutido internamente pelo partido sempre
"apostando na estabilidade e no respeito pela constituição".
Mari
Alkatiri voltou hoje a excluir qualquer cenário que não seja o de um Governo
liderado pela Fretilin, rejeitando cenários em que o segundo partido mais
votado, o Congresso Nacional da Reconstrução Timorense (CNRT) poderia formar
Governo.
"Não
vale a pena pensarem que a Fretilin não vai conseguir formar governo, que o CNR
é que vai formar. A Fretilin vai formar Governo", afirmou Alkatiri.
Apesar
das duas partes confirmarem que se vão voltar a reunir ainda não está marcada
essa nova ronda de contactos.
No
encontro de hoje Mari Alkatiri, secretário-geral da Fretilin, liderou a
delegação do partido de que fizeram ainda parte, entre outros, o secretário-geral
adjunto, José Reis, o vice-presidente Francisco Branco, a secretária-geral da
organização da mulher do partido, Merita Alves e o segundo adjunto Flávio
Silva.
A
delegação do PD - foi a quarta força mais votada e tem sete lugares no novo
parlamento - foi liderada pelo presidente do partido, Mariano Sabino e incluía
o secretário-geral António da Conceição e o presidente e vice-presidente do
Conselho Político Nacional, respetivamente Adriano do Nascimento e Lurdes Bessa
(são ainda deputados).
Faziam
ainda parte da delegação Arcanjo Leite, vice-secretário-geral, e Rui Meneses,
secretário executivo.
A
Fretilin iniciou na quarta-feira, com uma delegação da segunda força mais
votada, o Congresso Nacional da Reconstrução Timorense (CNRT), uma ronda de
contactos no intuito de formar Governo.
Xanana
Gusmão, presidente do CNRT, esteve ausente do encontro - até ao momento ainda
não falou sequer com Mari Alkatiri - e a delegação do partido saiu da reunião
com a Fretilin comprometendo-se a tomar decisões na cúpula do partido.
Na
quinta-feira foi a vez do encontro com a delegação do Partido Libertação
Popular (PLP), liderada por Taur Matan Ruak que garantiu que o partido não fará
parte de qualquer coligação de Governo, disse que cabe à Fretilin formar o
executivo e rejeitou a possibilidade de eleições antecipadas.
A
ronda de contactos termina na manhã de sábado com um encontro com uma delegação
do Kmanek Haburas Unidade Nacional Timor Oan (KHUNTO), que elegeu cinco
deputados.
ASP
// DM
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